Sinopse Intrínseca: As escritoras June Hayward e Athena Liu se formaram em Yale e publicaram seus romances de estreia na mesma época. Tudo indicava que chegariam juntas ao estrelato, mas, pouco depois da graduação, Athena começou a colher louros literários, enquanto June recebeu apenas migalhas de reconhecimento. Quando Athena morre em um estranho incidente, June rouba o manuscrito do novo livro da amiga. E June recebe uma proposta de publicação de sua editora. Mas alguém parece saber que a obra-prima de Athena Liu foi roubada, e debates sobre plágio e identidade racial ganham as redes sociais. June então percebe que não poderá escapar desse fantasma para sempre. Do que ela será capaz para proteger o sucesso que acredita merecer (Resenha: Impostora: Yellowface – R. F. Kuang)
Opinião: Mas foi a June quem lapidou a história, quem deu vida aos personagens, quem fez com que a história se tornasse um dos livros da década. A história é dela! Será mesmo?
Impostora: Yellowface, da renomada autora R. F. Kuang, nos apresenta uma história intrigante e divertida sobre os direitos autorais de obras literárias. A personagem principal, June Hayward — ou melhor, Juniper Song — nos faz mergulhar em sua mente e viver cada um de seus pensamentos. Quando sua “amiga” Athena Liu, uma escritora renomada, morre de forma inesperada, June dá um jeito de roubar o manuscrito de um projeto que Athena havia acabado de finalizar. Este poderia ser seu momento de brilhar.
Claro que ela não usou exatamente a versão roubada. June dedicou todo o seu esforço e tempo ao aprimoramento e refinamento da história, até o ponto de não saber mais quem realmente a escreveu. Pelo menos, essa é a versão em que ela acredita e tenta convencer o leitor a acreditar também. O que ela fez não foi errado, certo? Afinal, ela também colocou esforço ali.
Além disso, Athena estava morta — ela não precisava mais do dinheiro. Juniper cria um jogo mental brilhante e, como leitor, você se pega comprando sua narrativa sem qualquer resistência. Foi ela quem escreveu e merece todo o sucesso. Ponto. Será mesmo?
Uma menção honrosa em Impostora: Yellowface vai para as partes em que June narra as dinâmicas das redes sociais — dos momentos de euforia aos de repressão. Uma reflexão, ou melhor, uma cutucada mais do que necessária para os tempos atuais. Não é nada que já não saibamos, mas, quando dito, você realmente se confronta com questões que estavam adormecidas em sua mente.
Kuang estruturou Impostora: Yellowface perfeitamente, e você devora o livro sem qualquer esforço. É sensacional como nos conectamos com cada personagem e enxergamos sua importância. Mais para o final do livro, senti que algumas partes poderiam ter sido cortadas, pois não acrescentaram muito à história.
No entanto, foi algo pontual e não afetou o andamento do enredo. Já nos momentos finais, a história teve uma reviravolta e uma conclusão ideal para amarrar toda a narrativa. Acredito que o fantasma de Athena também gostou da repercussão de todo esse caso.
Adoraria saber também quais serão os próximos passos de Juniper Song.
Boa leitura 🙂
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A Autora: R. F. Kuang é escritora, tradutora de mandarim e bolsista da Marshall Scholarship. Mestra em Filosofia na área de Estudos Chineses por Cambridge e em Estudos Chineses Contemporâneos por Oxford, atualmente cursa o doutorado em Literatura e Línguas do Leste da Ásia em Yale. Vencedora dos prêmios Nebula e Locus por Babel ou a necessidade de violência, Kuang também é autora da trilogia best-seller A Guerra da Papoula ― que foi indicada a diversos prêmios, incluindo o Hugo ― e por dois anos consecutivos recebeu o British Book Awards, por Babel e Impostora: Yellowface.