Sinopse HarperCollins: Quando eram adolescentes, a vida tranquila de Charlotte e Samantha Quinn foi destruída por um terrível ataque em sua casa. Sua mãe foi assassinada. Seu pai um famoso advogado de defesa de Pikeville, Geórgia ficou arrasado. E a família foi dividida por anos, para além de qualquer conserto, consumida pelos segredos daquela noite terrível. Vinte e oito anos depois, Charlie seguiu os passos de Rusty, seu pai, e se tornou advogada, mas está determinada a ser diferente dele. Quando outro caso de violência assombra Pikeville, Charlie acaba embarcando em um pesadelo que a obriga a olhar para trás e reviver o passado. Além de ser a primeira testemunha a chegar na cena, o caso também revela as memórias que ela passou tanto tempo tentando esconder. Agora, a verdade chocante sobre o crime que destruiu sua família há quase trinta anos não poderá mais permanecer enterrada e Charlotte precisa se reencontrar com Samantha, não apenas para lidar com o crime, mas também com o trauma vivido. (Resenha: A Boa Filha – Karin Slaughter)
Opinião: Karin Slaughter tem uma característica bem marcante de não acelerar suas histórias. Tudo é construído de forma minuciosa e em detalhes, seja cronologicamente ou por meio de flashes do passado. Esse estilo, que em alguns autores certamente daria um ritmo arrastado, nela flui tranquilamente. É a capacidade de construir uma história que envolve de verdade o leitor, independente de ingredientes mirabolantes. Em A Boa Filha, obra avulsa que não faz parte de nenhuma de suas séries de livros, não é diferente. Temos um bom ritmo de leitura em que tudo se dá a seu tempo.
A Boa Filha passa longe do suspense investigativo que consagrou a autora. A história aqui configura-se como um grande drama familiar de superação de traumas das duas irmãs protagonistas. É um reencontro com o passado que permite que cada uma possa, enfim, seguir em frente com suas vidas. Vítimas, e sobreviventes, de um crime brutal quando crianças, Charlotte e Samantha encontraram caminhos e jeitos diferentes de construir suas trajetórias. Na trama, anos depois, ambas se veem novamente envolvidas com a cena e os desdobramentos de um crime. A tensão, o mistério e o ambiente de tudo que as cerca traz, inevitavelmente, os problemas e traumas não superados da tragédia familiar. Chegou, então, o momento de colocar os pingos nos is.
Como um romance carregado de boas cargas dramáticas, A Boa Filha cumpre primordialmente seu papel. Karin não ousa e não sai dos trilhos aos quais está acostuma a viajar. A cronologia dos acontecimentos é seguida à risca e bem lentamente ela vai nos inserindo na história. Não há detalhes deixados de lado, e a construção de vida das personagens é feita de forma que conheçamos e entendamos minimante quem elas são, como vivem, como lidam com as dificuldades, o que superaram e o que ainda ficou em aberto. Há neste livro um nítido cuidado em apresentar aos leitores personagens críveis com toda a bagagem que qualquer pessoa real tem. Ainda mais se levarmos em conta a tragédia em que serve de base para a história.
Aos leitores que esperam embarcar em mais um thriller eletrizante da autora, o livro tem tudo para desapontar. Apesar dos segredos pessoais e familiares que vão ser revelados nas sequências finais da obra, não há nenhum elemento para chocar ou surpreender. Karin tira sim algumas cartas da manga para construir seu desfecho, mas uma análise fria nos mostra que tudo se encaixa perfeitamente no drama humano que foi o conjunto geral de A Boa Filha.
A despeito da qualidade narrativa, que sempre me chama a atenção nos livros de Karin Slaughter, A Boa Filha não me envolveu a ponto de entrar para uma galeria de indicações de leitura. É um drama sobre traumas e relações familiares, tanto do núcleo principal de personagens quanto dos coadjuvantes. É válido para quem curte a autora, mas a pegada é totalmente diferente da série Will Trent, por exemplo. Já quem gosta de se embrenhar pelas tragédias humanas e as formas como lidamos com elas, certamente vai encontrar aqui uma excelente história.
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A Autora: Karin Slaughter é uma autora de livros policiais, que estreou com o seu romance Cega em 2001. Publicado em quase 30 idiomas, tornou-se um sucesso internacional e entrou para o Dagger Award como “Melhor Thriller Debut “de 2001. Slaughter nasceu em uma pequena comunidade ao sul da Geórgia, e agora reside em Atlanta.
Concordo com você, ela escreve sem pressa.
A série Will Trent também é maravilhosa, li vários.
Ei Heli, tudo bem?
Siiim… É um estilo de escrita sem pressa. Ela conta a história no seu ritmo, deixando com que tudo flua naturalmente.