Sinopse HarperCollins: Andrea sabe tudo sobre sua mãe, Laura. Ela sabe que Laura sempre viveu na pequena cidade costeira de Belle Isle; sabe que a mãe nunca desejou nada além de uma vida serena como integrante da comunidade; e sabe que ela jamais guardou um segredo na vida. Afinal, todos conhecemos nossas mães, certo? Mas tudo muda quando uma ida ao shopping se transforma em um cenário de violência e caos, e Andrea conhece um lado completamente novo de Laura. Parece que sua mãe, antes de ser Laura, era outra pessoa. Durante quase trinta anos ela escondeu sua identidade, vivendo sossegadamente na esperança de que ninguém descobrisse quem era de verdade. Agora, exposta, nunca mais poderá viver como antes. A polícia quer respostas e a inocência de Laura está em jogo, mas ela se recusa a falar com quem quer que seja, inclusive com a própria filha. (Resenha: Ninguém pode Saber – Karin Slaughter)

Opinião: O estilo de Karin Slaughter é bem peculiar e se traduz em obras em que ou se ama ou se odeia. Dona de um minucioso detalhamento na construção de suas histórias, ela não tem nenhuma pressa em revelar nada bombástico aos leitores. Suas reviravoltas, quando acontecem, fazem parte do ritmo da trama e nem chegam a surpreender tanto. Isso faz dela uma autora de thrillers bem incomum, que foge da ação e dos plot twists e dá foco no desenvolvimento de uma história com início-meio-fim bem determinados. E bem lentos, em algum casos. Mesmo assim, ela conquistou pra valer minha atenção e literalmente não perco nenhum de seus livros.

Feita essa introdução, que achei essencial dada às muitas críticas negativas que li, venho destoar da maioria e dizer que gostei muito de Ninguém Pode Saber. Porque é um livro diferente em que o drama, que predomina, foi muito bem sustentando por um suspense cujo objetivo não é causar surpresa ou nos transformar em detetives, mas sim nos conduzir por uma trágica história de vida.

Ninguém Pode Saber tem um começo frenético em cenas de ação em um frio assassinato dentro de um shopping. É a partir da reação de sua mãe, até então uma pacata e respeitada profissional, que Andrea vai se ver mergulhada numa rotina de dúvidas e descobertas de tirar o fôlego. Afinal sua mãe tem um passado bem diferente do que ela poderia imaginar. E um passado que não chegou totalmente ao fim e está disposto a acertar algumas contas. Assim começa uma fuga meio investigativa de Andrea em busca de respostas sobre quem é, de verdade, sua mãe e porque sua vida corre perigo.

Apesar do começo avassalador e repleto de sangue e segredos, o ritmo do livro vai seguir o estilo Karin de escrever, ou seja, nada virá de forma apressada e todo o quebra-cabeças vai ser construído peça a peça em muitas páginas, descrições e flashbacks do passado. É, de fato, um livro lento em que o drama de uma família milionária vai sendo exposto em sequências de vinganças, ideologias utópicas, atos de corrupção, amores desastrados e inúmeros atos ilegais. Alternando passado e presente, o livro vai contando duas histórias que só vão se juntar lá nas derradeiras páginas finais, muito embora os leitores já consigam matar a charada bem antes. Até porque não acredito que o objetivo de Ninguém Pode Saber seja o de decifrarmos enigmas. Encarei o livro como um grande drama em que pitadas de suspense entraram para dar um charme à narrativa.

Ninguém Pode Saber não é um livro de personagens. Definitivamente não. Tanto as protagonistas quanto os muitos coadjuvantes que desfilam por suas páginas são pessoas comuns demais e desprovidas de qualquer carisma ou característica que atraia minimamente nossa atenção ou simpatia. Mesmo nos momentos mais tensos de possível morte, não há nada que instigue o leitor para ter identificação com nenhum personagem. Trata-se de uma história narrada com toda a frieza que ela pede. Porque se há adjetivo que melhor resuma essa trama é justamente “fria”. Tanto no sentido de todos os crimes e ações serem cometidos com uma naturalidade fora do comum, quanto na falta de ritmo mais intenso.

Ninguém Pode Saber é um baita livro para quem estiver disposto a mergulhar em uma história densa e lenta. Aqui não há um grande mistério a te tirar o fôlego, mas suas páginas guardam segredos de vida instigantes e que, no saldo final, me agradaram bastante. É mais um capítulo que encerro de uma autora fora do comum que me conquistou, e que entre o ame ou odeie, até agora tem me feito ficar com a primeira opção.

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Ninguém Pode Saber

 

A Autora: Karin Slaughter é uma autora de livros policiais, que estreou com o seu romance Cega em 2001. Publicado em quase 30 idiomas, tornou-se um sucesso internacional e entrou para o Dagger Award como “Melhor Thriller Debut “de 2001. Slaughter nasceu em uma pequena comunidade ao sul da Geórgia, e agora reside em Atlanta.

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