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Resenha: Custe o que Custar – Harlan Coben

Sinopse Arqueiro: Simon Greene tinha uma família perfeita. Até perder a filha mais velha para as drogas. Depois de receber todo o apoio necessário na luta contra o vício, Paige desapareceu com o namorado abusivo, sem deixar vestígio. Um dia, ele a reencontra no Central Park, em Nova York, tocando violão por uns trocados. Ela parece outra pessoa: está fora de si, assustada e claramente em perigo. Quando Simon vai falar com ela e lhe implorar que volte para casa, Paige foge mais uma vez. Então ele faz o que qualquer pai faria: vai atrás dela e acaba entrando em um mundo sombrio e perigoso em que gangues de rua ditam as leis, drogas são a moeda corrente e assassinatos são acontecimentos corriqueiros. Enquanto tenta resgatar a filha, Simon se vê enredado em uma trama de mentiras que abre uma porta sombria para o passado. Em pouco tempo fica claro que não é só a vida de Paige que está em risco, mas a dele próprio também.  (Resenha: Custe o que Custar – Harlan Coben)

Opinião: A velha e boa fórmula de Harlan Coben é a força motriz de Custe o que Custar: uma família aparentemente calma e “normal” vai se desestruturando por inúmeros problemas, fantasmas do passado que retornam e segredos. Muitos segredos. E, claro, a busca de um personagem – neste caso, mais um pai, por uma filha desaparecida e que toma ares conspiratórios e altamente perigosos a partir do momento em que toda a trama é muito mais complexa do que se poderia imaginar.

Custe o que Custar é um suspense bem rocambolesco em que Coben misturou os mais variados assuntos para construir seu mistério. A princípio tudo não passa de mais um daqueles dramas familiares em que o filho abandona a casa dos pais por causa do envolvimento com drogas. Mas o pai aqui, Simon Greene, não desiste de tentar reencontrar sua filha e quando esbarra com ela, por acaso, tocando música em troca de dinheiro em um parque a busca se torna uma obsessão. É aí que o livro vai nos levar por bairros perigosos, traficantes, uma misteriosa instituição voltada para adoção de bebês e um giro louco que vai colocar personagens aparentemente sem nenhuma conexão mais próximos do que nossa imaginação é capaz de pensar.

A narrativa de Harlan Coben não traz nada de diferente do que seus fãs já estão acostumados. Tem muita ação, com cenas caprichadas de tiroteios e heróis improváveis, e mistérios que vão se sobrepondo para, ao fim, se unirem e deixarem os leitores de boca aberta. De verdade, apesar da viagem maluca de temas e histórias, tudo se encaixa direitinho e ele consegue, como sempre, nos satisfazer com explicações que não deixam dúvidas. Mesmo assim, haja imaginação…

O que é interessante e que eu gostaria de abordar um pouco é como o estilo de construção das histórias do autor é basicamente o mesmo na imensa maioria de suas obras. Há sempre uma família norte-americana meio que tradicional que se envolve em confusões por causa de segredos bem mirabolantes. A partir daí, uma busca tem início e invariavelmente ela se concentra num pai atrás de um filho ou de uma esposa. O cerne dos mistérios de Coben se dá a partir de segredos cabulosos que seus personagens mantêm escondidos até o momento em que o copo transborda e todos ao redor acabam envolvidos e ameaçados.

E faz sentido pra gente. É improvável, mas faz sentido e ocupa boas horas de leitura, ou noites insones, para descobrirmos quem será o culpado da vez. Uma mistura de Sherlock Holmes com um super-herói qualquer em que o pai faz as vezes da figura de detetive-herói que junta todas as pistas, enfrenta todos os perigos, se desvia da desconfiança da polícia e, ao fim, salva sua família. Poderíamos chamar isso de mitologia norte-americana?

“Todos nós vemos cercas de estacas ou fachadas bonitas, pais sorridentes, irmãos saudáveis, tudo isso, e uma parte nossa entende que não fazemos a menor ideia do que acontece por trás de portas fechadas, de que existe ódio e abuso, sonhos despedaçados e expectativas frustradas.”

Em Custe o que Custar vamos seguir essa mesmíssima linha de raciocínio em uma obra em que a ação é levada às últimas consequências. Talvez seja um dos livros com mais sequências de perseguição, sangue e cujo mistério é muito mais complexo e envolve inúmeras variáveis. E nosso amigo Simon Greene é um verdadeiro herói por sobreviver a tudo pelo que ele passa e chegar ileso ao final. Ah, claro, e guardando consigo mais um segredo…

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O Autor: Harlan Coben Vencedor de diversos prêmios, Harlan Coben recebeu a trinca de ases da literatura policial americana: o Anthony, o Shamus e o Edgar Allan Poe, todos por livros da série Myron Bolitar. Conhecido como “o mestre das noites em claro” por suas narrativas surpreendentes e impossíveis de largar, Coben já teve suas obras traduzidas para 45 idiomas e é um best-seller em diversos países, contando mais de 75 milhões de exemplares vendidos. Vários de seus livros foram adaptados para o cinema e para séries de streaming, entre eles O inocente, lançada pela Netflix. Mora em Nova Jersey com a esposa, os quatro filhos e os cachorros Laszlo e Winslow.

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