Resenha: A Cidade dos Fantasmas – Victoria Schwab

Sinopse Galera Record: Cassidy Blake vive uma rotina simples e tranquila com seus pais no subúrbio. Sua vida é perfeitamente normal – exceto pelo fato de ela conseguir se mover, através do Véu, entre o mundo dos vivos e o dos mortos e por ter como melhor amigo Jacob, um fantasma. Quando seus pais são convidados por uma emissora de televisão para apresentar um programa sobre os lugares mais assustadores do mundo, seu cotidiano vira de cabeça para baixo. Em pouco tempo, estão todos – Cassidy, seus pais, seu melhor amigo fantasma e Ceifador, seu gato – em direção à superassombrada Edimburgo, na Escócia, a primeira parada do roteiro do programa… e situações fora do comum começam a acontecer. (Resenha: A Cidade dos Fantasmas – Victoria Schwab)

Opinião: Uma fantasia young adult com levíssimos ares de terror e deliciosa para algumas boas horas de distração é o que Victoria Schwab nos entrega nesse primeiro volume de uma série voltada para contar a história de uma menina que tem o dom não só de ver os mortos, mas também de atravessar para seu mundo. É uma obra que não se deve esperar muito além de uma gostosa narrativa, boas sacadas sobre a cultura pop, principalmente Harry Potter, e ideias inventivas para prender a atenção dos leitores e proporcionar bons momentos de diversão. E isso já é bom demais!

A Cidade dos Fantasmas, apesar de ter toda a sua história bem desenvolvida, funciona muito também como uma grande introdução ao universo de Cassidy Blake, nossa protagonista que tem o dom de ver os mortos e de penetrar em seu mundo, chamado por ela de Véu. Então, teremos boas passagens em que somos apresentados a ela e seu dom; seus pais, que são um casal de famosos caçadores de fantasmas; seu gato, que possui o curioso nome de Ceifador; e seu melhor amigo, Jacob, um garoto fantasma.

A história de Cassidy começa a partir de um conceito que é bem explorado na literatura e no cinema: ao viver uma experiência de quase-morte, ela passou a ter contato com o mundo dos mortos. No caso desse livro, Cassidy não vê pessoas mortas a todo momento. O contato se dá a partir de um som, descrito no livro como tap tap tap. Ela só vai enxergar a pessoa falecida se atravessar o Véu e adentrar num mundo meio cinzento onde o fantasma vaga perdido. Na maioria das vezes, esse lugar é o mesmo em que a pessoa morreu. E o que Cassidy faz exatamente? Nada. Ela apenas tem alguns momentos de contemplação, observando esse cenário e o fantasma em si e depois retorna para seu mundo real.

O detalhe que vale a pena mencionar nessa resenha é que o melhor amigo de Cassidy, Jacob é o garoto, já falecido, que a resgatou naquela experiência de quase-morte que ela viveu. Parece que a partir disso, os dois desenvolveram um laço entre si. Jacob é o único fantasma que habita o mundo dos vivos e conversa tranquilamente com ela. Esse é um mistério que fica claro para nós que ainda terá que ser desvendado em livros futuros. Por que Jacob consegue se fazer presente no mundo dos vivos? E será que ele representa algum risco para a menina?

Tudo vai mudar, e é aí que a trama do livro começa pra valer, quando os pais de Cassidy vão gravar um programa sobre fantasmas pelo mundo. A primeira parada é Edimburgo, na Escócia, a tal Cidade dos Fantasmas. Pra quem não fez a conexão, além de ser uma cidade com séculos de história é também o local em que J.K. Rowling idealizou Harry Potter. Isso pode explicar boa parte das inúmeras referências à série que povoam o livro.

Em Edimburgo, Cassidy vai ter contato com outra menina igual a ela, que também adentra o mundo dos mortos. Vai descobrir que essa visão traz consigo uma missão que ela precisa cumprir sempre. E vai perceber da forma mais desesperadora possível que há mortos que miram pessoas como ela em busca de um laço com o nosso mundo. Ou seja, ela vai correr perigo e a aventura vai começar.

A Cidade dos Fantasmas é um livro divertido e de personagens cativantes. Jacob rouba a cena em passagens muito engraçadas e sua relação com Cassidy é apaixonante. Já nossa protagonista é uma dessas personagens que geram empatia de cara. Ela é a narradora e suas tiradas e comentários são muito espirituosos e dão um tom gostoso demais para a narração. Aliás, Schwab tem o dom de escrever capítulos fluidos e saber contar suas histórias de formas muito envolventes. Isso vale para qualquer estilo que ela esteja escrevendo.

Por fim, A Cidade dos Fantasmas é um livro de leitura rápida. São pouco mais de duzentas páginas que passam voando e, como já falei no início, servem para boas horas de diversão. É uma obra descompromissada que vale muito a pena de ser lida. Ela encanta, faz rir e tem uma trama muito bem elaborada e que deixa as portas bem abertas para a continuação, que provavelmente tende a ser mais complexa já que as apresentações e introduções já foram feitas. Divirtam-se!

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A Autora: Victoria Schwab é autora de romances jovens adultos e de fantasia, como A Guardiã de histórias e a série Um Tom Mais Escuro de Magia. Quando não está escrevendo ou sonhando com monstros em algum café, Victoria gosta de viajar, fazer biscoitos e assistir a séries da BBC.