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Resenha: O Último Suspiro – Robert Bryndza

Sinopse Gutenberg: Quando o corpo torturado de uma jovem é encontrado em uma lixeira, com os olhos inchados e as roupas encharcadas de sangue, a Detetive Erika Foster é uma das primeiras a chegar na cena do crime. O problema é que, desta vez, o caso não é dela. Enquanto luta para garantir seu lugar na equipe de investigação, Erika rapidamente encontra uma ligação desse assassinato com um crime não solucionado de uma jovem quatro meses antes. Procurando suas vítimas nas redes sociais a partir de um perfil falso, o assassino ataca jovens bonitas escolhidas aleatoriamente. Então, uma outra garota é sequestrada… Erika e sua equipe têm que chegar antes que ela se torne a próxima vítima. Mas como a Detetive Foster pegará um assassino que parece não existir? (Resenha: O Último Suspiro – Robert Bryndza)

Opinião: Costumo dividir os thrillers de suspense em dois tipos: os viciantes e intrincados com reviravoltas de tirar o fôlego que consomem nossa curiosidade até devorarmos as páginas em poucos dias, talvez horas; e os light que trazem boas horas de distração em cima de um mistério ou investigação sem necessariamente fisgar nosso lado detetive. Ambos, pra mim, se equiparam em qualidade se mantiverem um mínimo de coerência e não ofenderem a inteligência dos leitores. O trabalho de Robert Bryndza, na minha visão, se encaixa no alto nível de qualidade da segunda categoria, a dos suspenses light.

Após o sucesso de A Garota no Gelo, seu livro de estreia, Bryndza produziu freneticamente a série protagonizada pela detetive Erika Foster e cá chegamos ao quarto livro, de seis já publicados, e cada um trazendo uma maturidade maior na construção da narrativa. Em O Último Suspiro, o autor explorou uma das questões que acredito terem mais material disponível para render bons mistérios e crimes: o mundo online, onde tudo é facilmente ocultado.

O Último Suspiro trabalha em cima da premissa da falta de privacidade, e boas doses de cuidado pessoal, a que estamos expostos no ambiente virtual, principalmente nas redes sociais. Um assassino que busca suas vítimas em uma rede social através de uma sedução cuidadosamente montada em um perfil falso. Perfil este também cuidadosamente construído. A busca pelos encontros dos sonhos, ou por uma boa noitada de sexo, no mundo online dos sites e aplicativos é um caminho extremamente fácil para um jovem nerd, possivelmente rejeitado por seu físico fora dos padrões, mas que domina como poucos a arte de se esconder através de fotos fake, controle de câmeras, stalkeamento e sadismo.

A obra, como todas as demais da série, segue o padrão-base de um corpo encontrado, um mistério posto à mesa, zero pistas e a detetive Erika Foster em cena. Contudo, em O Último Suspiro a vida pessoal da nossa detetive protagonista ganha mais destaque com o que acredito ser uma tentativa do autor de evoluir com o lado cotidiano de seus personagens. Pensem que até então temos histórias em que o drama particular de vida de cada um sempre fica em segundo plano quando a investigação vem pro centro do palco. Aqui, contudo, apesar do mistério exigir uma entrega e dedicação únicas em toda a série, notamos uma clara mudança nas formas como os ajustes pessoais-amorosos da protagonista são apresentados. Temos uma Erika pronta para superar seu passado.

Curioso na construção de trama de Bryndza que apesar do sucesso em crimes anteriores, o departamento de polícia ao qual Erika e seus colegas estão submetidos nunca dá os créditos suficientes aos seus profissionais. A cada novo livro testemunhamos o corpo policial precisando provar por A + B que tem controle da situação e que possui competência para resolver o mistério. É uma forma interessante se pensarmos que os grandes detetives da ficção como Holmes ou Poirot eram sempre antecedidos pela fama e ela lhes garantia carta branca e confiança total. Novos tempos…

Para além dessas curiosidades e análises pessoais, O Último Suspiro traz uma história de suspense bem elaborada com um criminoso que detém total controle da situação. Pelo meio do livro o autor dá uma virada e entrega todos os nomes e a partir disso começa uma caçada de cão e gato contra o relógio para impedir mais um crime. O desfecho é um dos melhores que Bryndza já escreveu e a obra é um daqueles suspenses que prendem nossa atenção do início ao fim. Impossível largar até concluirmos. O autor faz parte da minha galeria de favoritos e se mantém sempre na lista de indicações para quem quer um bom mistério, light, para boas horas de leitura.

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Do Autor leia também:

Sangue Frio

Sob Águas Escuras

Uma Sombra na Escuridão

A Garota no Gelo

O Autor: Robert Bryndza nasceu no Reino Unido e já morou nos Estados Unidos e no Canadá. Seu romance de estreia, The Not So Secret Emails of Coco Pinchard (2012), deu origem à famosa série de comédia romântica de Coco Pinchard.

Em 2016, escreveu A Garota No Gelo, primeiro volume da série de ficção policial da Detetive Erika Foster, best-seller nº 1 do Wall Street Journal e do US Today. O segundo livro da série, Uma Sombra na Escuridão, é também best-seller nº 1 no Wall Street Journal. Juntos, os dois livros já venderam mais de um milhão de cópias e foram traduzidos para 19 idiomas. Além deles, a série já conta com os livros Sob Águas Escuras, Last Breath, Cold Blood e Deadly Secrets.

Atualmente mora na Eslováquia com seu marido Ján Bryndza, com quem escreveu o romance satírico Lost in Crazytown (2013).

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