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Resenha: Cérebro – Robin Cook

Sinopse Record: Uma jovem chega ao Centro Médico da Universidade Hobson para apanhar seus registros médicos e nunca mais é vista… Inexplicavelmente, outra jovem agoniza e tem uma morte horrível durante uma operação no cérebro sob anestesia local… Oculto no fundo de uma gaveta no necrotério do hospital acha-se um cadáver de mulher cujos órgãos estão intactos, mas ao qual falta o cérebro, que está desaparecido… Quando o Assistente-Chefe de Neuro-radiologia Martin Philips e Denise Sanger, linda e jovem médica-residente que é sua amante, se veem tolhidos em sua pesquisa por esses estranhos eventos, as investigações que eles estão fazendo são surpreendentemente suspensas pelas autoridades do hospital. Ao persistirem em continuar as pesquisas, são envolvidas num verdadeiro turbilhão de acontecimentos, tendo com eles um segredo muito mais terrível do que suas mais pavorosas fantasias – segredo que transformará Philips num fugitivo e Denise numa impotente cativa de uma conspiração que exige dela muito mais que sua própria vida. (Resenha: Cérebro – Robin Cook)

Opinião: Robin Cook é um dos meus escritores favoritos, e percebi que nunca havia resenhado nada dele, então decidi começar por uma das obras da fase inicial de sua carreira. Conhecido por ser o criador do suspense médico, mesclando situações do cotidiano da profissão com tramas perturbadoras, Cook tem mais de trinta romances publicados. A partir de hoje buscarei compartilhar com vocês, periodicamente, essa imensa e extremamente intrigante produção.

Publicado em 1981, Cérebro tem todos os ingredientes que consagraram Robin Cook como autor de thrillers, embora eu considere esta obra especificamente como um pouco inferior a outras desse mesmo período de sua carreira. A trama acompanha o Dr. Martin Philips e as dúvidas que o instigam a partir da morte de uma paciente durante uma operação em seu cérebro. Quando mais tenta descobrir as causas do óbito, mais dúvidas, empecilhos e mortes aparecem em seu caminho. O que parecia uma doença estranha ou não diagnosticada começa a soar como uma grande conspiração envolvendo não só médicos como a própria direção do hospital.

Começa então uma corrida em busca da verdade em que necrotérios, laboratórios de patologia, radiografias, exames ginecológicos e jargões médicos se transformam em elementos corriqueiros e familiares para os leitores. Esse, pra mim, é o maior fascínio da obra de Cook. O horror médico de seus livros é palpável porque é uma ficção muito próxima do real. Por mais inventivas que sejam suas histórias, todas elas possuem um pé muito bem fincado na realidade. Em outras palavras, a maioria dos experimentos e situações pode realmente acontecer.

No caso de Cérebro, somos jogados numa trama em que a ética médica é colocada em xeque em nome do avanço das pesquisas. “Os resultados justificam os métodos”, afirma um dos personagens, munido de alto apoio governamental para tocar sua pesquisa em busca de “não vou dar spoilers”. Cook lá no começo da década de 80 já apontava o dedo para a vontade do homem em descobrir os mistérios do cérebro para usos tecnológicos não necessariamente benéficos.

Com uma linguagem veloz, sem muitos rodeios desnecessários, o livro fisga o leitor e vai apavorando à medida que descobrimos o que está por trás das mortes misteriosas. Os personagens são medianamente desenvolvidos, uma característica ruim, mas que mudou consideravelmente para melhor nas obras posteriores do autor. O ponto mais que negativo vai para a péssima tradução dessa edição, algo infelizmente bastante comum no trabalho das editoras brasileiras até meados da década de 1990.

Sou da opinião de que quando gostamos pra valer de um autor, ler sua obra completa é fundamental. Já tive surpresas fantásticas ao explorar livros pouco conhecidos de diversos autores, e com Robin Cook não foi diferente. Cérebro fica a dever em diversas características quando comparado ao conjunto da obra, mas é uma leitura imperdível para termos conhecimento desse universo do thriller médico e nos assombrarmos com as possiblidades escondidas dentro das pesquisas neurológicas.

PS: Assim como Cérebro, a maioria das obras da fase inicial da carreira de Robin Cook encontram-se fora de catálogo no Brasil, sendo necessário um bom garimpo por sebos para encontrá-las. Os últimos três livros lançados dele vieram como um novo e atraente desenho gráfico, mostrando que a Record ainda se preocupa com a qualidade de sua obra. Fica um pedido para a editora pensar com carinho em reeditar alguns desses livros em nova tradução.

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O Autor: Robin Cook médico e escritor, Robin Cook é largamente creditado como o introdutor do termo ‘médico’ como um gênero literário. Por isso, 20 anos depois do lançamento de seu primeiro livro, “Coma”, ele continua a dominar a categoria que ele mesmo criou. Cook combinou com sucesso fatos médicos com fantasia para produzir uma sucessão de best-sellers do The New York Times.

Em cada uma de suas obras, Robin Cook busca escrever sobre os bastidores da prática médica atual. Explorou, entre outras coisas, a doação de órgãos, engenharia genética, a fecundação in vitro, pesquisas sobre drogas e transplantes de órgãos, entre outros.

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