Sinopse Arqueiro: Em uma cobertura em Nova York, um homem recluso é encontrado morto. Junto ao corpo, há duas peças dignas de nota: uma pintura de Vermeer e uma mala de couro com as iniciais WHL3 gravadas. Levado até o local pelo FBI, Win não faz ideia de como sua mala e o quadro que foi roubado de sua família anos atrás foram parar lá. Mas ele decide que vai descobrir, principalmente depois de saber que o homem assassinado pode estar ligado ao sequestro de sua prima, ocorrido há mais de 20 anos. Na época, ela conseguiu fugir, mas seus captores e os objetos roubados nunca foram encontrados. Dono de uma apurada capacidade de observação, Win tem três coisas a seu favor para desvendar esse mistério: uma ligação pessoal com o caso, uma enorme fortuna e um estilo único de fazer justiça. (Resenha: Win – Harlan Coben)
Opinião: Harlan Coben consegue se reinventar em Win. E o motivo é justamente a voz sedutora que narra essa história de busca pela verdade por trás de mortes, roubos e atentados. O ritmo veloz, a quantidade de mistérios que se sobrepõe, as reviravoltas… Tudo isso se mantém do jeitinho como estamos acostumados de livros anteriores. Mas é o narrador, Win, que faz toda a diferença, rouba a cena e dá vida, literalmente, para essa trama.
Windsor Horne Lockwood III, ou simplesmente Win, é um herdeiro, multimilionário desses que estalam os dedos e conseguem qualquer coisa. E é uma figura encantadora. Pelo menos é isso que seu jeito de narrar a história nos deixa claro. Lógico que ele é politicamente incorreto e cheio de comentários ácidos que provocariam ódio até no menos radical dos militantes de redes sociais. Mas ele pouco se importa com isso. Afinal, vive em uma realidade muito distante da ampla maioria dos mortais. Isso fica claro a todo momento em que ele tece seus comentários, chama seus jatinhos e helicópteros ou marca encontros sexuais através de um aplicativo exclusivíssimo, usado somente por pessoas de muito $$$. Pois é, esse é o protagonista que faz de Win, um livro delicioso de ser lido.
É através de Win, amigo-irmão de Myron Bolitar, que vamos acompanhar a caçada em busca de respostas. A princípio parece ser um assassinato. Mas no apartamento da vítima encontra-se uma pintura de Vermeer, roubada muitos anos atrás da família Lockwood. E aí acham também uma mala pertencente à prima de Win. Mala essa desaparecida num passado em que ela foi sequestrada e seu pai assassinado. E assim, quanto mais se avança, mais mistérios começam a surgir. Chegando até a possível conexão com um grupo de jovens que provocou um atentado com coquetéis molotov num passado mais distante ainda. É coincidência ou de fato tudo faz parte de uma mesma história? É claro que vocês já imaginam que não existem coincidências nesses thrillers, mas acreditem, tem horas que parece difícil acreditar que Coben vai conseguir juntar tudo…
Cabe a Win, paralelamente ao FBI e podendo usar de métodos pouco convencionais, ir atrás das peças que vão explicar que diabos está acontecendo nessa história. E tem muita coisa. E é um suspense desses em que cada detalhe ou personagem tem uma contribuição efetiva para a solução de tudo. Mas como eu disse, a cereja do bolo para que essa miscelânia de mistérios dê caldo está na forma como Win destila seu veneno ao narrar a história. Harlan Coben compôs um personagem fascinante e essa voz sarcástica, ácida, nada convencional e com algumas tiradas pra lá de espirituosas faz a trama ficar mais interessante a atrativa do que poderia ser.
Falar mais do que isso, como sempre digo, é começar a entregar spoilers ou fazer resumão. Esse não é o objetivo aqui. Então, vamos condensar Win naquele velho e bom clichê que diz que é um suspense que vale muito a pena ser lido. São menos de trezentas páginas que você facilmente devora em dois dias, um típico livro para um bom fim de semana de relaxamento. A história tem tudo que você já está acostumado com relação a Harlan Coben. E serve de um excelente cartão de visitas para quem quer descobrir o autor pela primeira vez. Além do mais, reforço pela terceira vez, temos um protagonista que sustenta a história de um jeito bastante incomum na bibliografia de Coben. É um protagonista “vivo”. Isso faz muita diferença.
Ah, a sequência final, com aquele jeitão de final feliz, ainda guarda uma boa surpresa que basicamente ninguém espera. Então, leiam. E se não gostarem, bom… Desde quando Win se importa com o que vocês pensam?
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