Sinopse HarperCollins: 1895: Londres está assustada. Um assassino assombra as ruas da cidade. Os pobres têm fome, os chefões do crime estão tomando controle e a polícia está operando além da sua capacidade. Enquanto os ricos se voltam para Sherlock Holmes, o celebrado detetive particular raramente visita as ruas densamente povoadas do Sul de Londres, onde os crimes são mais sujos e as pessoas são mais pobres. Em um canto escuro de Southwark, as vítimas recorrem a um homem que detesta Holmes, sua clientela rica e os espetáculos da sua abordagem forênsica: Arrowood – psicólogo autodidata, bêbado ocasional e investigador particular. Quando um homem desaparece misteriosamente e a melhor testemunha de Arrowood é brutalmente esfaqueada na sua frente, ele e seu colega Barnett precisam encarar sua tarefa mais difícil até hoje: capturar o chefe da mais notória gangue de Londres… (Resenha: Arrowood – Mike Finlay)

Opinião: Detetives na busca pela solução de crimes ou mistérios intrigantes são um dos pilares do gênero suspense. Em Londres, por exemplo, Sherlock Holmes conquistou fama e a cidade vibra com seu talento e astúcia. Nessa mesma Londres, longe, porém, do glamour que envolve Holmes, existe um outro detetive, Arrowood. Ele tenta ganhar a vida, mas seus casos são difíceis e nem sempre as pessoas que o cercam acham que ele tem competência para resolvê-los. É como se fosse um herói derrotado.

Enveredando pelo caminho consagrado da literatura investigativa ao recriar a Londres de Sherlock Holmes, Mike Finlay apresenta a nós, leitores, uma versão alternativa de detetive. Arrowod é um livro com todas as premissas de uma boa história detetivesca, inclusive pela ideia bem original de criar um protagonista alternativo a Sherlock Holmes. William Arrowood habita a mesma Londres de Holmes, porém é um profissional dos subúrbios, que atende aos clientes menos afortunados. Intimamente, e em alguns arroubos coléricos, ele deixa evidente seu ódio (ou inveja), pelo sucesso de Sherlock. Afora isso, o livro traz o básico que qualquer um de nós já está acostumado: um cliente contrata o detetive para solucionar um mistério. O mistério, um desaparecimento, ganha novos contornos quando uma testemunha é assassinada. Começa, então, o vai-e-vem de buscar pistas, interrogatórios, invasões a propriedades e fatores que vão complicando e embaralhando a história.

A partir da excelente ideia de criar um “concorrente” a Sherlock Holmes, Mike Finlay se esqueceu apenas de ter em mãos uma história que desse conta de quase trezentas páginas. A velocidade, o ritmo, e as jogadas de astúcia de uma investigação se perderam em meio a uma trama longa e arrastada com excesso de detalhes em pontos totalmente dispensáveis. Faltou enxugar o livro, cortar capítulos e se concentrar em algo mais objetivo. Diversos desdobramentos apresentados eram até interessantes, mas o conjunto resultou em um livro cansativo e sem aquela pegada que o tema pedia e que instiga os leitores e se envolverem com o que está sendo investigado/narrado.

Arrowood é um excelente personagem e há condições de criar raízes para uma série de histórias. O mesmo se aplica a seu assistente e à sua irmã, que mesmo sendo coadjuvante, deixou mostras de que pode ocupar espaço importante no caso de novos livros. Porém, essa excelente e ousada ideia acabou prejudicada pela execução e nem foi possível desenvolvermos qualquer sentimento com relação a esses personagens.

Acostumado com casos de mistério intrigantes e que me levam a pensar junto com os personagens, Arrowood me deixou com duas frustrações. De um lado por jogar por terra minhas expectativas e de outro por eu ver uma ótima premissa ser desperdiçada. Aguardamos para ver se haverá fôlego de Mike Finlay para novos livros e se esses chegarão ao Brasil.

Avaliação: 2 Estrelas

O Autor: Mike Finlay nasceu em Glasgow e cresceu no Canadá e na Inglaterra. Ele é professor de psicologia e já publicou diversas pesquisas sobre violência política, persuasão, deficiências e comunicação verbal e não-verbal. Antes de virar acadêmico, teve uma barraca em Portobello Road, foi ajudante de palco em um circo itinerante, aprendiz de açougueiro, porteiro de hotel e ocupou diversos cargos relacionados a psicologia na área de saúde e serviços sociais. Hoje ele mora em Brighton com sua família.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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