Sinopse HarperCollins: Era uma noite escura e tempestuosa; a jovem Meg Murry e seu irmão mais novo, Charles Wallace, descem para fazer um lanche tardio quando recebem a visita de uma figura muito peculiar. “Noites loucas são a minha glória”, diz a estranha misteriosa. “Foi só uma lufada que me pegou de jeito e me tirou da rota. Descansarei um pouco e seguirei meu rumo. Por falar em rumos, meu doce, saiba que o tesserato existe, sim. ” O que seria um tesserato? O pai de Meg bem andava experimentando com a quinta dimensão quando desapareceu misteriosamente…. Agora, com a ajuda de três criaturas muito peculiares, chegou o momento de Meg, seu amigo Calvin e Charles Wallace partirem em uma jornada para resgatá-lo. Uma jornada perigosa pelo tempo e o espaço. (Resenha: Uma Dobra no Tempo – Madeleine L’Engle)

Opinião: Há muito tempo não lia uma história tão descompromissada, leve, curiosa e envolvente como em Uma Dobra no Tempo. Claramente uma obra infanto-juvenil, a trama é pensada sob medida para encantar também os adultos com seu enredo de aventuras por outros planetas. Mistura de ficção científica com fantasia, o livro traz todos os elementos necessários para fisgar nossa imaginação e nos levar ao que vou chamar de “mundo dos sonhos”, que seriam lugares como Nárnia, Hogwarts, o País das Maravilhas ou a Terra do Nunca. O importante aqui é se entregar ao prazer da aventura.

Uma Dobra no Tempo narra a saga dos irmãos Meg e Charles, com a ajuda do amigo Calvin, em busca de seu pai desaparecido. Aparentemente o Sr. Murry, pai do casal de irmãos, perdeu-se em algum lugar do espaço. Para empreender essa jornada, o trio conta com o empurrãozinho de três estranhas criaturas (ou seres? Talvez bruxas?): as senhoras Quequeé, Quem e Qual. E de quebra ainda vão descobrir e contar com a ajuda de habitantes de diversos planetas, cada qual mais peculiar que o anterior.

A fórmula de sucesso de uma fantasia se mantém, também, na composição dos protagonistas. É um trio (como sempre) em que cada um complementa as qualidades e sustenta os defeitos do outro. Essa é a base da construção das lições de companheirismo e de fortalecimento dos laços de amizade que estão nas entrelinhas das falas dos personagens mais velhos. E como não poderia deixar de ser, as crianças foram minuciosamente desenvolvidas para não só gerar uma imediata simpatia de nossa parte, como também para que nos transportássemos para a pele do personagem preferido de forma a vivermos aquela aventura. Cada leitor vai, no íntimo, “tesserar” do conforto de seu sofá para os longínquos inexplorados do universo. Essa é magia que faz de Uma Dobra no Tempo um dos muitos clássicos da literatura de fantasia.

Para além dos elementos fantásticos, o livro fala de ciência, com teorias e experimentos, de uma forma bem inteligente, e traz as boas e velhas lições de amor, união, amizade, etc., indispensáveis à essas histórias. Curiosamente, devido à autora rechear a obra de citações bíblicas, Um Dobra no Tempo passou a ser classificado, por alguns, como uma “ficção científica cristã”. Respeitando as diversas interpretações que cada um possa fazer, acredito que essa associação religiosa passa longe da realidade da obra. O livro não é um manifesto religioso, e seu compilado de lições pode ser encontrado em qualquer outra obra do gênero, simplesmente porque isso faz parte da essência de uma fantasia infanto-juvenil.

A aventura e a magia de Uma Dobra no Tempo fazem parte do rol de histórias que precisam ser lidas por e para crianças e adultos. São jornadas que despertam a paixão pela leitura, ampliam os horizontes da imaginação, encantam e educam. Liberte seu lado aventureiro e explore sem medo os segredos e habitantes dessas galáxias infinitas. Seu lado infantil vai agradecer.

Avaliação: 4 Estrelas

A Autora: Madeleine L’Engle (1918-2007) foi uma escritora norte-americana mais conhecida por seus trabalhos de ficção científica YA, particularmente por Uma dobra no tempo e suas sequeências. Suas obras refletem seu forte interesse pela ciência moderna.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

2 COMENTÁRIOS

  1. O filme foi excelente, definitivamente vou ler o livro. Chris Pine também fazia parte de mulher maravilha elenco onde ele fez um ótimo desempenho. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Além, acho que a sua participação neste DC comics filme realmente ajudou ao desenvolvimento da história.

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