Sinopse Arqueiro: Numa mesma noite, dois juízes da Suprema Corte americana são assassinados, em cidades e circunstâncias diferentes. Apesar de o país inteiro exigir respostas, não há nenhuma pista em relação à motivação para os crimes. Intrigada com o mistério, Darby Shaw, uma brilhante estudante de Direito em Nova Orleans, decide buscar evidências por conta própria. Ela descobre uma possível conexão entre as vítimas, que aponta para um nome inesperado – algo tão improvável que ela mesma duvida do dossiê que produziu. Quando pessoas muito próximas a Darby começam a morrer, fica claro que ela chegou perto demais da verdade e que agora sua própria vida está em perigo. Em fuga, Darby não tem escolha senão confiar no ambicioso repórter Gray Grantham. Ele só está interessado em encontrar seu próximo grande furo, mas é o único que pode ajudá-la a revelar a conspiração por trás dos assassinatos. (Resenha: O Dossiê Pelicano – John Grisham)

Opinião: O Dossiê Pelicano foi um dos primeiros livros que eu li do John Grisham, ainda adolescente, e que colocaram o autor na minha lista de preferidos. Isso foi lá em meados de 2002/2003, quando a obra em questão já tinha seus dez anos de publicação e uma adaptação cinematográfica de pouco sucesso, mas que ostentava Julia Roberts e Denzel Washington no elenco. A sensação, na época, foi de empolgação diante de um bom mistério, com boas reviravoltas e que eu não conseguia parar de ler. Cada capítulo terminava já implorando para emendar o próximo. E agora na releitura, tantos anos e tantas obra de Grisham depois, a mesma sensação se manteve. Um thriller atemporal.

O Dossiê Pelicano, terceiro livro de Grisham, reúne todos os principais elementos que fizeram o sucesso do autor lá nos anos 1990 e o consagraram como o mestre do chamado suspense de tribunal, ou thriller jurídico. É dos principais livros a serem lidos por quem quer conhecer o autor e é um deleite para qualquer fã de mistérios com muitas cenas de ação.

Na obra, com ares de conspiração política, temos o assassinato de dois juízes da Suprema Corte norte-americana: um velho e respeitado liberal, já em vias de morrer logo, e um jovem promissor que mantém bem escondido o fato de ser homossexual. Aparentemente não há nenhuma ligação entre as mortes. Até entrar em cena a protagonista da obra, a estudante Darby, que escreve um artigo teorizando sobre as mortes e conseguindo fazer o link entre elas. Quando esse dossiê cai em mãos erradas… Bom, aí começa uma corrida pela sobrevivência.

Darby é a típica jovem protagonista que traz consigo todo um idealismo e que, sendo estudante de direito, acredita veementemente na justiça. Tudo isso logo cai por terra quando ela percebe que quando há jogos de interesse e muito dinheiro envolvido, a justiça tem seus nuances. Ao se tornar um alvo, e ver pessoas próximas morrendo, resta a ela confiar (isso é possível?) na ajuda de um jornalista para sobreviver e solucionar toda a charada.

O Dossiê Pelicano traz luz para temas interessantes do lobby político nos Estados Unidos, da questão das vagas abertas na Suprema Corte e o interesse na indicação e no perfil dos futuros ocupantes, e engata uma boa discussão sobre a indústria do petróleo. Evitando entrar em mais detalhes, vale chamar a atenção dos leitores para a brilhante construção de um mistério com contornos inimagináveis quando começamos a ler. Parece até forçado demais, mas Grisham tem em mãos todos os elementos para amarrar muito bem a trama e dar um ar total de veracidade. O autor passeia pelo “submundo” das altas esferas do poder e dos interesses corporativos e mostra como não se pensa duas vezes em matar alguém, mesmo uma alta autoridade, em nome de poder e transações financeiras.

Representante de uma fase mais inicial de John Grisham, que podemos também classificar como primeira metade da carreira, O Dossiê Pelicano é a essência do autor. Ressoa em suas páginas o mesmo estilo de thrillers viciantes como A Firma, Tempo de Matar, O Cliente, A Câmara de Gás ou O Júri, só para citar alguns. São obras que não conseguimos parar de ler até chegar ao desfecho. Repletas de ação, e com um jeitinho pronto para uma futura adaptação para os cinemas, prendem nossa atenção e são garantia absoluta de boas horas de leitura.

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Do Autor leia também:

A Lista do Juiz

Tempo de Perdoar

Cartada Final

Acerto de Contas

Justiça a Qualquer Preço

A Delação

O Homem Inocente

Esquecer o Natal

O Júri

O Dossiê Pelicano

A Firma

Tempo de Matar

O Autor: John Grisham é ex-político e advogado aposentado. Incentivado por sua mãe, desenvolveu cedo o hábito da leitura e se tornou um admirador das obras de John Steinbeck, prêmio Nobel de literatura em 1966. Escolheu o Direito como área de atuação, tornando-se advogado especializado em defesa criminal e processos por danos físicos. Escrevia nas horas em que o seu trabalho lhe permitia, e logo publicou seu primeiro livro, Tempo de Matar, em 1989. Seus livros giram sempre em torno de questões de advocacia, e geralmente criticam nuances do sistema judiciário americano e das grandes firmas de direito. Desde maio de 1998 a Universidade do Estado do Mississippi possui uma sala de leitura com o seu nome. Em 2006 figurou na Top 100 Celebrites da revista Forbes. Vive com sua esposa, Renée e suas duas crianças Ty e Shea. Um dos autores mais vendidos no mundo, é o sexto escritor com mais livros vendidos na década de 2000, segundo a Nielsen BookScan, e também o sexto escritor mais lido nos Estados Unidos, segundo a Publishers Weekly.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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