Sinopse Suma: Desde crianças, Jane e Marnie são inseparáveis. As duas têm muito em comum. Aos vinte e poucos anos, ambas se apaixonam e se casam com homens jovens e bonitos. Só que Jane nunca gostou do marido de Marnie. Ele é tão arrogante, tão exibicionista, age como se chamar atenção fosse seu objetivo de vida. O que é bem irônico… agora que ele está morto. Se Jane tivesse sido sincera desde o início, se não tivesse mentido, talvez o marido de sua melhor amiga ainda estivesse vivo. Esta é a chance de Jane contar o que de fato aconteceu. Mas a pergunta é: será mesmo a verdade? (Resenha: Sete Mentiras – Elizabeth Kay)

Opinião: É sempre complicado escrever sobre um livro que depositamos expectativas e recebemos em troca uma bela frustração. Ainda mais quando a própria sinopse promete bastante e o início da história é envolvente e consegue prender nossa atenção. Só que o problema é que a trama é frágil, cria situações absurdas e engata em um desfecho de gosto duvidoso. São muitas as mentiras que esse livro traz (sem trocadilhos, por favor), mas a maior verdade que posso contar, já de cara no primeiro parágrafo, é que eu não recomendo essa obra.

Sete Mentiras tem aquela deliciosa narrativa em primeira pessoa em que somos um pouco reféns do ponto de vista de um personagem. Neste caso de Jane, a pessoa que vai nos conduzir por uma trama em que a amizade atinge níveis doentios. Desde criança, Jane é amiga de Marnie e a intimidade de compartilhar segredos e momento e de crescerem juntas fez com que essa amizade criasse laços fortes. De confiança. De lealdade. Só que Jane é um tanto quanto obsessiva. Talvez psicótica. Ciumenta. São muitos os adjetivos que podemos usar. O fato é que Jane tem ciúmes de Marnie. Aquele ciúme pesado que atinge até a filha, ainda bebê. E Jane é um pouquinho má. Inclusive a ponto de esconder da amiga a forma como seu marido faleceu.

Assim, dividido em partes, em que cada uma traz uma das mentiras contadas por Jane para Marnie, acompanhamos a louca obsessão (sem comparações com o filme, por favor) de uma mulher que “apenas” quer toda a atenção da amiga pra si. Lembrando sempre que todo o ponto de vista é da própria Jane, apesar de que ela acaba sendo muito sincera e nos contando absolutamente tudo. E, acreditem, ela é uma vaca!

Apesar de parecer um thriller bem interessante, e minhas expectativas eram bem altas, além da própria sinopse instigar a curiosidade, a verdade é que Sete Mentiras me decepcionou por trazer uma história que subestima um pouco da nossa inteligência. Sim, eu sei que se trata de uma ficção, mas a ingenuidade (pra usar uma palavra bem leve) da personagem Marnie é difícil demais de engolir. Ao mesmo tempo que o ardil de Jane em escapar de uma certa coisa que ela faz é incrível demais. É tudo muito bem montado para dar certo e atender à ideia da autora, mas sem nenhuma preocupação de que ambas as personagens são muito fakes. Talvez essa seja minha melhor definição para Sete Mentiras: forçado demais.

Nunca é demais reforçar que leituras são experiências individuais e cada um traz sua bagagem literária e encara um livro de um jeito. O que funciona pra mim, pode não funcionar pra vocês e vice-versa. Portanto, quem se aventurar por Sete Mentiras pode vir aqui, por favor, compartilhar suas impressões e quem sabe me trazer novos pontos de vista.

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A Autora: Elizabeth Kay iniciou a carreira como assistente editorial na Penguin Random House. Hoje, é editora sênior, além de seguir sua paixão pela escrita. Ganhou o primeiro concurso literário aos oito anos e, desde então, não parou de escrever. Atualmente, Elizabeth mora em Londres.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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