Sinopse Record: Criminosos. Corruptos. Assassinos. Sonny Lofthus não pretende deixar nenhum deles sair impune. Desde que o pai foi encontrado morto com uma carta de suicídio na qual admitia ser um policial corrupto, Sonny prefere viver anestesiado pela droga. Por isso, aceitou cumprir pena por crimes que não cometeu ― e, em troca, nunca lhe falta heroína. Ele se vê no centro de um esquema perigoso: agentes penitenciários, policiais, advogados e até um capelão desesperado ― todos se empenham em mantê-lo drogado na prisão. Quando descobre a chocante verdade por trás da morte do pai, no entanto, é como se a revolta de Sonny o despertasse para a vida. O garoto planeja uma engenhosa fuga da prisão ― onde passou os últimos doze anos ―, além de uma grande vingança. Agora Sonny é perseguido não só pelas forças da lei como também por criminosos poderosos. Mas ele não é apenas a presa desse núcleo de corrupção: é também o caçador. E ele é movido por um único objetivo: fazer justiça com as próprias mãos. Custe o que custar. (Resenha: O Filho – Jo Nesbø)

Opinião: Jo Nesbø elaborou uma caçada em que diferentes forças estão concentradas em um único objetivo: tirar Sonny Lofthus de circulação, a qualquer custo. Mas seu protagonista é muito mais esperto e engenhoso do que imaginam. Sonny conta com a proteção das ruas e vai se camuflando nos ambientes de forma a empreender a sua caçada particular. Ele quer fazer justiça com as próprias mãos e vingar a memória do pai.

Segundo livro independente – que não faz parte das séries investigativas, do autor que leio, O Filho é mais um thriller de ação excepcional com um ritmo narrativo ditado pela intensidade da caçada empreendida por seus personagens. Tudo é muito ágil e alucinante fazendo com que o calhamaço de quase quinhentas páginas seja rapidamente devorado. A história se desenvolve em cima do famoso jogo do gato e rato em uma corrida contra o tempo. O protagonista, Sonny, sabe que não vai conseguir ficar livre eternamente, mas ele precisa levar a cabo sua tarefa, então, os acontecimentos se sucedem de forma muito veloz e com ações pra lá de inteligentes.

Passando uma ideia geral da obra, mais como complemento à sinopse que abre essa resenha, O Filho é focado na vingança de Sonny contra as pessoas que atentaram contra seu pai, o traíram e, aparentemente, foram responsáveis por seu suicídio. Nessa lista há criminosos poderosos e cruéis e também policiais. A corrupção policial é a tônica que move boa parte da história porque tudo vai partir e girar em torno dela. E Sonny, preso e vítima desse sistema corrupto, vai colocar sua impressionante inteligência e frieza em prática para driblar esse sistema.

A trama de Jo Nesbø é clichezona nas façanhas mirabolantes do protagonista, mas isso não é um defeito não, pelo contrário, dá um tom muito gostoso para o leitor que logo simpatiza e entra na torcida pelo sucesso de Sonny. Ele empreende uma fuga inteligentíssima e bem elaborada de uma prisão considerada inviolável. Aliás, em determinado momento ele consegue inclusive retornar para essa prisão sem ninguém perceber ou o deter. Nas ruas, Sonny vai seguindo um passo a passo meticuloso de encontrar suas vítimas e colocar planos de execução detalhistas, minuciosos e que provocam o grau de sofrimento necessário e proporcional aos erros de cada um.

Mas nem só de mortes e sangue vive um jovem e O Filho dosa muito bem a ação com um romance improvável entre Sonny e a responsável por uma casa de acolhida para tratamento de viciados que não tem para onde ir. A jovem, que tinha um futuro já bem traçado pela frente, se vê apaixonada por um cara procurado pela polícia e acusado de assassinatos. É bem um amor-bandido, mas serve meio que como um processo de redenção de Sonny. Ah, e há um garoto bisbilhoteiro que vai desempenhar um curioso papel no desenrolar da história, e um policial, melhor amigo do pai de Sonny, que busca o garoto, mas faz um pouco de vista grossa e acaba ajudado em várias situações por pistas e avisos deixados por esse protagonista invencível.

O Filho tem uma trama interessante de ser avaliada do ponto de vista moral, se alguém quiser enveredar por esse caminho. Porque mesmo que estejamos acompanhando um cara em busca de vingança, esse cara está cometendo assassinatos e atrocidades. Ao mesmo tempo em que ele não tem maldade na sua natureza. É alguém que perdeu a fé no sistema, já que vivenciou por dentro como não funciona essa parada de justiça. Então, como julgá-lo? Não dá pra dizer que ele está certo nas suas ações, mas também é compreensível que foi o único caminho viável para que responsáveis pagassem por suas ações. No fim, ele fica meio que como uma espécie de anjo vingador que purifica determinada situação e depois segue em frente.

A indicação mais que certeira para O Filho é aos leitores que gostam de uma história com muita ação, assassinatos, um conjunto bem desenvolvido de personagens e alguns segredos que vão trazendo reviravoltas à trama. Aquela obra que você só consegue largar após devorar todas as páginas.

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O Autor: Jo Nesbø escritor e músico norueguês premiado pelo Edgar Award. Formou-se na Escola Norueguesa de Economia e Administração de Empresas com uma licenciatura em Economia. Nesbø é célebre sobretudo por seus romances de crime sobre o detetive Harry Hole, mas ele é também o principal vocalista e compositor da banda de rock norueguês Di Derre. Seus livros venderam mais de um milhão e meio de cópias na Noruega e sua obra foi traduzida para mais de quarenta línguas.

Em 2009, foi agraciado pelo prêmio de reconhecimento pelo público da revista Dagbladet ao ter três de seus livros estado no topo da lista de livros mais vendidos na Noruega. Ele também escreveu uma série de livros infantis sob o título Doktor Proktors prompepulver.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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