Sinopse Arqueiro: Depois de anos presa em um casamento aparentemente perfeito, Faye conseguiu se libertar e se vingar de seu ex-marido, Jack. Agora ela leva uma vida dupla: numa cidadezinha da Itália, é uma mãe dedicada; na Suécia, uma empresária bem-sucedida, prestes a transformar a Revenge em uma marca de cosméticos mundial. De repente, porém, tudo começa a desmoronar, quando Jack foge da prisão e um investidor misterioso tenta tomar o controle da empresa que Faye ergueu com as próprias mãos. Para lutar contra essa dupla ameaça, Faye terá que desenterrar segredos de sua juventude que podem destruí-la para sempre, mas contará com a ajuda de aliadas improváveis, um grupo de mulheres escolhidas a dedo. (Resenha: Asas de Prata – Camilla Läckberg)

Opinião: Continuação direta de A Gaiola de Ouro, Asas de Prata apresenta os desdobramentos da vida de Faye após o desfecho com o marido, Jack, e a ampliação do seu império empresarial na marca Revenge. Uma nova trama de suspense vai se desenrolar equilibrando o mistério por trás de um investidor que começa a comprar ações da Revenge com as investidas de Faye em se permitir novamente encontrar o amor.

Aos que chegam nessa resenha sem ter lido A Gaiola de Ouro, recomendo que não avancem porque, por mais que não haja nenhum spoiler aqui, não se trata de uma obra com uma história avulsa da antecessora. A sequência é imediata e vocês podem ficar um pouco perdidos no que vou comentar. Dito isso, vamos nos concentrar no fato de que temos duas características temporais bem claras nessa série: o começo trazia esposas que renunciavam às suas vidas para se dedicarem a maridos extremamente dominadores, violentos. Após a vingança de Faye e a derrocada de alguns desses personagens, Asas de Prata, esse segundo momento, traz uma visão das mulheres empoderadas, bem-sucedidas e dedicadas a construir suas vidas e carreiras com o talento que sempre tiveram de sobra. Faye é o exemplo maior desse sucesso.

Feita essa distinção, e sem querer fazer resumão da história, vou destacar rapidamente que Asas de Prata traz um contra-ataque não só à Revenge e Faye, mas também a tudo o que as muitas mulheres coadjuvantes dessa obra representam. Então, podemos dizer que o livro foca numa espécie de guerra dos sexos em que determinados homens, ainda movidos por um orgulho e pelo desprezo que possuem pelas mulheres, acreditam que podem destruir tudo que Faye conquistou. A Revenge está sob a mira de alguém que, utilizando de métodos pouco convencionais, começa a comprar suas fatias de ações até o momento em que vai conseguir superar Faye e tomar o controle de tudo.

Mas o que torna Asas de Prata interessante são as subtramas. Nesse livro, Camilla Läckberg vai apresentar a história de vida de Faye. Afinal, quem é essa mulher? Qual o seu passado e quais os segredos ela guarda consigo? Nesse ponto conhecemos muito mais do que seria possível imaginar e percebemos que Faye sempre esteve um passo à frente de tudo. Porque ela foi forjada sob muito sofrimento, mas nunca abaixou a cabeça. Com isso, entendemos melhor porque ela levou à cabo sua vingança lá em A Gaiola de Ouro. Fica claro quando é que Jack cruzou a linha invisível que ela havia traçado para garantir segurança. Então, conhecer o passado de Faye explica muito de tudo que lemos no primeiro volume e nos faz ter certeza de que nada é capaz de detê-la.

Contudo, apesar da excelente narrativa, de um suspense muito bem amarrado e ágil e das muito boas explicações sobre o passado da protagonista, Asas de Prata deixa aquele gostinho de “havia mesmo necessidade dessa continuação?” Porque muitas sequências poderiam ter sido colocadas no primeiro volume e muitas outras acabam sendo dispensáveis quando avaliamos o conjunto geral da obra. Pra finalizar, o desfecho deixou uma porta escancarada para um terceiro volume, o que pode ser tanto uma boa notícia do ponto de vista de um grand finale quanto pode gerar aquela tensão de que a ótima história de Faye se perca em sequências infindáveis.

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Da Autora leia também:

A Gaiola de Ouro – Faye #1

Asas de Prata – Faye #2

A Autora: Camilla Läckberg nasceu em 1974, em Fjällbacka, uma cidadezinha na costa sueca, onde se passa a maior parte dos seus romances. Trabalhou por anos como economista até lançar, em 2003, A princesa de gelo. Desde então, publicou mais dez romances policiais, dois livros de culinária e seis infantis, que venderam juntos mais de 26 milhões de exemplares em 60 países, rendendo-lhe o título de autora contemporânea mais lida na Suécia, acima até mesmo de Stieg Larsson, e uma das mais lidas em toda a Europa. Já teve obras adaptadas para a TV e o cinema. Além de escritora, é uma das responsáveis por um projeto de investimento que aposta em empresas com produtos voltados para as necessidades das mulheres, sejam dirigidas por mulheres ou com políticas de igualdade de gênero.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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