Sinopse Intrínseca: Raptado por um homem mascarado, Jason é levado para uma usina abandonada e deixado inconsciente. Quando acorda, um estranho sorri para ele, dizendo: “Bem-vindo de volta, amigo”. Neste novo mundo, Jason leva outra vida. Sua esposa não é sua esposa, seu filho nunca nasceu e, em vez de professor numa universidade mediana, ele é um gênio da física quântica que conseguiu um feito inimaginável. Algo impossível. Será que é este seu mundo, e o outro é apenas um sonho? E, se esta não for a vida que ele sempre levou, como voltar para sua família e tudo que ele conhece por realidade? Com ritmo veloz e muita ação, Matéria escura nos leva a um universo muito maior do que imaginamos, ao mesmo tempo em que comove ao colocar em primeiro plano o amor pela família. Marcante e intimista, seus múltiplos cenários compõem uma história que aborda questões profundamente humanas, como identidade, o peso das escolhas e até onde vamos para recuperar a vida com que sonhamos. (Resenha: Matéria Escura – Blake Crouch)

Opinião: Cultuado autor da trilogia Wayward Pines, Blake Crouch se aventura em Matéria Escura naquela perguntinha que todo mundo já se fez um dia: e se….? Quais os rumos nossa vida teria tomado se tivéssemos escolhido outra profissão, nos casado com outra pessoa, ou simplesmente não atravessado uma rua em determinado momento? São essas as respostas que o protagonista Jason encontra ao acordar após um estranho sequestro.

Com uma narrativa singular, envolvente e carregada de mistério, já característica do autor, Matéria Escura nos apresenta ao professor Jason, sua esposa, filho, e uma vida de sacrifícios, mas feliz. Após ser raptado e aparentemente sedado, ele acorda em uma outra realidade de sua vida. Uma realidade na qual havia optado por não se casar e tinha se tornado um premiado cientista. Atordoado, Jason começa uma corrida contra o tempo para retornar ao seu verdadeiro mundo com a família que construiu. Mas cada tentativa pode gerar desdobramentos, afinal cada escolha traz consigo inúmeras consequências.

Trabalhando com a difícil temática da física quântica, Blake Crouch produziu um livro de fácil entendimento, nos levando por inumeráveis labirintos de realidades alternativas. A linguagem da obra é claramente cinematográfica, alternando momentos de velocidade no começo e fim com trechos bem mais lentos próximos ao meio da obra. Os personagens são bem neutros, cumprindo seu papel na trama, mas sem nos cativar. É um livro que lemos, nos envolvemos com a história, mas não criamos identificação ou mesmo simpatia pelos personagens. Os desdobramentos científicos que vão permitir chegar ao desfecho acabaram prendendo mais minha atenção do que o destino do protagonista.

Apesar do claro estilo ficção científica futurista, Matéria Escura reflete, no fundo, sobre o quanto nossas escolhas nos definem e definem a vida dos que nos rodeiam. Cada ato, por mais simples que possa parecer, gera uma consequência. E as consequências nos acompanham, ou perseguem, pelo resto de nossa vida. Afinal, nem sempre a vida dos sonhos seria tão feliz quanto a vida real (ou vice-versa).

Explorando de forma demasiada alguns pontos e deixando bem a desejar na etapa final, Matéria Escura é um livro abaixo do que o autor já produziu. Pines, por exemplo, é bem superior. Vale, porém, a leitura como um bom passatempo.

Avaliação: 4 Estrelas

O Autor: Blake Crouch é roteirista e autor de diversos best-sellers. Seus livros já foram traduzidos para mais de trinta idiomas e venderam mais de um milhão de exemplares. Mora com a família no estado americano do Colorado.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

3 COMENTÁRIOS

    • Gostei da resenha, mas discordo sobre não haver simpatia com os personagens. Realmente faltou um detalhamento maior para termos afinidade, mas toda a trama em si desenvolve uma estrutura sentimental sobre os personagens. Jason é um homem de família que se vê em um pesadelo e toda a sua vida em risco a partir daí até o fim, isso por si só já cria uma tensão que nos cativa com ele. Analisamos sua personalidade ao longo do livro, um homem confuso, mas que tentou sempre se manter racional, até no momento em que a racionalidade talvez não fosse o melhor caminho. Um dos vários caminhos, haha.

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