Sinopse Suma de Letras: Rose passeia de bicicleta pelo bosque perto de casa, quando de repente é engolida por uma cratera no chão. A cena intriga os bombeiros que chegam ao local para resgatá-la: uma menina de onze anos caída na palma de uma gigantesca mão de ferro. Dezessete anos depois, Rose é ph.D em física e a nova responsável por estudar o artefato que encontrou ainda criança. O objeto permanece um mistério, assim como os painéis que cercavam a câmara onde foi deixado. A datação por carbono desafia todas as convenções da ciência e da antropologia, e qualquer teoria razoável é rapidamente descartada. Quando outras partes do enorme corpo começam a surgir em diversos lugares do mundo, a dra. Rose Franklin reúne uma equipe para recuperá-las e montar o que parece ser um robô alienígena gigante quase tão antigo quanto a raça humana. Mas, uma vez montado o quebra-cabeças, ele se transformará em um instrumento para promover a paz ou causar destruição em massa? (Resenha: Gigantes Adormecidos – Sylvain Neuvel)

Opinião: Gigantes Adormecidos é uma daquelas gratas surpresas que tive. Sabe aquele livro cuja sinopse soa interessante e a capa te convence? Então… Foi assim que embarquei nessa história de robôs gigantes e tecnologias desconhecidas. O estreante Sylvain Neuvel nos leva pela trajetória de um grupo heterogêneo de pesquisadores e militares recrutados para desvendar os segredos por trás de um gigantesco robô cujas peças do corpo estavam espalhadas pelo planeta. O resultado é uma trama de ficção científica que mistura o contato com uma possível raça super avançada de alienígenas a interesses políticos mundiais, além de alguns segredos bem guardados para a continuação da série.

A trama começa num ritmo um pouco lento, necessário para situar o leitor na história, mas assim que deslancha, somos tragados pela avalanche de acontecimentos e mistérios que vão se sucedendo. Escrito em forma de entrevistas, cada capítulo traz a transcrição ou o relatório da conversa entre um personagem e o misterioso interlocutor, que em nenhum momento é identificado. Esse formato narrativo é excelente para conferir ritmo e dinâmica para a história, mas talvez alguns leitores possam não se adaptar muito bem.

Os personagens ainda aparecem de forma mais rasa, até porque nós conhecemos apenas aquilo que é perguntado a cada um deles, e a todo momento fica a impressão de que há muito por ser revelado, o que contribui para o mistério da história. Melhor forma de exemplificar isso é falarmos da figura do interlocutor. Ele está presente em quase todos os capítulos, nada é dito sobre ele, e ora ele age como mandatário, ora como subordinado. Fora isso, acho impossível não simpatizar com o pouco que nos é permitido conhecer de cada personagem.

Gigantes Adormecidos tem uma história que convence e envolve. Todas as explicações se encaixam e mesmo se tratando de um livro que terá sequência, o autor não deixa muitas lacunas em aberto. Apenas as essenciais, claro, mas mesmo assim, finalizamos uma obra redondinha com um início, meio e fim muito bem definidos. Sylvain Neuvel entreou com o pé direito e deixou claro que tem muitas cartas na manga desses robôs. O maior defeito da obra foi deixar aquele gostinho de “quero mais” e uma expectativa grande para saber como continua essa saga.

PS: Vale registrar a maravilhosa capa desse livro. Parabéns para a Suma de Letras! Continuem investindo em terror e ficção científica porque o balanço 2016 para vocês está mais do que positivo!

Avaliação: 4 Estrelas

O Autor: Sylvain Neuvel saiu da escola aos quinze anos. Desde então, foi jornalista, trabalhou em descontaminação do solo, vendeu sorvete na Califórnia e correu o Canadá vendendo móveis. É Ph.D em linguística pela Universidade de Chicago. Foi professor de linguística na Índia e engenheiro de software em Montreal. Também é tradutor juramentado, mas o que queria mesmo era ser astronauta. Gosta de consertar eletrodomésticos, mexer com robótica e é meio obcecado com o Halloween. Também é completamente apaixonado por brinquedos. Como a namorada quer convencê-lo de que tem brinquedos demais, escreve sobre alienígenas e robôs gigantes como desculpa esfarrapada para construir bonecos militares (para o filho, é claro).

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