Resenha: Cartas de Amor aos Mortos – Ava Dellaira

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Resenha: Cartas de Amor aos Mortos - Ava Dellaira

Sinopse Editora Seguinte: Alguns segredos só conseguimos contar aos nossos maiores ídolos. Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho. (Resenha: Cartas de Amor aos Mortos – Ava Dellaira).

Opinião: Cartas de Amor aos Mortos foi lançado em 2014 pela Editora Seguinte e desde então fiquei com muita vontade de ler, mas foi passando… passando e na Bienal do Rio de 2017, enfim, comprei esse livro e coloquei na minha lista de leitura. Na época de seu lançamento, o livro foi um verdadeiro sucesso, tendo mais de 12 mil registros de leituras no Skoob e hoje eu trago para você as minhas impressões sobre essa história emocionante e devastadora.

A dor que sentimos ao perder uma pessoa querida pode machucar a alma. Como todo processo de recomeço sempre temos dois caminhos a seguir no momento de luto: mantê-lo indefinidamente, sofrendo por tudo que deixamos de ter ou, vivê-lo, e buscar um novo caminho para seguir em frente e lidar com aquilo que não podemos evitar. Laurel, a protagonista dessa história, vive a dor da perda de sua irmã, sofrendo por não poder dizer e fazer tudo aquilo que talvez estivesse ao seu alcance. Acompanhamos uma protagonista com um sofrimento tão profundo, sensível e, de certa forma, realista, que é difícil não parar em alguns momentos da leitura,  refletir sobre nós mesmos, e seguir  em frente.

Ava Dellaira construiu uma história rica e envolvente, nos surpreendendo com a delicadeza e sensibilidade das suas palavras. Diferente da maioria dos livros, aqui não temos os tradicionais capítulos. Avançamos lendo as cartas que Laurel escreveu a pessoas que já tinham morrido, como Kurt Cobain, Amy Winehouse, Heath Ledger e vários outros. Através de cada carta vamos acompanhando uma jovem que pouco a pouco vai superando sua própria perda e encontrando seus novos caminhos. Temos a oportunidade de conhecer os personagens que a cerca, criando uma afeição profunda por alguns e um ódio mortal por outros.

Há alguns dias terminei essa leitura e desde então me pego pensando por vários momentos nas reflexões que a história se propôs. Obviamente que o ponto central é a morte de May, sua irmã, mas a história revela que ao longo de toda a sua vida Laurel foi marcada por muitos outros fatos e que as cartas não foram enviadas em vão. Cada carta foi enviada a personalidades que tinham intensa identificação com a própria vida de Laurel. E esse, acredite, foi o grande destaque dessa história (e isso não é um spoiler).

Se você, assim como eu, já conhecia esse livro e vinha adiando essa leitura, priorize ele na sua estante. Se por acaso você ainda não conhece, na primeira oportunidade adquira um exemplar e mergulhe nesse mar de cartas que falam de amor, reencontro, cura, amadurecimento e vão deixar sua alma mais leve, com vontade de olhar tudo o que tem em volta e agradecer a Deus por isso.

Avaliação: 5 de 5 estrelas.

Sobre a autora: Ava Dellaira é formada pela Universidade de Chicago e mestre pela Iowa Writers’ Workshop. Ela cresceu em Albuquerque, no Novo México, onde passou incontáveis tardes de verão fazendo poções mágicas, lutando contra bruxas más e se divertindo com outras brincadeiras inventadas, que provavelmente contribuíram para que se tornasse uma contadora de histórias. Atualmente vive em Santa Monica, na Califórnia, onde trabalha na indústria cinematográfica e escreve seu segundo romance.

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