Sinopse Morro Branco: Irene é uma espiã profissional da misteriosa Biblioteca, uma organização que existe fora do tempo e espaço e que coleciona livros e manuscritos de diferentes realidades. Junto com seu enigmático assistente Kai, ela é enviada para uma Londres alternativa com a missão de recuperar um perigoso livro. Mas quando chegam, ele já foi roubado. As principais facções do submundo londrino estão prontas para lutar até a morte para achá-lo, e a missão de Irene é dificultada pelo fato de que o mundo está infestado pelo Caos – as leis da natureza foram distorcidas para permitir a existência de criaturas sobrenaturais e mágicas imprevisíveis. Enquanto seu novo assistente guarda seus próprios segredos, Irene logo se vê envolvida em uma aventura repleta de ladrões, assassinos e sociedades secretas, onde a própria realidade está em perigo e falhar não é uma opção. (Resenha: A Biblioteca Invisível – Genevieve Cogman)
Opinião: O vigor do gênero fantasia em nos surpreender com diferentes temáticas, bem desenvolvidas, convincentes e envolventes tem mais um representante em A Biblioteca Invisível. Esta obra ágil de leitura deliciosa é uma verdadeira homenagem aos apaixonados por livros, e uma viagem por um mundo que promete nos revelar ainda muitos segredos nas sequências futuras. Em A Biblioteca Invisível vamos conhecer a Biblioteca, uma instituição que paira entre os mundos e realidades e é responsável por armazenar todas as publicações possíveis, mesmo que para isso seja preciso roubá-las. A trama do livro acompanha uma dessas incursões em busca de um exemplar dos Irmãos Grimm, e um mundo fantástico se descortina pelas páginas.
Genevieve Cogman deu vida a uma história original e extremamente inventiva com referências a personagens e obras consagradas e um criativo uso de seres fantásticos como lobisomens e vampiros. Ela soube desenvolver sua realidade fictícia e conferir a cada personagem ou criatura características próprias que servissem aos propósitos da obra. Portanto esqueça o vampiro que acorda a noite somente para sugar o sangue das vítimas, por exemplo. Aqui cada um desempenha as suas funções a serviço da trama, sem perder seu charme literário tradicional.
A galeria de personagens é fascinante e nos conquista rapidamente. A protagonista Irene é espirituosa, divertida, e foi construída de um jeito bem peculiar para gerar identificação com quem vive nos dias atuais. Por mais que a história de A Biblioteca Invisível se passe em diferentes realidades e épocas, é impossível não associar Irene com alguém vindo diretamente desse nosso mundo amalucado de redes sociais, tecnologia e conexões. O mesmo acerto se aplica ao jovem Kai e ao detetive Vale, este último, por sinal, uma clara homenagem ao Sherlock de Conan Doyle.
Com quase quatrocentas páginas, A Biblioteca Invisível peca pelo excesso de situações que se sucedem na busca pelo livro dos Irmãos Grimm. Vi algumas resenhas apontando essa lentidão no desenrolar dos fatos como ponto negativo. Mesmo achando que tudo se encaixou perfeitamente e fluiu bem, reconheço que diversas cenas, se suprimidas, não fariam diferença no resultado final e poderiam angariar mais leitores. Mas esse é um daqueles casos em que o gosto e as experiências e estilos de leitura de cada um é que definem o curtir mais ou curtir menos uma obra.
Livros de fantasia são a pedida ideal para nos desligarmos da realidade e embarcarmos naquele mundo ali descrito, ou até mesmo nos imaginarmos vivendo aquelas aventuras. Em meio a tantas séries de livros que se limitam a repetir o mote da série de sucesso anterior, Genevieve Cogman nos entrega uma história das mais criativas e vibrantes. É um novo mundo a explorarmos e que promete fascinantes aventuras nos próximos livros.
Avaliação: 4 Estrelas
A Autora: Genevieve Cogman começou logo cedo a se aventurar pelos universos de Tolkien e Sherlock Holmes e nunca mais parou. Antes de “A Biblioteca Invisível”, seu romance de estreia, fez mestrado em Estatística aplicada à Medicina e usou isso em uma variedade de empregos: codificadora clínica, analista de dados e especialista em classificação. Além disso, trabalhou como escritora freelance de RPG. Atualmente mora no norte da Inglaterra.