Sinopse Morro Branco: Nix é uma viajante do tempo. Ela e seu pai, Slate, velejam a bordo do Temptation, um navio pirata repleto de tesouros. Tudo que Slate precisa é um mapa certo para viajar a qualquer tempo e lugar, real ou imaginário: seja para a China no século 19; terras vindas direto das Mil e Uma Noites ou até mesmo uma mítica versão da África. Apesar das inúmeras possibilidades, o pai de Nix está obcecado com um mapa específico: Honolulu, 1868 – o ano de nascimento de Nix e a última vez em que ele viu sua esposa viva. E, por uma chance de reencontrá-la mais uma vez, Slate está disposto a sacrificar a tudo e a todos. Quando o desejado mapa aparece, Nix vê sua própria existência em perigo e agora deve descobrir o que quer, quem é, e aonde realmente pertence, antes que seu tempo acabe. Para sempre. (Resenha: The Girl From Everywhere – Heide Heilig)

Opinião: Entre as muitas coisas que fascinam o ser humano, o poder de viajar no tempo com certeza está entre as mais almejadas. É tentador pensar na possiblidade de se deslocar pelos anos/séculos a fora e, quem sabe, tomar uma outra decisão ou corrigir algo feito sem pensar. Como isso é impossível (pelo menos dentro do que conhecemos hoje), a literatura se encarregou de imaginar os diversos cenários possíveis para uma viagem pelo passado ou pelo futuro. Bem-vindos, então, a bordo do Temptation, um navio capaz de navegar pelo tempo com a simples ajuda de um mapa.

Em The Girl From Everywhere – O Mapa do Tempo descobrimos que basta ter o mapa correto para que possamos nos deslocar para qualquer época, real ou imaginária. Ah, mas não é tão simples assim. São raríssimas as pessoas com o dom de “ler” esses mapas de forma a atravessar as barreiras do tempo. Uma delas, claro, é o capitão Slate. A outra, é sua filha Nix, uma jovem de 16 anos que cresceu a bordo desse navio sem porto certo. Só que para além das aventuras de desvendar as diversas facetas do mundo, a vida real assombra esse navio. O motivo? A mãe de Nix morreu no parto e ela carrega a “culpa” por essa morte. Já seu pai desenvolveu uma obsessão: conseguir o mapa que o leve de volta ao tempo em que a esposa ainda era viva.

Velas ao vento…. É em cima deste drama familiar que a trama do livro, construída com elementos originais e criativos, e recheada de referências e inspirações históricas e mitológicas, se desenrola. O tempo é o grande fio condutor que se esconde por trás da história. Os personagens são seduzidos pela oportunidade de voltar atrás e, talvez, reescrever algo ou reverter situações. Como lidar com essa tentação? Essa é a pergunta que Nix precisa responder para decidir se ajuda ou não seu pai. Afinal, quais as consequências de retornar a uma época em que ela ainda não existia?

Heidi Heilig nos entrega um livro leve, descompromissado. A ordem aqui é nos entregarmos aos caminhos da imaginação. A fantasia desenvolvida na obra me lembrou muito os clássicos consagrados do gênero, algo como Peter Pan, de J.M. Barrie, por exemplo. A história tem uma pegada mais rara nas produções atuais. Literalmente é o momento nos vestirmos para grandes aventuras e desvendarmos mundos passados e vindouros.

A narrativa é 100% linear, ou seja, não há um clímax. Com isso, em alguns momentos, sente-se falta daquele “algo a mais”, uma injeçãozinha de adrenalina que pudesse dar mais movimentação para a história. A autora acabou gastando um número excessivo de páginas para criar um flerte juvenil entre os personagens Nix e Blake e, com isso, deixou para segundo plano a ação que poderia compor melhor a obra. Entretanto, esse ponto negativo acaba sendo compensado pelo conjunto geral da originalidade e pelos simpáticos personagens apresentados.

The Girl From Everywhere – O Mapa do Tempo pode ter sido ofuscado por obras de maior qualidade do gênero fantasia que foram lançadas ao longo de 2017. Infelizmente, no comparativo, o livro acaba deixando muito a desejar e provavelmente não agradará à maioria dos leitores. Porém, reforço a indicação de que, havendo oportunidade, não deixem de mergulhar nessa leitura. Ainda mais que vem vindo por aí um volume II e provavelmente a história ganhará mais corpo e maturidade. A conferir!

Avaliação: 3,5 Estrelas

A Autora: Heidi Heilig cresceu no Havaí, onde montou cavalos e levantou pavões, e depois se mudou para a cidade de Nova York e cresceu ainda mais, como se costuma fazer. Seu hobby favorito, fora da escrita, é a viagem, e ela se divertiu com os tapetes do Marrocos, subiu as trilhas do Vale de Ko’olau e se aconchegou em uma tenda na África, enquanto os leões rugiam no escuro. Ela detém um MFA da Universidade de Nova York em Redação de Teatro Musical. Escreveu livros e letras para shows, incluindo The Time Travelers Convention, Under Construction e The Hole. Ela mora no Brooklyn com seu marido e sua cobra de estimação, cujas asas provavelmente crescerão qualquer dia.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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