Sinopse: Repetir um movimento várias e várias vezes ajuda a clarear a mente uma lição que Finley aprendeu muito cedo, nas quadras de basquete. Numa cidade comandada pela violência do tráfico e da máfia irlandesa, vestir a camisa 21 e dar o sangue em quadra é sua válvula de escape. Vinte e um também é o número da camisa de Russ, um gênio do basquete. Ou pelo menos era. Recém-chegado à cidade de Bellmont depois de ter a vida virada de cabeça para baixo por uma tragédia, a última coisa que ele quer é pegar de novo numa bola. Russ está confuso, parece negar o que lhe aconteceu e agora se autointitula um alienígena de passagem pela Terra. Finley recebe a missão de ajudá-lo a se recuperar e, para isso, precisará convencê-lo a voltar a jogar, mesmo sob o risco de perder seu lugar como estrela do time. Contra todas as probabilidades, Russ e Finley se tornam amigos e, por mais estranho que pareça, a presença de Russ poderá transformar a vida de Finley completamente. Uma emocionante história sobre esperança, amizade e redenção, com a prosa sensível e inteligente de Matthew Quick. (Resenha: Garoto 21- Matthew Quick)
Opinião: Quick é um daqueles autores que em suas histórias transpiram o drama, o bom humor e com personagens fortes e memoráveis. Suas tramas são recheadas de conflitos pessoais e coletivos fazendo o leitor ter picos de raiva e puro amor.
Em Garoto 21 acompanhamos a história de dois garotos: Russ e Finley. Suas vidas se encontram justamente porque estão bagunçadas (com vários problemas pra resolver) ou monótonas demais, e esse encontro é que vai colocar o mundo de cada um virado do avesso.
Russ tem problema de seguir em frente. A perda é algo que ele não sabe controlar ou colocar em baixos dos panos pra continuar tendo sua vida como era.
Finley é jogado com tudo na vida de Russ com a missão de ajudá-lo a encontrar o eixo para seus problemas com o intuito de seguir em frente e voltar a ser o grande astro prometido do basquete.
Na contrapartida de tudo isso eles são jovens descobrindo o mundo e como a cada esquina que viram é um novo desafio e uma nova aventura. É justamente essa instabilidade jovial que torna o livro um dos melhores trabalhos de Quick depois de O Lado Bom da Vida.
Acompanhando a trama dos dois garotos o basquete é o vínculo mais forte entre eles, é até mesmo uma questão de vida ou morte. Para Finley é objetivo de vida que o faz tomar atitudes como por exemplo: não se relacionar com Erin durante a temporada de jogos. Já para Russ é algo natural que nasceu com ele e faz parte de sua estrutura fisiológica.
Além de ter a missão de ajudar Russ a colocar sua vida nos eixos e voltar a ser o que era, Finley tem de lidar com as questões do coração, com os segredos que rondam sua família, com seu treinador e com a máfia irlandesa, que é a trama que move a vida de todos os personagens e os unifica.
Matthew Quick entrega ao leitor uma história carregada de dúvidas, perigos, heroísmo e filosofia. O leitor é levado a tentar entender que ser jovem tem suas complicações e não importa se a condição financeira é boa ou não, todos são alvos de crescentes dúvidas e decisões a serem tomadas. Leiam!
Avaliação: 5 estrelas
O autor: Matthew Quick era professor na Filadélfia, mas decidiu largar tudo e, depois de conhecer a Amazônia peruana, viajar pela África Meridional, trilhar o caminho até o fundo nevado do Grand Canyon, reviu seus valores e, enfim, passou a dedicar todo seu tempo à escrita.
Ele, então, fez MFA em Creative Writing pelo Goddard College e voltou para a Filadélfia, onde mora com a esposa.
Quick é autor de três romances além de O lado bom da vida e Perdão, Leonard Peacock, e recebeu várias críticas elogiosas e importantes menções honrosas, entre as quais destaca-se a do PEN/Hemingway Award.