Resenha: Crave A Marca – Veronica Roth

Não há lugar para honra na sobrevivência

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Sinopse: Primeiro de uma série de fantasia e ficção científica, “Crave a marca” é o novo livro de Veronica Roth, autora do fenômeno Divergente, com mais de 32 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. Numa narrativa cinematográfica, Veronica Roth narra a relação de dois jovens de origens e dons distintos – Cyra Noavek e Akos Kereseth – cujos destinos se cruzam de forma decisiva num planeta em guerra. Política, democracia, tolerância, amizade e redenção estão entre os temas abordados pela escritora neste lançamento, que chegou simultaneamente às livrarias de 33 países, em 17 de janeiro. Com uma narrativa eletrizante, repleta de batalhas espaciais e reviravoltas, “Crave a marca” surpreenderá não só os fãs de Veronica Roth, mas também de clássicos sci-fi como Star Wars.

Resenha: O maior medo de ler um novo livro da Veronica Roth é a sensação de estar no alto de um prédio prestes e descer por uma tirolesa em alta velocidade e sentir a corda arrebentar quando você está chegando próximo ao chão, mas como todo autor merece uma segunda chance mergulhei de cabeça nesse primeiro volume da nova série, Crave a Marca.

Nesse livro mergulhamos em um universo distópico criado pela autora que nos leva a viver de forma exponencial uma guerra entre planetas que alguma vez já viveram em um aparente momento de paz. A história nos apresenta Thuvhe, uma nação composta por thuvhesistas, que sempre viveram ali, e os shoted, que sempre viveram vagando de planeta a planeta, mas hoje reinvindicam ser reconhecidos como nação também em Thuvhe, deflagrando a grande guerra entre thuvhesistas e shoted.

De família muito simples, Akos, morador do planeta Thuvhe, filho de um fazendeiro e uma Oráculo, espera pelo dia em que irá descobrir qual o seu dom da corrente, um dom único entregue a cada morador, e a sua fortuna, que é o seu próprio destino. O grande caos começa quando em um certo dia o vilão Ryzek Noavek, tentando mudar o seu próprio destino, destrói a família de Akos, sequestra seu irmão e o leva com ele.

É nesse universo que a história ganha corpo, com muitas semelhanças nas relações políticas que vemos no mundo atual e na própria fantasia criada pela autora em série anterior.

Sendo obrigado a viver no meio dos rivais de sua nação, Akos, está focado no seu objetivo: resgatar o seu irmão e retornar para a sua casa, agora destruída. No meio do caminho ele conhece Cyra Noavek, irmã de Rizek, temida por todo o povo já que seu dom da corrente permite transmitir a dor que sente para qualquer pessoa que tocar nela. Ignorada pelo pai e usada pelo irmão como uma arma, Cyra, vive uma vida infeliz e vê na improvável amizade com Akos, uma forma de mudar todo o rumo do universo e grandes mudanças serem possíveis de acontecer.

A história se desenrola de forma confusa e bem lenta, foi a forma que a autora encontrou para nos fazer entender todo esse universo meio louco que ela criou, mas pode respirar aliviado (a), a história ganha corpo e nos faz viajar nas emoções e nos garante algumas cenas que fazem a nossa mente delirar. O principal pecado do livro é o final, apesar de ser excelente, se passa como um trem bala, apenas nas últimas páginas temos o ápice da história, deixando a sensação de que poderia ter tirado um pouco da monotonia da leitura como um todo. De toda forma, vamos aguardar (ansiosos) pelo próximo livro da série (prevista para 2018) com os dedos cruzados para que a autora não corte a corda da nossa tirolesa e nos empurre do alto do prédio (de novo).

Sobre a autora: Veronica Roth é autora de Divergente, Insurgente, Convergente e Quatro – Histórias da série Divergente, bestsellers do The New York Times. Ela e o marido moram em Chicago.

Avaliação: 4 de 5 estrelas.

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