Sinopse Rocco: Hal Westaway lê cartas de tarô no cais de Brighton e, desde a morte da mãe, luta diariamente para pagar suas contas e sobreviver. A notícia inesperada de uma herança pode mudar sua vida para sempre e, mesmo sabendo que tudo pode ser um enorme engano, ela decide acreditar… e jogar. Quando Hal Westaway recebe uma carta inesperada anunciando que ela herdou uma soma substancial de sua avó da Cornualha, aquilo lhe parece uma resposta às suas preces. Ela deve dinheiro a um agiota e as ameaças do sujeito estão cada vez mais agressivas: ela precisa botar a mão em dinheiro vivo o mais breve possível. Existe apenas um problema: as avós de Hal morreram há mais de vinte anos. A carta foi enviada à pessoa errada. Hal sabe, no entanto, que as técnicas que usa para “ler” as pessoas através do tarô podem ajudá-la a conseguir esse dinheiro. Se alguém tem habilidade para comparecer ao funeral de um estranho e reivindicar um espólio que não lhe pertence, é ela. Ao chegar à cerimônia, porém, Hal percebe que há algo muito, muito errado a respeito de toda aquela situação, e a herança está no centro de tudo. Mas Hal Westaway fez sua escolha, e não pode voltar atrás. Ela precisa continuar ou arriscar perder tudo. Até mesmo a própria vida. (Resenha: A Morte da Sra. Westaway)

Opinião: O delicioso suspense tradicionalíssimo em que um grupo bem restrito de pessoas é posto à prova para descobrirmos quem é o vilão é a descrição mais rápida que eu faço da obra de Ruth Ware, A Morte da Sra. Westaway. E esse suspense é temperado por previsões do tarô e uma milionária que decidiu brincar com ânimos de sua família depois de morta. Pronto! Você já tem tudo o que precisa saber como incentivo para mergulhar nessa história. Ah, uma chamada de capa destaca o livro como sendo ideal para os fãs de Agatha Christie e, embora eu não curta muito esse tipo de comparação, tenho que concordar que acertaram na mosca.

Quem me acompanha aqui no Leitor Compulsivo sabe que Ruth Ware não me conquistou com nenhum dos outros dois livros que li dela (confira no fim da resenha os links). Contudo, dessa vez a autora me fisgou sem dó (Amém?). A Morte da Sra. Westaway é um suspense de primeira qualidade que brinca com todos os elementos possíveis para embaralhar nossa cabeça. E é bem sucedido nessa intenção! A sinopse já detalha bem o que vocês vão encontrar na obra, mas vamos esmiuçar um pouquinho alguns pontos…

A protagonista Hal é construída como uma menina forte que aprendeu desde cedo a superar as dezenas de desafios da vida – a perda da mãe em um acidente de trânsito sendo o maior deles. Endividada e ameaçada por um agiota ela tem a oportunidade de resolver seus problemas quando recebe uma carta comunicando ser herdeira de uma milionária que ela nunca ouviu falar. O sobrenome é único elo que liga Hal à velha falecida e mesmo cheia de todos os puderes e pesos na consciência, ela decide embarcar rumo à cidadezinha, encarar o que vier pela frente e conseguir uma fatia financeira que possa dar um novo rumo para sua situação. Parece simples falando assim ne? E a autora durante um bom tempo fez parecer simples demais, até inverossímil. Só que existe um quebra-cabeças bem montado que à medida que os capítulos avançam vai apresentando contornos que jamais poderíamos imaginar. Ruth Ware soube muito bem esconder vários segredos ao longo da trama de forma a justificar sem furos o “golpe” de Hal.

Agora pensem no que vocês vão encontrar nesse livro: uma jovem bancando uma farsa diante de uma família super acolhedora, uma governanta daquelas misteriosas e extremamente mal humorada, uma falecida milionária que parece ter traçado um plano vingativo para seus herdeiros e, pra fechar, alguém que surge disposto a cometer um crime para manter segredos bem guardados. Tudo isso em capítulos curtos que fazem a trama fluir no melhor ritmo de suspense, alguns plots para dar aquela emoçãozinha ou embaralhar a cabeça, e trechos soltos de um diário que confundem pra caralho até entendermos tudo. O resultado é uma leitura ágil e que surpreende quando tudo acaba sendo revelado. Aqui aproveito pra confessar que desconfiei de alguém, voltei atrás, fique na dúvida, passei a ter certeza sobre outro e no fim… Bom aí fica pra leitura de cada um!

Exigente com suspenses, confesso que às vezes de forma exagerada e não-justificada, A Morte da Sra. Westaway passou no meu teste de qualidade e habilitou Ruth Ware para que eu siga lendo suas obras. O clima inglês de cidadezinhas isoladas, os muitos segredos escondidos em cada cômodo da mansão e os personagens enigmáticos que escondem muito por trás dos sorrisos me conquistaram. Joguem as cartas e vejam se conseguem desvendar essa trama.

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Da Autora leia também:

A Morte da Sra. Westaway

O Jogo da Mentira

A Mulher na Cabine 10

A Autora: Ruth Ware cresceu em Sussex, na costa sul da Inglaterra. Trabalhou como garçonete, livreira, professora de inglês como língua estrangeira e assessora de imprensa. Mora no norte de Londres com sua família. Seu thriller de estréia, In a Dark, Dark Wood, foi best-seller do New York Times.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

2 COMENTÁRIOS

  1. Curti muito mais esse do que A mulher na cabine 10!

    Sem dúvida um romance bem trabalho, com as coisas bem encaixadas, um enredo que prende, uma protagonista cativante. Aprovadíssimo!

  2. Eu gostei também, mas achei o final mal resolvido. Sem dar spoiler, o lance dos dentes quebrados fica sem solução. Ou eu perdi? De todo modo, é um livro que prende a gente.

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