Sinopse HarperCollins: Quando Charles Wallace Murry, agora com quinze anos, grita em desespero a invocação de uma antiga runa para afastar a escuridão, uma criatura radiante aparece. É Gaudior, unicórnio e viajante do tempo. Charles Wallace e Gaudior devem viajar até o passado através dos ventos do tempo e tentar encontrar um Pode-Ter-Sido, um momento do passado em que todos os eventos que se seguiram até o presente podem ser mudados, e o futuro da Terra – esse pequeno planeta em seu giro veloz – pode ser salvo. (Resenha: Um Planeta em seu Giro Veloz – Madeleine L’Engle)

Opinião: Acompanhando o crescimento dos personagens apresentados em Uma Dobra no Tempo, embora em uma história que pode ser lida de forma independente, este terceiro livro traz a trama mais bem elaborada da série até o momento. Um Planeta em seu Giro Veloz se aprofunda nas possibilidades da ficção científica, e flerta de forma mais explícita com as tensões que marcavam o mundo na época em que o livro foi escrito.

Semelhante às obras anteriores da série, Um Planeta em seu Giro Veloz tem uma narrativa bem simples e objetiva, tendo início em algum acontecimento na casa dos Murry e se desenrolando em torno de uma pedra de observação, situado no terreno onde fica a casa dos protagonistas. Dali parte a aventura da vez, que claramente se inspirou nos rumos políticos do nosso mundo real. Protagonizado exclusivamente por Charles Wallace, o livro viaja no tempo buscando consertar pontos do passado que possam influenciar no presente e decidir o futuro. Explicitamente está a preocupação com as ameaças nucleares entre Estados Unidos e União Soviética, tendo ditaduras sul-americanas como pano de fundo.

Escrito em 1978, no auge, portanto, da Guerra Fria, pode-se supor que parte do enredo do livro baseou-se, mesmo que por alto, na crise dos mísseis de 1962 que teve como cenário a ilha de Cuba. A tensão nuclear é evidente na preocupação do pai de Charles Wallace e fica claro que a missão do garoto, agora com 15 anos, é salvar o mundo de uma catástrofe devastadora.

Eventos históricos à parte, o lado aventureiro e fascinante da escrita de Madeleine se mantém presente trazendo viagens no tempo e costurando uma trama genealógica bem elaborada em que diferentes gerações vão se sucedendo e moldando, com seus atos, a tensão vivida pelos personagens da obra. Em termos de construção de enredo, de longe este é o melhor livro da série, mesmo que em alguns momentos o grande número de personagens com nomes semelhantes possa confundir o leitor.

Ao apresentar os personagens já crescidos, e com novos rumos na vida, a autora dispensa detalhamentos, deixando claro que não tinha nenhum compromisso com continuações em que tudo precisava ser minuciosamente explicado. Ela apenas segue a linha geral traçada no primeiro livro, mas não se preocupa em situar o leitor em como certos acontecimentos se deram, principalmente na vida pessoal de Meg, que por motivos que vocês vão saber quando embarcar na leitura, não teve como participar ativamente desta aventura.

Apesar de nós, leitores mais velhos, enxergamos as entrelinhas da história, Um Planeta em seu Giro Veloz segue o estilo infanto-juvenil aventureiro. O conjunto da série compõe, até agora, uma história educativa e mágica. Metaforicamente ela passa seu recado e deixa boas mensagens, que nunca são excessivas.

Avaliação: 4 Estrelas

//

Leia também

Uma Dobra no Tempo

Um Vento à Porta

A Autora: Madeleine L’Engle (1918-2007) foi uma escritora norte-americana mais conhecida por seus trabalhos de ficção científica YA, particularmente por Uma dobra no tempo e suas sequeências. Suas obras refletem seu forte interesse pela ciência moderna.

Deixe uma resposta