Resenha: A Faca Sutil – Philip Pullman
Sinopse Suma de Letras: Perdida em um mundo novo, Lyra Belacqua encontra Will Parry ― um fugitivo que logo se torna um aliado mais que necessário. Pois este novo mundo é povoado por Espectros sugadores de alma, e no céu as feiticeiras disputam espaço com anjos. Will procura pelo pai, um explorador desaparecido há anos, e Lyra busca a origem do Pó. No entanto, o que os dois encontram é um segredo mortal e uma arma de poder absoluto, capaz de decidir o resultado na guerra que se forma ao redor deles. O que nenhum dos dois suspeita é do quanto suas vidas, seus objetivos e seus destinos estão conectados… até que precisam se separar. (Resenha: A Faca Sutil – Philip Pullman)
Conheçam o primeiro volume, A Bússola de ouro.
Opinião (sem spoilers): Vou confessar uma coisa a vocês. Esse mundo fantástico e inventivo criado por Philip Pullman está se tornando, cada vez mais, um dos meus favoritos dentro da literatura. Não sou leitor assíduo desse gênero, não como eu gostaria, porém arrisco a dizer que histórias tão complexas como essa não são vistas com tanta frequência. Temos aqui um trabalho de fantasia que, de fato, não é tanto para crianças. Eu concluí A Bússola de Ouro, primeiro volume dessa trilogia publicada pela Suma, curioso para saber o que viria a seguir. Foi uma leitura que me conquistou cada vez mais enquanto lia, com um desfecho interessante, mas nada tão desesperador. Entretanto, o que eu encontrei em A Faca Sutil, volume 2 dessa jornada, com tradução de Eliana Sabino, foi bem diferente.
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Nessa sequência, a história começa exatamente de onde o primeiro livro parou e não perde tempo; somos logo apresentados a novos personagens. Will Parry, que vai dividir o protagonismo com Lyra Belacqua, instantaneamente cativa o leitor com sua força e sua determinação na busca pelo pai e por respostas. Além disso, temos mais focos narrativos aqui do que tivemos no primeiro, o que nos dá a oportunidade de conhecer melhor alguns outros personagens, como Lee Scoresby e Serafina Pekkala, que ganham suas próprias missões nessa história. Mas, por conta disso, senti uma dificuldade em vencer o meio do livro, porque algumas jornadas e personagens acabam inevitavelmente sendo mais interessantes do que outros, e, portanto, mesmo sendo menor em número de páginas do que o seu antecessor, demorei mais para lê-lo. Entretanto, todas essas ramificações se convergem em uma conclusão de arrepiar, terminando de maneira mais impressionante que A Bússola de Ouro.
tinha a sensação de ter chegado ao fim do mundo; se ali fosse também o fim da sua vida, iria lutar, e lutar até cair.
– Página 277
Quando digo que essa história é mais adulta do que aparenta ser, não quer dizer que leitores mais jovens não possam aproveitá-la. Porém, sendo um espectador mais experiente, as referências dessa narrativa se tornam mais claras e é inevitável chegar à conclusão de que Pullman é um baita autor. Sua história é tão inteligente e penetrante, ficando maior à cada página lida, trilhando caminhos que pareciam não ser possíveis e montando um cenário de infinitas possibilidades. Uau! É um livro com muito a oferecer, trazendo questionamentos bem ricos sobre modelos religiosos ainda vigentes e fanatismo, coisas pelas quais o autor, inclusive, já sofreu duras críticas (impensadas, ao meu ver). Uma obra que diverte e que incomoda.
Se você gosta de objetos mágicos, perseguições entre mundos, guerras iminentes e feitiços e caldeirões, este livro é para você. Mas, se você curte histórias sobre família, companheirismo, destino e lealdade, esse livro também é para você. A Faca Sutil traz algumas tristes despedidas e a ausência de alguns personagens que amamos (ansioso para reencontrá-los), mas traz também a promessa de um próximo (e último) volume ainda mais épico, grandioso e emocionante. Mal posso esperar!
fosse o que fosse esse outro mundo, tinha que ser melhor do que aquele que acabara de deixar.
– Página 19
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O autor: Philip Pullman é um dos escritores mais aclamados da atualidade. Sua obra mais conhecida é a trilogia Fronteiras do Universo (composta por A bússola de ouro, A faca sutil e A luneta âmbar), que foi selecionada como uma das 100 melhores obras de todos os tempos pela revista Newsweek. Ele também ganhou vários prêmios importantes, incluindo o Carnegie Medal por A bússola de ouro; o Whitbread Prize por A luneta âmbar; e o Memorial Astrid Lindgren Prize, pelo conjunto da obra. Em 2004, Pullman foi nomeado Comandante da Ordem do Império Britânico.