Sinopse Biblioteca Azul: Dos subúrbios de Boston para uma prestigiosa universidade para moças. Do campus para um estágio em Nova York. O mundo parecia estar se abrindo para Esther Greenwood, entre o trabalho na redação de uma revista feminina e uma intensa vida social. No entanto, um verão aparentemente promissor é o gatilho da crise que levaria a jovem do glamour da Madison Avenue a uma clínica psiquiátrica. Assim como a protagonista, a autora foi uma estudante com um histórico exemplar que sofreu uma grave depressão. Muitas questões de Esther retratam as preocupações de uma geração pré-revolução sexual, em que as mulheres ainda precisavam escolher se priorizavam a profissão ou a família, mas A redoma de vidro segue atual. Além da elegância da prosa de Plath, o livro extrai sua força da forma corajosa como trata a doença mental. (Resenha: A Redoma de Vidro – Sylvia Plath)

Opinião: Único romance de Sylvia Plath e sua última obra publicada – a autora suicidou um mês após, A Redoma de Vidro é uma montanha russa de emoções. Uma leitura que se alterna do leve ao pesado, do descontraído ao sufocante, e em alguns momentos chega a nos angustiar. É uma obra profunda e densa que percorre os caminhos da depressão com toques quase autobiográficos.

Uma das grandes poetas norte-americanas, Sylvia teve uma vida conturbada, marcada por uma profunda depressão. Tentou suicídio mais de uma vez e acabou sendo internada em uma clínica psiquiátrica. Boa parte de sua vivência serviu de inspiração e está presente na composição da personagem Esther, de A Redoma de Vidro. Uma garota normal como qualquer outra com uma vida recheada com tudo aquilo que nossa sociedade coloca como pontos-chave para a felicidade: formação universitária somada a um bom emprego ou boas perspectivas profissionais, festas e noitadas, ótimos relacionamentos tanto amorosos quanto de amizade, dinheiro, viagens… Só que isso tudo pode significar nada para muitas pessoas. Esse conjunto de “conquistas” não é sinônimo de felicidade, de estar bem consigo e com o mundo ao seu redor. Esther se sentia assim. Apesar de toda a sua rotina sem pausas, no fundo ela sentia um grande vazio. E vivia em uma sociedade que não compreendia (talvez ainda não compreenda) isso.

A escrita de Sylvia é envolvente e nós sentimos o turbilhão de emoções que tragam a personagem para “o fundo do poço”. Esther tem tudo e sente que não tem nada. Para a sociedade, isso é doença mental. E assim a obra vai percorrendo os caminhos e as tentativas da personagem de encontrar uma saída. Pular pra fora da vida pode ser a opção mais fácil e mais segura principalmente quando buscar um recomeço, sem apoio, é quase impossível. A redoma que envolve a personagem não é facilmente quebrável. Talvez nunca seja. Ela sempre vai pairar à espreita. E isso é angustiante.

A Redoma de Vidro é uma leitura difícil, profunda, triste e pesada. Não é uma literatura para descontrair. Ela nos faz pensar e refletir muito sobre nós mesmos, independentemente de como nos sentimos com relação a tudo e a todos. Ela nos faz pensar e refletir muito sobre os que vivem ao nosso redor e como nos comportamos com relação e eles. A história de Esthers e Sylvias acontece diariamente. Talvez bem ao nosso lado…

Avaliação: 5 Estrelas

A Autora: Sylvia Plath foi uma poetisa, romancista e contista norte-americana. Reconhecida principalmente por sua obra poética, Sylvia Plath escreveu também um romance semi-autobiográfico, “A Redoma de Vidro”, sob o pseudônimo Victoria Lucas, com detalhamentos do histórico de sua luta contra a depressão. Assim como Anne Sexton, Sylvia Plath é creditada por dar continuidade ao gênero de poesia confessional, iniciado por Robert Lowell e W.D. Snodgrass.

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