Sinopse Suma: Um vírus alienígena atinge a Terra logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, dotando algumas pessoas de poderes incríveis ou deformidades abomináveis, e transformando para sempre o rumo da história. Aqueles abençoados com superpoderes físicos ou mentais são chamados de ases, enquanto as pessoas afligidas com habilidades ou características bizarras são denominadas curingas. Alguns usam seus poderes a serviço da humanidade. Outros, para os próprios interesses. Nesse novo mundo, a humanidade busca recuperar seu equilíbrio – e enquanto ases viram heróis nacionais e estrelas de cinema, os curingas são marginalizados e relegados à miséria. No entanto, nem todo ás usa seu poder para o bem, e no Bairro dos Curingas os ânimos estão esquentando – e uma revolta parece prestes a explodir. (Resenha: Wild Cards – George R.R. Martin)

Opinião: Wild Cards é uma grande saga de Graphic Novel escrita em prosa. Todos os elementos-base estão ali: poderes especiais conferidos por algo desconhecido – no caso, um vírus extraterrestre; grupos de personagens divididos em ações de bem versus mal; e um ambiente de tensão semelhante a um barril de pólvora. As coisas estão prestes a desandar. É uma trama interessante, mas que custa um pouco para fisgar a atenção. É bem diferente do que estamos acostumados e julgo que muitos leitores podem não conseguir avançar e acabar abandonando a obra. Mas vale a pena resistir à lentidão inicial.

Idealizado e organizado por George R.R. Martin, Wild Cards: O Começo abre uma série que já ultrapassou os vinte livros publicados. As histórias são escritas por diferentes autores e reunidas por Martin nos volumes. Ou seja, você vai encontrar aqui cada capítulo imaginado por uma mente diferente, o que faz da obra uma reunião de pequenos contos que se entrelaçam para compor o universo geral da trama. Um universo rico e extremamente imaginativo, mas com altos e baixos. Tal qual uma coletânea de contos, vamos nos deparar com capítulos envolventes e interessantes e também com narrativas tediosas e bem fracas. O livro inicial vai da ação à lentidão, do dinamismo ao marasmo.

Publicado originalmente em meados dos anos 1980, Wild Cards: O Começo tem um viés político, com curiosas críticas à situação mundial pós Segunda Guerra. A política e suas entrelinhas são bem exploradas pelos autores, e acredito que justamente esse fator pode gerar falta de identificação com os leitores menos familiarizados com fatos históricos. Talvez aí se situe um dos pontos desfavoráveis em uma avaliação geral deste livro, embora como fã de história, eu tenha curtido muito esse aprofundamento.

Falando em linhas bem gerais, porque resenhar tão diferentes histórias acaba sendo um tanto complicado, em Wild Cards nós encontramos a introdução a uma Terra devastada por um vírus. Somos apresentados a cenários que nos situam naquilo que, mais adiante e acredito que nos próximos volumes, vai se desenrolar como o pesado da história. Vamos conhecer diferentes pessoas atingidas por esse vírus e que desenvolveram poderes especiais. Tanto benéficos quanto traumatizantes. Cada um conta sua história ou tem ela apresentada pela visão de um narrador e é a partir disso que vamos desvendando o mundo dos Curingas, os que sofreram mutações genéticas, e dos Ases, os que tiveram modificações físicas ou mentais. Esse mundo em breve vai colapsar.

Prematuro emitir uma sentença ou fazer uma grande avaliação sobre Wild Cards. Trata-se de um primeiro volume e há muita história já publicada. Inicialmente a série me atraiu pela inventividade e riqueza de tudo que foi criado, mas ao mesmo tempo foi uma leitura difícil. Não é um livro que envolve facilmente. Ele exige atenção e dedicação. Fico no aguardo da sequência para entender melhor para onde esse universo vai caminhar.

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O Organizador: George R.R. Martin nasceu em 1948, em Nova Jersey, e formou-se em jornalismo pela Universidade Northwestern, em Evanston, Illinois. Nos anos 1980, começou a colaborar e a editar a série Wild Cards, e, em 1996, deu início à série de fantasia As Crônicas de Gelo e Fogo, que se tornou um best-seller mundial e consagrou o autor como um dos cânones da literatura fantástica. Atualmente, mora em Parris, em Santa Fé, Novo México.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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