Sinopse Suma: Algo maligno invadiu a pequena cidade de Castle Rock, no Maine, durante a última tempestade de inverno. Agora, o xerife Norris Ridgewick e sua equipe estão em uma busca incansável por duas garotas desaparecidas. Aos trinta e sete anos e morando em Washington, DC, Gwendy Peterson não se assemelha nem um pouco à adolescente insegura que costumava ser quando passou o verão se exercitando na Escadaria Suicida de Castle Rock. Naquele verão, ela foi incumbida ― há quem diga amaldiçoada ― de cuidar de uma caixa de botões bastante peculiar, entregue a ela por um desconhecido de terno preto. Gwendy nunca falou para ninguém sobre a caixa ― nem mesmo para o marido ―, até que, um dia, ela ressurge. Motivada pela inusitada reaparição do objeto e pelos desaparecimentos preocupantes em sua cidade natal, Gwendy retorna a Castle Rock, onde tentará resgatar as garotas desaparecidas antes que algo horrível aconteça com elas. Com uma prosa lírica de tirar o fôlego, o livro nos leva a pensar: nossas vidas são controladas pelo destino ou pelas escolhas que fazemos? (Resenha: A Pena Mágica de Gwendy – Richard Chizmar)

Opinião: Determinadas histórias, algumas tão simples e curtas que poderiam facilmente serem uma novela ou conto, se encerram por si só. A premissa é interessante, o desenvolvimento é básico e cumpre bem o que se espera dessa premissa e o desfecho pode até ficar em aberto, mas sem chances para uma continuação. Simplesmente porque há histórias que precisam se encerrar por si só. A menos que você tenha na manga uma carta muito, mas muito boa mesmo que justifique uma continuação…

Quando li e comentei aqui sobre A Pequena Caixa de Gwendy, falei muito sobre uma história que partia de um excelente pressuposto, mas que ficava nessa promessa constante de que poderia ir além, mas jamais ia. E quando falamos de uma trama que se passa em Castle Rock, nossas expectativas sempre vão estar lá nas infinitas alturas, afinal… Bem, Castle Rock fala por si, certo? Mas o livro ficou naquele esboço de conto que romanceado serviu de tira-gosto para um sábado à tarde.

Em voo solo, Richard Chizmar decidiu, vejam só, que aquela premissa mal desenvolvida merecia uma continuação. Eis que temos, então, A Pena Mágica de Gwendy e suas trezentas e quarenta páginas que não nos levam a lugar algum. O livro encarou de forma extremamente séria a ideia de prometer algo e jamais conseguir cumprir, se perdendo em divagações e passagens as mais insossas possíveis. E olha que estou com muito boa vontade. Porque, falando bem francamente, a própria ideia central do livro – decifrar o desaparecimento de garotas lá em Castle, é totalmente deixada de lado e aparece em sequências pouco inspiradas e que soam mais como pano de fundo do que como trama principal.

Adulta, com uma carreira literária consagrada e agora uma congressista dos Estados Unidos, Gwendy Peterson tem um reencontro com a misteriosa caixa e suas seduções para resolver problemas. Mas é só isso! Pasmem, mas para começo de conversa a caixa é apenas um adereço a assombrar a protagonista. Se pensarmos que a caixa é o cerne dessa trilogia (sim, há um terceiro livro, meus amigos) a falta de função dela nesse volume dois é chocante!

Mas há garotas sendo sequestradas em Castle e ninguém faz ideia do que está acontecendo. Bora levarmos Gwendy pra lá pra ajudar nisso e… Bom, não temos uma investigação de verdade e séria sobre esses desaparecimentos. Apenas buscas, encontros de Gwendy com xerife e outras pessoas e um desfecho que só com muito boa vontade para levarmos a sério.

Então, do que diabos se trata A Pena Mágica de Gwendy? O melhor resumo que consigo fazer é um compilado de divagações de Gwendy sobre sua vida, seus desafios, sua família e recordações do passado. Somos espectadores da protagonista desfiando o rosário do seu dia a dia na espera de que algo muito maneiro aconteça e dê uma chacoalhada boa na narrativa. O que, obviamente, não acontece. A frustração é tanta que até a tal pena mágica – ridícula, por sinal, soa como uma ofensa aos leitores.

A pouco inspirada trilogia de Gwendy, que começou numa parceria com Stephen King, não deixa muitas expectativas para o desfecho vindouro. Mesmo com a volta do mestre do horror para o terceiro livro, acho bem difícil conseguirem salvar alguma coisa dessa confusão de caixa, botões e pouco barulho para nenhuma trama. E sobre essa Pena Mágica de Gwendy? Bom, trata-se de um livro esquecível!

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Leia também:

A Última Missão de Gwendy (Trilogia A Caixa de Gwendy – Volume III)

A Pena Mágica de Gwendy (Trilogia A Caixa de Gwendy – Volume II)

A Pequena Caixa de Gwendy (Trilogia A Caixa de Gwendy – Volume I)

O Autor: Richard Chizmar nasceu em 1965 nos Estados Unidos, é escritor, editor e roteirista. Teve suas obras traduzidas para diversos idiomas e ganhou dois prêmios World Fantasy, quatro prêmios International Horror Guild e o prêmio Horror Writers Association Board of Trustee. Sua terceira coletânea de contos, A Long December, foi publicada em 2016 e recebeu críticas excelentes.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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