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Resenha: Não Existe Amanhã – Luke Jennings

Sinopse Suma: Em um quarto de hotel em Veneza, onde acabou de concluir um assassinato de rotina, Villanelle recebe um telefonema tarde da noite. Eve Polastri, a funcionária do governo inglês que está em seu encalço há meses, conseguiu rastrear um oficial do MI5 a serviço dos Doze e está prestes a levá-lo a interrogatório. Enquanto Eve se prepara para procurar respostas, tentando desesperadamente encaixar as peças de um terrível quebra-cabeça, Villanelle avança para o abate. O duelo entre as duas mulheres se intensifica, assim como sua obsessão mútua. Eve enfim começa a desvendar o enigma da identidade de sua adversária, e Villanelle se pega correndo riscos cada vez maiores para se aproximar da mulher que pode ser sua ruína. Um thriller cheio de descrições chocantes e também sensuais, Não existe amanhã é brilhante ao narrar a mente psicótica de uma assassina e a caçada apaixonada de sua nêmesis, aproximando duas rivais a ponto de não saberem mais se estão uma contra a outra… ou mais unidas do que nunca. (Resenha: Não Existe Amanhã – Luke Jennings)

Opinião: Não canso de repetir, e vocês já devem ter lido muito isso por aqui, que em trilogias normalmente o livro do meio, o segundo, costuma ser o mais fraco, figurando na maioria das vezes apenas como uma ligação entre as tramas principais que se desenrolam nos livros um e três. As histórias costumam ser mais arrastadas e primar pela famosa “encheção de linguiça”. Mas, olhem só, eu também costumo quebrar a cara e Não Existe Amanhã está ae para provar que o livro dois pode sim ter seus muitos méritos e, neste caso aqui, conseguir superar o antecessor em qualidade. Bora falar melhor disso?

Sequência direta de Codinome Villanelle, Não Existe Amanhã ganhou velocidade, agilidade e uma trama bem mais encorpada. Justiça seja feita, o livro um precisou dispensar um bom número de páginas para apresentar e situar os leitores nas personagens e abusou dos assassinatos e crimes cometidos por Villanelle. Tudo dentro do script e vida que segue. Mas ae, essa continuação ganhou muito gás porque ela já começa bem frenética com suas cenas de ação e se debruça a desenvolver melhor a personalidade das protagonistas. Ganha-se qualidade para quem curte bons personagens.

Se as apresentações e a introdução já haviam sido feitas, Não Existe Amanhã destrincha uma Villanelle cumprindo suas missões com nítido cansaço da rotina, e Eve com sangue nos olhos para acabar com sua rival. As tensões pessoais, principalmente no caso de Eve que tem um marido com cobranças em casa, dão um bom tom para a trama. E também, claro, as tensões sexuais. O livro evidencia que há uma forte atração nascendo entre as duas protagonistas. Elas se encontram? Sim! Em cenas engenhosamente bem construídas. E desses encontros começa a surgir a tônica que deve conduzir o livro final.

Duas qualidades que valem muito destacar são a empatia absurda das personagens que conseguem nos cativar ainda mais e nos fazer torcer por ambas e por um belo desfecho para a história; e a composição geral da narrativa de Jennings que mescla muito bem a ação, com boas tiradas humorísticas e curiosidades locais dos cenários onde a trama é ambientada. O conjunto do livro resulta numa história gostosa de ser lida e que flui sem sentirmos o tempo passar.

Passeando por cenários sofisticados, mantendo os crimes meticulosamente bem planejados e executados por Villanelle e começando a desvendar os segredos por trás do grupo dos “Doze”, com um delicioso plot twist no fim, Não Existe Amanhã é um livro para ser devorado e trazer bons momentos de distração.

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O Autor: Luke Jennings é o autor de Blood Knots, livro finalista dos prêmios Samuel Johnson e William Hill, e de vários outros romances, incluindo Atlantic, que foi indicado ao Booker Prize. Como jornalista, ele já escreveu para The Observer, Vanity Fair, New Yorker e Time. É casado e vive atualmente em Londres.

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