Sinopse Editora Rocco: Criada em uma casa habitada por pequenos ladrões num beco escuro da Londres vitoriana, a órfã Sue Trinder é criada pela Sra. Sucksby com uma ternura incomum ao ambiente em que vive. Perto de completar dezoito anos, Sue é cooptada por um vigarista de infame alcunha, Sir Gentleman, a participar de um esquema ardiloso quando vai trabalhar como criada na bucólica mansão do velho Christopher Lilly, um excêntrico que vive recluso, cercado de livros, ao lado da sobrinha, a também órfã Maud. A tarefa de Sue é ganhar a confiança de Maud e persuadi-la a cair nos encantos do golpista, que, após desposá-la, pretende interná-la em um manicômio e desfrutar de sua fortuna. O que se apresenta como uma simples armação se revela uma trama cada vez mais complicada à medida que uma delicada relação se desenvolve entre as jovens órfãs. Desse encontro carregado de erotismo, tensão e jogos psicológicos, surgirá uma união que fará frente aos obstáculos que surgem no caminho de ambas ao longo de uma aventura instigante, repleta de surpresas e reviravoltas. (Resenha: Na Ponta dos Dedos – Sarah Waters)
Opinião: Primeiro livro que leio da premiada autora britânica, Sarah Waters, Na Ponta dos Dedos, conta a história de Sue Trinder, criada pela Sra. Sucksby em uma pequena casa num beco habitado pelos tipos mais perigosos de pessoas. Próximo de completar seus 18 anos a jovem é convencida a participar de um plano ousado por Sir Gentleman: ela deve começar a trabalhar na mansão do velho Christopher Lilly e convencer a neta dele, Maud, a casar com o vigarista, para que ele possa receber toda a fortuna da família.
Maud também é órfã e, ao se conhecerem, ambas criar um relacionamento cheio de desafios pela frente. Daí já começa a minha primeira surpresa com o livro, pois eu jamais imaginaria, lendo a premissa, que o romance seguiria pelo caminho fantástico dado pela autora. Ambas as personagens são construídas de forma muito elegante pela autora, cativando e criando no leitor uma empatia sincera.
Se a relação das duas já serviria ao leitor como um prato cheio para devorar essa história, as tramas paralelas de falcatruas, suspenses e reviravoltas dão um tempero a mais e fazem dessa leitura algo extraordinário. Com diálogos afiados e provocativos e um completo domínio narrativo, Sarah Waters constrói uma trama surpreendente onde nada é o que parece ser.
“Na Ponta dos Dedos” é um daqueles livros de tirar o fôlego, com personagens surpreendentes e uma trama cheia de reviravoltas. Se você gosta de pegar um livro que te prende da primeira à última página, Sarah Waters escreveu essa história para você. O livro foi adaptado para a TV em 2005, em uma minissérie da BBC, e também para o cinema, pelo diretor coreano Park Chan-wook como A criada, filme vencedor do prêmio BAFTA de melhor filme estrangeiro, em 2018.
Avaliação: 4 de 5 estrelas.
Sobre a autora: Nasceu no País de Gales em 1966 e é doutorada em Literatura Inglesa. Em 1998 recebeu o prémio New London Writers. Em 2000 recebeu o prémio do Sunday Times para jovens escritores e o prémio Somerset Maugham, ambos por Afinidade. O romance Falsas Aparências