Sinopse Arqueiro: No passado, Selina Kyle vivia no submundo de Gotham, cometendo pequenos delitos para sustentar a família. Quando a mãe a abandona, a jovem precisa tomar uma difícil decisão e entrega a irmã nas mãos de um casal que poderia cuidar bem melhor dela, longe da pobreza. Dois anos depois, Selina retorna como a rica e misteriosa Holly Vanderhees. O que a trouxe de volta à cidade? E o que vai aprontar agora que tem como parceiras Arlequina e Hera Venenosa? Com Batman fora em uma missão vital, Luke Fox quer provar que pode ajudar os habitantes de Gotham usando o disfarce de Batwing. Seu alvo é uma nova gatuna que se uniu às duas rainhas do crime. Juntas, as três instauram o caos. (Resenha: Mulher-Gato – Ladra de Almas – Sarah J. Maas)
Opinião: Terceiro volume da quadrilogia Lendas da DC, Mulher-Gato – Ladra de Almas segue precisamente o mesmo ritmo de criação das obras anteriores, contudo com um pouco menos de fôlego. Nas mãos da consagrada Sarah J. Maas, a história de Selina Kyle ganha contornos interessantes ao misturar boas doses de tensão social com vingança e romances para todos os gostos.
A jovem Selina, que mais tarde vai se transformar na Mulher-Gato, é moldada na dureza de uma vida de sobrevivência. Literalmente lutando para ganhar o dinheiro capaz de ajudar no tratamento da doença da irmã mais nova, nossa personagem perde a fragilidade e o sentimentalismo comuns de sua idade. Desde cedo ela aprende que o mundo é um lugar hostil em que nada vem fácil para a maioria, ainda mais em Gotham. Incrível coincidência, mas o estilo de desenvolvimento de Selina é bem próximo do empregado por Marie Lu na criação do seu Batman (na minha opinião o melhor livro da série até aqui). Existe uma humanidade muito grande forjada em cima de sofrimento, de sonhos frustrados e de uma sociedade que não oferece nada a não ser hostilidade.
Ladra de Almas não versa somente sobre o surgimento da Mulher-Gato. Encontramos aqui o processo que fez de Selina uma mulher dura, mas que lá no íntimo ainda esconde desejos de vivenciar coisas corriqueiras, comuns, normais… Assim, quando inicia sua trajetória de crimes em busca de vingança, ela esbarra no improvável amor na figura de Luke Fox, defensor de Gotham enquanto Batman está fora em missão. Dos extratos sociais diferentes, das realidades de vida abissais de tão opostas, nasce um sentimento que molda o destino do livro até seu desfecho. Convivendo socialmente, longe das máscaras e disfarces, Selina e Luke pré-julgam um ao outro. Se enfrentando em batalhas, com cenas de ação espetaculares, Mulher-Gato e Batwing admiram um ao outro.
A gostosa narrativa de Sarah J. Maas constrói uma galeria de personagens que, ao longo do livro, conferem tons de ação em lutas, fugas e roubos cinematográficos. A máfia, o amor entre as vilãs Arlequina e Hera, as infindáveis, e um tanto quanto artificiais e forçadas, festas de luxo da alta sociedade e até mesmo um rápido “oi” por parte do Coringa, resultam em um ótimo livro dentro da pegada que a série apresentou até o momento. Sarah soube dar vida a anti-heroínas frágeis dentro da casca de duronas e malvadas. Há motivações que, embora não justifiquem seus atos, mostram que nem sempre há escolhas na hora de decidir qual caminho seguir.
Mulher-Gato – Ladra de Almas é alguns centímetros inferior aos dois livros anteriores, mas segue fielmente uma linha de alta qualidade para apresentar novas visões das pessoais reais e falíveis por trás dos super-heróis infalíveis da DC.
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Da Série leia também:
Mulher-Maravilha: Sementes da Guerra
A Autora: Sarah J. Maas é autora das séries Trono de Vidro – traduzida para 35 idiomas e destaque na lista de mais vendidos do mundo todo – e Corte de Espinhos e Rosas. Ela elaborou o primeiro volume de sua série mais famosa quanto tinha apenas 16 anos. Nascida em Nova York, Sarah mora na Pensilvânia com o marido e a cachorrinha.
