Sinopse Arqueiro: Segunda Guerra Mundial. Na fúria expansionista do Terceiro Reich, a França é tomada pelas tropas alemãs. Os alemães estão cientes de que as forças aliadas planejam libertar a Europa. A oficial inglesa Felicity Clairet sabe que Hitler depende de suas linhas de comunicação para repelir um ataque. Assim, a dias da invasão pelos Aliados, a principal meta é inutilizar a maior central telefônica da Europa, alojada num palácio em Sainte-Cécile. Porém, esse local é altamente vigiado e à prova de bombardeios. Felicity e o marido, um dos líderes da Resistência francesa, tentam um ataque direto, mas Michel é baleado e seu grupo, dizimado. Com a credibilidade posta em questão por seus superiores, a oficial recebe uma última chance. Ela tem nove dias para formar uma equipe de mulheres e entrar no palácio sob o disfarce de faxineiras. Mesmo ciente do perigo, a equipe Jackdaws tentará explodir a fortaleza e aniquilar qualquer chance de comunicação alemã. (Resenha: As Espiãs do Dia D – Ken Follett)

Opinião: Ler sobre guerras sempre é uma experiência que vai além do texto. No caso dos romances, escolher colocar o leitor na posição vulnerável de um mero espectador sujeito aos eventos futuros de um cenário caótico e extremamente perigoso é um papel que pode ser certeiro ou catastrófico. No caso de Ken Follett em As espiãs do dia D, a segunda opção não acena nem de longe.

Em poucas páginas, o autor – conhecido pela trilogia O Século e pelo sucesso Os Pilares da Terra – prende a atenção e vai entregando aos poucos o que vem a ser um excelente livro de ação. O pequeno calhamaço passa das 520 páginas na edição Pop Chic da Arqueiro, mas o leitor nem sente de tão fluida e envolvente que é a leitura.

Através de uma narrativa cronológica marcada pelos dez dias da missão principal, a trama se desenrola entre os diversos personagens, mas principalmente entre Felicity “Flick” Clairet e Dieter Franck. Ela é uma espiã inglesa à frente da organização que quer atacar a maior central telefônica da Europa. Ele é um oficial alemão de uma das tropas e está tentando acabar com a Resistência Francesa a todo custo.

O jogo de gato e rato entre estes dois personagens permanece até as últimas páginas do livro e são desenvolvidas com maestria por Ken Follett, que consegue ser cruel e despertar gatilhos fortes no leitor quando escreve pela perspectiva de Dieter, e extremamente calculista e dinâmico quando os olhos estão voltados para Flick.

Para além e do conceito de certo e errado, Follett também se aprofunda nas raízes mais dolorosas e sujas não só da 2ª Guerra Mundial, mas também de cada personagem. Dieter é responsável por prender, torturar e até matar muitos inocentes para conseguir mínimas informações. Despindo-o da posição de oficial alemão, Dieter tem duas crianças e uma esposa em casa, a qual trai com uma francesa por quem está se apaixonando aos poucos. Flick sonha em terminar seu doutorado, ter filhos, conhecer Nova York… mas a guerra a fez tomar uma responsabilidade que não esperava. O casamento não vai bem, seu marido a está traindo com outra mulher da Resistência e ela está começando a ter sentimentos por outro homem também. Bem, seres humanos…

A ação está presente do início ao fim e é capaz de abalar e surpreender em diversos momentos. Bombardeios, planos que caem por terra, espionagens de ambos os lados, pessoas capturadas e cenas de tortura são alguns dos elementos utilizados pelo autor e que fazem a história não ter uma pausa sequer. O que parecem meses, na verdade, são apenas dez dias.

Ótima recomendação para quem busca um livro tenso, rápido e envolvente. As espiãs do dia D não deixa a desejar em nenhum quesito!

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O Buraco da Agulha

O Autor: Ken Follett, escritor britânico, irrompeu no cenário da literatura aos 27 anos, com O buraco da agulha, thriller premiado. Depois de outros sucessos do gênero, surpreendeu a todos com Os Pilares da Terra, romance de ficção histórica que permanece sucesso de vendas até hoje, mais de 25 anos após seu lançamento. Suas obras já venderam mais de 150 milhões de exemplares. Também é autor da trilogia O Século.

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Um jornalista (e futuro publicitário) apaixonado por livros e pela Taylor Swift. Lê um pouco de tudo, do suspense ao romance romântico (mas tem uma quedinha por contemporâneos com personagens odiosos). Vive esperando uma ligação da Sandy para tomar um cafezinho em Campinas. Enquanto isso não acontece, passa seu tempo no mundo dos livros, filmes e músicas.

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