Sinopse Record: A assustadora história de um médico que se transforma em alvo de uma conspiração maligna ao investigar a morte de um cientista famoso por pesquisas em torno do DNA. Em Medo Mortal, Robin Cook aborda os bastidores de uma importante descoberta científica e a arrepiante perspectiva de manipulação da ciência em benefício de interesses escusos. (Resenha: Medo Mortal – Robin Cook)

Opinião: Na vasta obra de Robin Cook, Medo Mortal ocupa a posição de menos destaque na minha preferência. Apesar de uma premissa instigante, e trilhando o caminho típico do autor de investigar as possibilidades de recentes descobertas da ciência no cotidiano da medicina, o desenvolvimento da história deixa muito a desejar. Em alguns momentos parece mais um grande romance dramático do que um thriller médico.

Medo Mortal se assenta totalmente sobre um protagonista pouco cativante. Na obra, acompanhamos a rotina do Dr. Jason e as misteriosas mortes que vão se acumulando entre seus pacientes. A cada dia um dos pacientes internados apresenta complicações e o óbito se dá em questão de poucas horas. O mistério se amplia a partir das autópsias, que revelam órgãos envelhecidos incompatíveis com as faixas etárias das vítimas. Paralelamente, um importante pesquisador morre em uma cena de revirar o estômago e desperta desconfianças em Jason. O médico, então, se põe a investigar. E ir além disso é dar spoiler.

Leitores acostumados com o estilo de Robin Cook vão esperar uma corrida contra o tempo para solucionar o mistério, recheada de cenas de ação. Mas a trama custa, e custa muito, a engrenar. A rotina de Jason não envolve, o suspense se perde em cenas secundárias, e os demais personagens acabam sendo tão secundários que não fazem diferença considerável no desenrolar da história. O resultado é um livro interessante, mas dispensável. E a construção do médico, extremamente emotivo, carregando traumas pessoais do passado, e não conseguindo manter um mínimo distanciamento no trato dos desafios da profissão não convence. Ficamos diante de um protagonista fraco. Isso piora na única cena de ação, bizarra e improvável, em corredeiras num rio. Chega a ser trash.

A despeito do péssimo desenvolvimento, a parte médica em Medo Mortal se sustenta de forma perfeita e convence. Vale lembrar que para um livro de 1988, temas como o DNA e seus usos e pesquisas, eram bastante avançados e certamente mexiam muito mais com o imaginário dos leitores do que nos tempos atuais.

PS: Assim como a maioria das obras de Robin Cook, Medo Mortal também se encontra fora de catálogo no Brasil, sendo necessário um bom garimpo por sebos para encontrá-lo.

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O Autor: Robin Cook médico e escritor, Robin Cook é largamente creditado como o introdutor do termo ‘médico’ como um gênero literário. Por isso, 20 anos depois do lançamento de seu primeiro livro, “Coma”, ele continua a dominar a categoria que ele mesmo criou. Cook combinou com sucesso fatos médicos com fantasia para produzir uma sucessão de best-sellers do The New York Times.

Em cada uma de suas obras, Robin Cook busca escrever sobre os bastidores da prática médica atual. Explorou, entre outras coisas, a doação de órgãos, engenharia genética, a fecundação in vitro, pesquisas sobre drogas e transplantes de órgãos, entre outros.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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