Sinopse Arqueiro: Lacy Stoltz atua como investigadora na Comissão de Justiça da Flórida. Três anos depois de quase ser assassinada ao averiguar o caso de um juiz que recebia milhões em propina do crime organizado, ela está cansada do seu trabalho – e pronta para uma mudança. Mas uma mulher chamada Jeri Crosby a procura e faz uma denúncia apavorante. O pai dela foi morto há vinte anos, um crime que nunca foi solucionado e acabou arquivado. Jeri sabe quem é o assassino: Ross Bannick, um juiz da Flórida, a jurisdição de Lacy. Após observá-lo ao longo de duas décadas, ela descobriu algo ainda mais horripilante: ele fez muitas outras vítimas. Porém parece impossível conseguir provas. Ross é brilhante, paciente, sabe como funciona a perícia forense, os procedimentos policiais e o mais importante: a lei. Ele tem uma lista com o nome de suas vítimas e alvos, sempre pessoas inocentes e azaradas o suficiente para terem cruzado o caminho dele e o prejudicado de alguma forma. E agora Lacy precisa descobrir como pegá-lo sem se tornar o próximo nome na sua lista. (Resenha: A Lista do Juiz – John Grisham)
Opinião: John Grisham deixa de lado os corredores de tribunais e as envolventes batalhas jurídicas entre advogados para se aventurar pelos caminhos de um serial killer em A Lista do Juiz. Para isso, traz de volta a personagem Lacy Stoltz, protagonista de A Delação, uma obra que trabalha a corrupção na alta esfera das tomadas de decisões jurídicas. E que, em seu conjunto, deixou muito a desejar para os que estão acostumados com o ritmo vertiginoso de construção do autor. O resultado aqui não foi muito diferente…
A Lista do Juiz não tem muitos mistérios a serem desvendados. A filha de uma vítima faz a denúncia para a Comissão de Justiça da Flórida, onde Lacy trabalha. Por lei, eles são obrigados a investigar, mas não há provas de que as muitas mortes apontadas tenham alguma conexão entre si. Na verdade, a denunciante utilizou de muita perspicácia para juntar detalhes que uniriam todos os casos. Ela sabe o nome do assassino. Ela tem recortes e documentos de todas as mortes. Ela tem boas conexões entre vítimas e assassinos e ela tem os motivos. Triviais, mas mesmo assim, motivos. Mas ela não tem nenhuma prova. Nenhum deslize. Nada que possa ser usado para uma prisão ou avanço numa investigação.
Cabe a Lacy e seu departamento conduzir, dentro do possível e utilizando de muita de sua influência, uma mínima investigação que possa levar a algum lugar. Mas o culpado, o juiz Ross Bannick, conhece o sistema legal como poucos. Ele soube se precaver e ele sabe utilizar a tecnologia de uma forma minuciosa em proveito próprio. Podemos dizer que ele cometeu os crimes perfeitos. Então, a grande questão que vai conduzir boa parte da narrativa de A Lista do Juiz é: como pegar o criminoso?
A escrita de Grisham é envolvente e ele sabe dosar muito bem seus capítulos de forma a prender a atenção dos leitores. A sequência de crimes, suas motivações e o jeito como o juiz Bannick age é bem curioso e o uso da tecnologia é um dos pontos altos do livro. Mas a história não tem fôlego para se sustentar pelas suas mais de trezentas páginas. Em bom português, há muita página para pouca trama. E aí temos que encarar diversos capítulos que não acrescentam tanto ao todo dessa caçada.
Talvez o fato de já conhecermos o assassino e a ampla maioria dos crimes já ter ocorrido tenha tirado um pouco o brilho caso o livro trouxesse mais ação, mortes e uma incógnita em torno do nome do vilão. Talvez…
Fato é que mesmo envolvente em vários trechos, o conjunto da obra de A Lista do Juiz deixou um gostinho de “esse não é o Grisham que eu curto” na boca. Principalmente sendo publicado depois do arrasa-quarteirão de Tempo de Perdoar. É uma boa obra para uma leve distração, mas bem distante do estilo que amamos e que consagrou o autor.
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