Sinopse Suma: A perseguição entre as duas adversárias letais aparentemente acabou. No entanto, os sentimentos que se desenvolveram entre Eve e Villanelle ― tão sofisticados quanto mortais ― estão longe de terminar. Neste romance que encerra a trilogia, Villanelle busca enfrentar os demônios de sua infância e o inverno russo, e Eve se vê fugindo dos Doze, que a querem morta a qualquer custo. Em meio a uma história que vai de Londres a São Petersburgo, Eve e Villanelle, enfim, admitem sua mútua obsessão erótica, num jogo perigoso que se aproxima de uma conclusão letal. Com uma narrativa elegante e precisa, Morra por mim é um desfecho brutal e frenético para a série de Luke Jennings. (Resenha: Morra por Mim – Luke Jennings)

Opinião: A trilogia Killing Eve chega a seu desfecho de forma satisfatória, com Morra por Mim, mantendo o mesmo ritmo intenso e as sequências de ação, mortes e tensão dos livros anteriores. A história ainda segura um bom suspense sobre o destino das protagonistas até as últimas páginas. É um raro caso de uma série em que o conjunto dos livros fluiu no mesmo tom de qualidade e que poderiam muito bem ter sido unidos num volume único.

Morra por Mim é uma sequência direta do ponto em que Não Existe Amanhã terminou. E por mais incrível que pareça, o ritmo veloz com que a trama vai se desdobrando consegue superar tudo que vivenciamos na obra anterior. E se por acaso você não leu nada da série, recomendo que não prossiga na leitura dessa resenha. A partir do próximo parágrafo, o risco de spoilers é muito grande, então vamos lá…

ATENÇÃO! RISCO DE SPOILER PARA QUEM NÃO LEU AS OBRAS ANTERIORES!

Eve topou entregar seu destino nas mãos de Villanelle, forjando sua morte para fugir dos antigos empregadores que a queriam morta. Só que a despeito de tudo o que descobriu, ela ainda tem dúvidas sobre o quanto Villanelle é mesmo confiável. E mais, a paixão que as duas parecem sentir é mesmo forte o suficiente para durar uma vida e permitir planos de um futuro juntas?

Morra por Mim é um livro que vai ter um foco interessante na forma como as duas personagens lidam com seus sentimentos uma em relação à outra. Porque Eve é mais sensível, aberta ao diálogo e que aparentemente está disposta a se entregar ao amor de Villanelle. Só que a nossa implacável assassina foi forjada por uma vida de dureza em que o lado frio, calculista e sombrio acabou prevalecendo sobre os sentimentos de vulnerabilidade na entrega ao amor. Então, vamos acompanhar uma trama em que a todo momento haverá uma nuvem de dúvida pairando sobre Eve a respeito do quanto, de verdade, Villanelle gosta dela.

O jogo sensual e erótico que dão o tom do relacionamento entre Eve e Villanelle vai ser o ponto alto dessa obra. Em alguns aspectos, acredito até que o livro possa sofrer algum tipo de contestação pela forma como retrata o relacionamento entre as duas, mas é fácil entender os caminhos escolhidos pelo autor na forma de moldar o comportamento das personagens, por vezes movido unicamente pelo desejo sexual.

Questões do politicamente correto à parte, o fato é que o jogo de caçada gato-e-rato que se estabeleceu lá no meio do primeiro volume evoluiu para uma atração que, no fim, vai se revelar como uma desafiadora paixão. Temos duas personalidades opostas em todos os sentidos, mas que sentem um desejo incontrolável uma pela outra. O resultado disso depende, entre outras coisas, da sobrevivência aos desafios que os inimigos vão impor.

Saindo do lado pessoal e da tensão do relacionamento entre as protagonistas, Morra por Mim vai trabalhar o que podemos chamar de “o ato final” do grupo dos “Doze” sobre a ordem mundial. Naturalmente Eve e Villanelle vão protagonizar cenas em que vão de vilãs a mocinhas no desenrolar dos acontecimentos. Há uma boa dose de suspense e a rotineira sequência de planos mirabolantes e bem executados de assassinatos e reviravoltas.

Na avaliação final, o livro não só conseguiu manter a qualidade da série como trouxe uma história bem amarrada e com ação de sobra para desaguar no desfecho. O autor entregou aos leitores uma trama completa, específica para esse volume, e uniu toda a trajetória das personagens para chegar ao ponto final.

Não sei se precisamente podemos classificar a trilogia Killing Eve como uma série de romances de espionagem, mas é fato que Luke Jennings deu fôlego novo a um subgênero que há muito se mantinha focado exclusivamente em tramas da Segunda Guerra Mundial ou da Guerra Fria. Ele trouxe a ação para o palco dos dias atuais e, principalmente, apresentou aos leitores duas personagens fascinantes e inesquecíveis. Vale muito a leitura!

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Do Autor leia também:

Morra por Mim – Killing Eve #3

Não Existe Amanhã – Killing Eve #2

Codinome Villanelle – Killing Eve #1

O Autor: Luke Jennings é o autor de Blood Knots, livro finalista dos prêmios Samuel Johnson e William Hill, e de vários outros romances, incluindo Atlantic, que foi indicado ao Booker Prize. Como jornalista, ele já escreveu para The Observer, Vanity Fair, New Yorker e Time. É casado e vive atualmente em Londres.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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