Resenha: Malibu Renasce – Taylor Jenkins Reid

“Malibu pega fogo. É simplesmente o que Malibu faz de tempos em tempos.”

(p. 5)

É exatamente com essa frase que o leitor embarca na história da família Riva. Inclusive, você pode estar se perguntando “Riva? Eu já não vi esse nome antes?”. Pois muito bem, caro leitor, Taylor Jenkins Reid está aumentando o Universo Literário! Mick Riva foi um dos sete maridos de Evelyn Hugo, o astro do rock que apareceu, também, na história de Daisy Jones. Agora é a vez de acompanharmos a vida da família dele.

Nina, a mais velha, é uma grande surfista e supermodelo, Jay é surfista profissional e até ganhou alguns troféus, Hud ganha o nome com suas fotos de tirar o fôlego e Kit, a caçula, é a surfista queridinha de todos – apesar de ser ofuscada pelo brilho do irmão mais velho.

A trama se passa em Malibu durante o dia 27 de agosto de 1983. Nina abre as portas da mansão para o evento mais esperado do ano, a festa de fim de verão dos Riva. E, apesar de durar apenas algumas horas, o leitor já fica sabendo de antemão que muitas coisas vão acontecer naquela noite até que a mansão seja consumida pelas chamas.

O livro é dividido em duas partes: 12 horas antes e 12 horas depois de a festa começar. Ou seja, se passa praticamente em um dia. Praticamente porque a primeira parte é intercalada com o início da história da família Riva. O leitor transita, então, entre duas linhas narrativas: uma no presente, em 1983, acompanhando os passos dos famosos irmãos e seus segredos antes da festa; e outra partindo dos anos 1950, desde quando Mick Riva conheceu June até a década de 1980.

Malibu Renasce é lotado de surtos, futricos e bombas desde o início. Taylor Jenkins Reid sabe perfeitamente como envolver o leitor e terminar um capítulo no auge dos acontecimentos. Então, sim, é impossível largar esse livro até terminar. Durante a primeira parte, há um desenvolvimento muito forte tanto em relação aos irmãos Riva (presente) quanto ao casal, Mick e June (passado).

Impressionante como a história vai sendo enlaçada nos mínimos detalhes e sem deixar nenhuma ponta solta. A relação de Mick e June com os filhos e, principalmente, a relação entre os irmãos é muito intensa e feita para tocar o leitor na medida certa. E isso, claro, é aprimorado ainda mais com a escrita exemplar de Taylor Jenkins Reid.

“As histórias de nossas famílias são apenas narrativas. São mitos que criamos sobre as pessoas que vieram antes de nós, para que nossa existência faça sentido.”

(p. 32)

Particularmente, os momentos sobre a infância e a inocência dos irmãos Riva sendo afetados pelas escolhas de seus pais foram os mais emocionantes e cuidadosamente escritos. Em um capítulo específico, no qual June tem uma epifania – à la Clarice – sobre os dias magníficos e mundanos da infância dos filhos, a carga emocional se assemelha com a do capítulo “As Luzes do Carrossel”, do livro Capitães da Areia (Jorge Amado). Tudo é muito bem pensado e o conjunto da obra mexe bastante com a sensibilidade do leitor. Em relação ao desenvolvimento dos irmãos Riva – já adultos -, é possível enxergar claramente as marcas que o passado deixou em cada um.

Já na segunda metade do livro, o leitor é levado para todos os cômodos possíveis e impossíveis da festa na mansão Riva. Diversas personalidades são apresentadas e até aparentam ser desnecessárias para o rumo da história, mas nada é colocado por acaso. As horas vão passando, os segredos mencionados durante a primeira parte vão sendo revelados e, a cada hora que passa, o leitor fica mais curioso para entender o que está acontecendo e como a mansão será engolida pelas chamas.

O final é… exatamente o que deveria ser. Vale destacar que esse não é um livro com um plot twist chocante como o de Evelyn Hugo. É apenas o final que a história merece e que faz todo o sentido. O que é verdadeiramente importante é o caminho que levou aquelas pessoas àquele momento e entender que a essência do livro não é o incêndio material, mas sim o pessoal. Quem você é, o que você faz e como isso afeta as pessoas que estão ao seu redor?

“E, dessa forma, o final da noite criou seus próprios começos.”

(p. 344)

Malibu Renasce veio para fincar os dois pés da Taylor Jenkins Reid no universo das autoras mais consagradas dos últimos anos. Essa não é apenas mais uma história sobre pessoas famosas. É um livro sobre ações e suas consequências, aceitação, perdão e a importância de valorizar as pessoas que você ama e que te amam de volta. E, claro, já é um dos favoritos do ano.

A autora consegue, mais uma vez, trazer celebridades fictícias de uma forma tão real que faz com que o leitor busque por elas no Google. A escrita da Taylor Jenkins Reid é cinematográfica, mexe demais com o imaginário do leitor e realmente o introduz na história. É como se estivesse na beira da praia, sob a sombra de uma palmeira e sentindo o vento no rosto já queimado de sol. Dá pra realmente fazer parte daquele mundo e mergulhar nas refrescantes páginas dessa narrativa.

Além disso tudo, diversas músicas se encaixam durante a leitura e é praticamente impossível não pensar numa playlist perfeita para aproveitar ainda mais o momento. Inclusive, a própria autora disse em entrevista que relaciona duas músicas da sua xará, Taylor Swift, ao livro: mad woman e Cruel Summer. Então, embarque nessa aventura inesquecível e aproveite ao máximo o tempo junto de personagens encantadores nesse lugar paradisíaco!

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Da Autora leia também:

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Amor(es) verdadeiro(s)

Os Sete Maridos de Evelyn Hugo

Depois do Sim

Para Sempre Interrompido

A Autora: Taylor Jenkins Reid é autora de One True Lovers, After I Do, Forever, Interrupted e Os Sete Maridos de Evelyn Hugo. Seus romances foram indicados como melhores livros de verão pela People, pela Cosmopolitan, pela Glamour, pelo Buzzfeed, pelo Goodreads e outros veículos. Ela mora em Los Angeles com o marido, a filha e o cachorro.

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Um jornalista (e futuro publicitário) apaixonado por livros e pela Taylor Swift. Lê um pouco de tudo, do suspense ao romance romântico (mas tem uma quedinha por contemporâneos com personagens odiosos). Vive esperando uma ligação da Sandy para tomar um cafezinho em Campinas. Enquanto isso não acontece, passa seu tempo no mundo dos livros, filmes e músicas.

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