Sinopse Trama: Um experiente policial e uma adolescente despencam para a morte do alto de um prédio em Londres. Na cobertura do edifício, um menino de cinco anos é consolado pela policial novata Lizzie Griffiths, que poucas horas depois desaparece sem deixar rastros. Resta à detetive Sarah Collins a missão de descobrir a verdade sobre essas mortes terríveis, em uma investigação que levará ao coração sombrio da polícia metropolitana e trará à superfície os contrastes cruéis das grandes cidades. (Resenha: A Causa da Morte – Kate London)

Opinião: O quanto uma corporação policial se protege mesmo diante de erros que possam ter causado uma tragédia? Há um espírito de equipe tão forte que faz com que chefes e subordinados descartem evidências, amenizem problemas ou deem passagem para pequenas falhas de modo a não prejudicar a instituição? Por fim, é possível mudar esse sistema ou, pelo menos, conseguir devidas punições em casos extremos?

Sarah Collins é uma detetive que atua no ingrato departamento que investiga a conduta de seus colegas. Lizzie Griffiths é uma jovem policial que testemunha a queda, para a morte, de uma adolescente e de seu mentor na corporação. No meio dessa tragédia há condutas erradas, proteção em excesso e um mistério sobre o que de fato aconteceu. O que levou a essas mortes? Em algum momento é possível descobrir se não um culpado, mas talvez a verdade?

A Causa da Morte é um suspense com uma premissa interessante de mergulhar não tão profundamente na investigação de um mistério, mas nos bastidores da polícia metropolitana de Londres e em sua rede de autoproteção. Para isso, a experiência da autora, Kate London, que atuou por oito anos na polícia londrina, conta muito. Ela traz para a obra a visão de dentro da polícia em todos os seus mais íntimos detalhes. Para os fãs desse tipo de narrativa/conhecimento, é um deleite mergulhar nas discussões que são levantadas ao longo da história.

Mas se sobra qualidade devido à autoridade da autora, falta pegada e ritmo ao livro. A Causa da Morte é uma leitura chata pra caralho! Porque são muitos detalhes, meandros e burocracias investigativas que se acumulam nos capítulos e fazem tudo emperrar. A história em si não evolui e quando anda, não nos leva muito adiante. Justamente porque o foco não está nas mortes ocorridas, mas em identificar uma verdade que a própria polícia precisa esconder.

Há claramente um enredo em que o preconceito de um policial gerou uma cadeia de acontecimentos que culminou numa morte trágica e evitável. Mas o livro se perdeu em sequências que não levaram a lugar algum, reflexões com muita filosofia barata, ausência de qualquer ação ou reviravolta que desse algum fôlego narrativo e personagens pouco ou nada empáticos.

É difícil ser fisgado pela história de A Causa da Morte, mesmo com um começo promissor. O problema é que é desafiador vencer trezentas e cinquenta páginas em que nada acontece de minimamente interessante. Até mesmo o desfecho é burocrático demais. E a ameaça contida na orelha do livro é aterrorizante: essa obra é o início de uma trilogia!!!

Entusiasta inicial da editora Trama, pela ideia de investirem no thriller, cada vez mais vão se acumulando na minha estante livros de pouca ou nenhuma qualidade. A maioria não faz jus ao título de thriller e A Causa da Morte é mais um daqueles livros esquecíveis! Não vale o tempo de vocês!

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A Autora: Kate London se formou na Universidade de Cambridge e se mudou para Paris para estudar teatro. Em 2006, ingressou na Polícia Metropolitana de Londres, onde permaneceu por oito anos. Lá, assumiu a função de detetive e chegou também a trabalhar na unidade de homicídios. Em agosto de 2014, Kate se desligou da corporação para se dedicar à escrita e, em 2019, foi vice-campeã no concurso de contos da Harper’s Bazaar. A Causa da Morte é seu primeiro romance, que inicia a trilogia com as policiais Sarah Collins e Lizzie Griffiths. Este livro também inspirou a série de TV inglesa The Tower.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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