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Resenha: À Beira da Loucura – B.A. Paris

Sinopse Record: Cass está sendo consumida pela culpa desde a noite em que viu uma mulher dentro de um carro parado na estrada perto de sua casa, durante uma terrível tempestade, e tomou a decisão de não sair para ajudá-la. No dia seguinte, aquela mesma mulher foi encontrada morta naquele exato lugar. Cass tenta se convencer de que não havia nada que pudesse ter feito. E, talvez, se tivesse ido ajudá-la, poderia ela mesma estar morta agora. Mas nada disso é o suficiente para aplacar a angústia que sente, principalmente considerando o fato de que o assassinato aconteceu ali do lado, bem perto de sua casa isolada ― e que o assassino ainda está à solta. Seria possível que o assassino a tivesse visto, parada no acostamento, enquanto decidia se ajudaria a mulher ou não? Mas como alguém poderia acreditar em seus temores quando nem mesmo ela é capaz de saber o que é verdade e o que é mentira? E como Cass pode acreditar em si mesma quando tudo ao seu redor parece provar que está ficando louca? (Resenha: À Beira da Loucura – B.A. Paris)

Opinião: B.A. Paris estreou com o pé direito na literatura com Entre Quatro Paredes, livro que ficou no Top 10 da minha lista de favoritos de 2017 do Leitor Compulsivo. A história se equilibrou bem entre a tensão psicológica e a claustrofobia da protagonista e nos levou para um tour com reviravolta e desfecho surpreendentes e muito bem bolados. À Beira da Loucura, seu segundo livro, promete a mesma pegada de tensão em uma sinopse e chamada de capa que intrigam e atiçam a curiosidade dos leitores, ainda mais se tivermos em mente a obra de estreia. E aí começam nossos problemas…

O alto grau de expectativa com que mergulhei em À Beira da Loucura foi rapidamente frustrado por uma obra mais longa, com mais desdobramentos, contudo sem parecer exatamente bem amarrada. Ponto fraco número um: B.A. Paris decidiu escrever uma história maior, mas sem possui exatamente um conteúdo que desse sustância a isso. O resultado foram capítulos desnecessários e muitas passagens repetitivas. Diversas cenas eram totalmente dispensáveis e deixaram a sensação de “encheu linguiça”.

A trama, que prometia muito na sinopse, ao se perder na falta de um bom desenvolvimento levou à criação de personagens insossos e artificiais. Se em sua obra de estreia, a autora deu vida a uma Grace quase real em seus medos e tensões, em À Beira da Loucura sua Cass é insuportavelmente chata e inocente. Mesmo a história puxando para o lado de uma possível doença mental, a facilidade com que a personagem se entrega aos acontecimentos é infantil demais. Aliás, infantil talvez seja a palavra-chave para definir Cass, e o livro como um todo.

Por fim, a resolução do mistério e seu desfecho, que poderiam salvar o livro, confirmaram a suspeita que tive lá na frustração inicial. B.A. Paris não tinha em mãos uma história bem amarrada. De longe foi um dos finais menos surpreendentes, mais frustrantes e mais idiotas que já li. Para aqueles que matam a charada já no meio da obra, a expectativa, óbvio, é que quebremos a cara nas sequenciais finais. Isso não acontece. E para quem espera receber um plot twist daqueles, o tesão é quebrado de forma fenomenal.

Minha avaliação geral é que se trata de um suspense razoável. Apesar de todos os defeitos que elenquei, leitores menos exigentes vão encontrar boas horas de distração na obra. Contudo, ao fazer uma comparação direta com seu livro anterior – me perdoem, mas acho impossível não fazer essa comparação, percebemos claramente o abismo de qualidade que os separa.

B.A. Paris já possui outra obra publicada e que deve chegar ao Brasil em 2019. Darei a ela o benefício da dúvida para saber se é uma autora que vai desencantar e nos trazer boas histórias ou se contentar em produzir obras medianas e ser mais uma na multidão.

Avaliação: 3 Estrelas

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Da Autora leia também:

Entre Quatro Paredes

A Autora: B.A. Paris de ascendência franco-irlandesa, nasceu em 1958 e cresceu na Inglaterra. Foi viver na França, onde trabalhou durante alguns anos num banco internacional, até se formar como professora e fundar uma escola de línguas com o marido.  “Entre Quatro Paredes” é o seu primeiro romance, que teve um excelente acolhimento por parte da crítica literária e um retumbante sucesso mundial, com mais de um milhão de exemplares vendidos. A sua publicação está assegurada em mais de 35 países e teve os direitos vendidos para o cinema. Ela vive na França com o marido e as cinco filhas.

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