Sinopse Arqueiro: A vida de Megan Pierce nem sempre foi um mar de rosas, mas hoje ela tem uma casa dos sonhos, um marido perfeito e é mãe de dois filhos. Apesar disso, se sente cada vez mais insatisfeita. Ray Levine já foi um fotógrafo respeitado, mas agora, aos 40 anos, tem um emprego em que finge ser paparazzo de jovens ricos aspirantes a celebridades. Broome é um detetive incapaz de esquecer um caso que nunca conseguiu resolver: há 17 anos, um pai de família desapareceu sem deixar vestígios. Todos os anos ele visita a casa em que a esposa e os filhos do homem esperam seu retorno. Essas pessoas levam uma vida que nunca desejaram. Agora, um misterioso acontecimento fará com que seus caminhos se cruzem, obrigando-as a lidar com terríveis consequências. E, à medida que conhecerem a faceta sombria do sonho americano, chegarão à chocante conclusão de que talvez não queiram deixar o passado para trás. (Resenha: Fique Comigo – Harlan Coben)
Opinião: É complicado começar essa resenha porque quem me acompanha aqui no Leitor Compulsivo sabe que sou o tarado pelos thrillers e suspenses e tals. E ao mesmo tempo eu nunca tinha lido Harlan Coben (pausa para vocês me censurarem…)!!! Até que a queridíssima Arqueiro me enviou Fique Comigo e eu finalmente decidi ampliar meus horizontes de autores do gênero e conhecer melhor o consagrado “mestre das noites em claro”.
Vamos lá… Eu tenho uma divisão especial, particular minha, para o gênero do suspense. Classifico as obras em thrillers de ação e mistério, thrillers tradicionais e thrillers light. Ação e mistério costuma ser a maioria das obras, aqueles livros que te fisgam de um jeito que você devora as páginas e é surpreendido a cada minuto (Boneco de Pano é um bom exemplo); os tradicionais são os clássicos livros de detetive imortalizados por Conan Doyle e Agatha Christie; por fim, os light que são mais leves, descompromissados e viciantes (Robert Bryndza, por exemplo, escreve bem nesse estilo). Fiz toda essa introdução para encaixar Harlan Coben nessa minha classificação pessoal. É o thriller light, adoravelmente delicioso de ser lido.
Fique Comigo é o típico livro de mistério totalmente leve, que você pega para se distrair e acaba sendo consumido pela história até descobrir qual o desfecho. Não importa aqui se tem zilhões de reviravoltas chocantes, cenas assustadoras ou a figura infalível de um detetive. Importa que há algo acontecendo que precisa ser resolvido rapidamente. Porque tudo é uma corrida contra o tempo. Assim, entendi logo de cara porque o Harlan é o sujeito das noites em claro. É impossível largar o livro. E não só pelo mistério que queremos desvendar, mas pela narrativa ágil em que um capítulo termina com o gancho para o próximo. É uma sacada maravilhosa para segurar a atenção dos curiosos.
Por outro lado, nesse primeiro contato com o autor, notei a preocupação de dar sustância para a trama. Fique Comigo não é um suspense irreal cujo único objetivo é o entretenimento. Há uma boa pesquisa para dar sustentação tanto à história quanto às tramas secundárias. Isso não significa que os personagens se tornem nossos queridinhos. Pelo contrário, os tipos são comuns demais e, pelo menos pra mim, eles servem apenas à execução da história que está sendo contada. Mas em nenhum momento eu me peguei torcendo ou caindo de amores por nenhum deles.
Pra fechar, a história de Fique Comigo, bem resumida já na sinopse, traz aquele delicioso encontro de tramas paralelas. Três personagens tocando suas vidas e que, em algum momento, vão se cruzar por conta de um acontecimento do presente. O problema é que todos eles possuem um passado em comum e é aí que está a solução para tudo.
Entre idas e vindas com recordações, reflexões pessoais e uma boa dose de crimes, o livro conseguiu segurar o desfecho até o último momento me pegando totalmente de surpresa com a revelação do culpado. Embora eu ache que os mais atentos vão matar a charada mais rápido. E embora eu precise ler mais obras do Harlan, acho que é exatamente aí que mora a grande qualidade de suas histórias. Ele cria quebra-cabeças que mexem com nossa mente, nos fazem pensar e nos transformam temporariamente em detetives em busca da menor pista ou do detalhe mais insignificante.
Fique Comigo foi uma deliciosa leitura de fim de semana (ok, li em um único dia) e me abriu com boas vibrações as portas do autor. Ah, e consegui fazer uma relação desse título em português com o desfecho da história, não sei se foi intencional, mas eu gostei demais dessa minha viajada. Aguardo comentários…
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