Sinopse Record: Do submundo de Sydney às lendas aborígines, Jo Nesbø conduz o leitor por uma trama violenta e eletrizante, no primeiro grande caso de Harry Hole. O corpo de uma jovem norueguesa é encontrado em um rochedo no fundo de um penhasco. O caso intriga a polícia: a vítima apresenta sinais de estrangulamento e suspeita-se de violência sexual, mas não há qualquer vestígio de DNA ou impressão digital do criminoso. Para colaborar com as investigações, a Divisão de Homicídios da Noruega envia o inspetor Harry Hole à cidade. Junto com o policial Andrew Kensington, Harry se depara com um caso mais complexo do que imagina: o que inicialmente parecia ser um crime isolado é apenas mais um em uma série de assassinatos cometidos por todo o país, sem qualquer relação aparente entre si. Um serial killer está à solta na cidade e, para Harry, a caçada começou. (Resenha: O Morcego – Jo Nesbø)
Opinião: Decidido a desvendar a obra de Jo Nesbø após dezenas de indicações de amigos, optei por seguir a cronologia de publicação dos livros em torno do detetive Harry Hole. Sendo assim, O Morcego, lançado originalmente em 1997, foi minha porta de entrada no universo desse consagrado autor que colocou a Noruega no mapa dos grandes thrillers. E valeu a pena!
A história segue o estilo consagrado dos suspenses de detetive, com o protagonista tendo diante de si um caso a ser solucionado. E aqui conhecemos Harry Hole, um investigador bem diferente do que estamos acostumados. Ele não aparece como alguém infalível e dono de um faro extremamente aguçado, pelo contrário, Harry tem limitações e em muitos aspectos se posta como um observador. Ou seja, em se tratando de um primeiro livro temos, também, um protagonista em formação com suas habilidades. Achei coerente e essa construção acabou angariando minha simpatia imediata por Harry Hole.
A trama de O Morcego se passa na Austrália, para onde Harry é enviado como colaborador nas investigações do assassinato de uma jovem norueguesa. Estando em um país diferente, ele se vê às voltas com os métodos e formas de trabalho da polícia local e com uma sociedade totalmente oposta à sua. Jo Nesbø desenvolve, com isso, uma história recheada de referências a costumes, causos, lendas e características da Austrália e de seus habitantes. O livro acaba se transformando em uma fonte de informações curiosas sobre o país dos cangurus, o que lhe confere uma qualidade a mais. Só que essa mesma qualidade pode soar cansativa para alguns leitores, afinal, senti falta de uma pegada mais pesada de mistério e suspense.
Sem pressa para o desenrolar dos fatos, Nesbø vai situando o leitor em todos os detalhes possíveis e construindo um cenário completo (até demais) em nossa cabeça. Mas as peregrinações investigativas e os dramas alcoólicos de Harry acabam ganhando mais espaço do que uma investigação que nos faça ter palpites sobre quem é o assassino ou o porquê de os crimes estarem sendo cometidos. Estas características deságuam em um desfecho com sequências bem improváveis e que não convencem tanto. Fica no ar aquela exclamação de “jura que era isso? ”.
De modo geral, O Morcego é um suspense bem comum, sem nada que chame a atenção ou que faça dele um puta livro. Nada disso muda, no entanto, a qualidade de escrita do autor ou o fato de que a trama foi bem elaborada e se baseou em boas pesquisas. Apesar de não ter despertado grandes paixões em mim, acredito que como obra inicial da hoje extensa carreira do detetive, o livro cumpre sua função e nos deixa prontos para o segundo caso a ser investigado.
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Do Autor leiam também:
Baratas (Harry Hole #2)
O Morcego (Harry Hole #1)
Em 2009, foi agraciado pelo prêmio de reconhecimento pelo público da revista Dagbladet ao ter três de seus livros estado no topo da lista de livros mais vendidos na Noruega. Ele também escreveu uma série de livros infantis sob o título Doktor Proktors prompepulver.