Sinopse Arqueiro: Uma gigante da indústria do tabaco está no banco dos réus, no centro de uma importante batalha jurídica. Milhões de dólares estão em jogo, e uma condenação abrirá um perigoso precedente legal que poderá mudar para sempre o Direito americano. A defesa então recorre a Rankin Fitch, um consultor cujos princípios éticos questionáveis sempre lhe renderam vitórias. Agindo nos bastidores, ele contrata investigadores e criminosos com o intuito de manipular os membros do júri e alcançar um resultado favorável. O julgamento começa sem maiores sobressaltos, mas logo o jurado nº2 fica convencido de que está sendo perseguido e observado. O juiz determina então que o júri seja colocado em isolamento, frustrando os planos de Fitch de interferir nas deliberações do caso. Porém, logo depois o consultor é abordado por uma jovem supostamente capaz de prever o comportamento dos jurados e, assim, controlar o veredito final. E ela tem um negócio a lhe propor. (Resenha: O Júri – John Grisham)

Opinião: Obra do período que pessoalmente chamo de “fase inicial de Grisham”, O Júri é brilhante em todos os aspectos. Um calhamaço de quase quinhentas páginas que nós simplesmente devoramos e somos devorados por uma história que se desenrola num fôlego único e, mesmo com diversos desdobramentos e subtramas, nos mantém ligados na expectativa de como esse julgamento vai chegar ao seu desfecho.

O Júri é John Grisham em sua melhor forma e essência. Dentro de um tribunal travando as mais épicas batalhas, entre legalidades e ilegalidades, seus personagens e sua trama cativam e fisgam nossa atenção num jogo de raciocínio pra lá de inteligente em que peças vão se movimentando para influenciar no veredito de um grupo de pessoas. Aos leitores que desejam uma porta de entrada para o universo do autor, este é um dos livros que mais recomendo. E vamos destrinchar ele mais um cadinho então?

O Júri, que muitos de vocês já devem ter assistido no filme protagonizado por John Cusack, é um livro ágil e de muita inteligência. Para essa resenha, li a obra pela terceira vez e mantive a mesma empolgação de um estreante. Simplesmente porque a construção do golpe que vai levar o grupo de jurados a um veredito é fascinante. E temos em cena todos os elementos de um bom julgamento com suas complicações, dramas, ambições e trapaças.

O cerne da história é um grande julgamento em que a viúva de um homem falecido por câncer de pulmão após anos como fumante decide processar a poderosa indústria dos cigarros. O histórico norte-americano de julgamentos anteriores sempre deu vitória aos donos da nicotina, e por trás dessas vitórias há a figura de Rankin Fitch, um empresário que constrói o júri dos sonhos para conseguir decisões favoráveis. Se preciso, Fitch lança mão de qualquer artimanha de forma que sua vitória venha sempre.

Mas agora a história parece ser diferente. Alguém está infiltrado no júri desse caso e pretende influenciar a decisão para o lado que pagar mais. E aí, meus amigos, a sucessão de acontecimentos dos mais divertidos aos mais bizonhos que vão se desenrolar ao longo desse julgamento…. É um xadrez sendo jogado em tempo real a cada virar de página e nós vamos acompanhando a movimentação de cada peça. É viciante e empolgante ver os personagens se digladiando para conseguir se aproximar mais da decisão favorável.

E John Grisham não se atém somente aos embates de personagens. O sistema legal é esmiuçado e explicado aos leitores de forma didática e interessante. Nós mergulhamos de verdade no processo, em testemunhos de defesa e acusação bem embasados e fruto de boas pesquisas e entendemos também o submundo de decisões jurídicas. Grisham não poupa aqui contundentes críticas à indústria do tabaco e, lembrem-se, o livro é de 1996, período em que o hábito de fumar não tinha nem 10% das restrições que tem hoje.

Paralelamente à trama principal, familiares e personagens ligados aos membros do júri vão sendo assediados pelas partes em jogos bem sujos, encenações ilegais e até ameaças infundadas. Tudo com o objetivo de obter uma decisão favorável. E por mais que a obra percorra em detalhes esses caminhos paralelos, em nenhum momento a leitura fica arrastada ou desinteressante. Grisham consegue mesmo nos envolver de tal forma que queremos saber exatamente como cada lance está sendo executado e onde ele vai descambar.

Inteligente, divertido e viciante! O Júri é um thriller que consegue fascinar leitores não importa quantas vezes seja lido e relido e um excelente livro para conquistar novos fãs para o mundo dos suspenses jurídicos.

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A Firma

Tempo de Matar

 

O Autor: John Grisham é ex-político e advogado aposentado. Incentivado por sua mãe, desenvolveu cedo o hábito da leitura e se tornou um admirador das obras de John Steinbeck, prêmio Nobel de literatura em 1966. Escolheu o Direito como área de atuação, tornando-se advogado especializado em defesa criminal e processos por danos físicos. Escrevia nas horas em que o seu trabalho lhe permitia, e logo publicou seu primeiro livro, Tempo de Matar, em 1989. Seus livros giram sempre em torno de questões de advocacia, e geralmente criticam nuances do sistema judiciário americano e das grandes firmas de direito. Desde maio de 1998 a Universidade do Estado do Mississippi possui uma sala de leitura com o seu nome. Em 2006 figurou na Top 100 Celebrites da revista Forbes. Vive com sua esposa, Renée e suas duas crianças Ty e Shea. Um dos autores mais vendidos no mundo, é o sexto escritor com mais livros vendidos na década de 2000, segundo a Nielsen BookScan, e também o sexto escritor mais lido nos Estados Unidos, segundo a Publishers Weekly.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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