Sinopse Gutenberg: Jeanne perdeu o grande amor de sua vida. Aos 74 anos, precisa encarar uma viuvez dolorida. Em suas visitas ao túmulo do marido, ela compartilha sua solidão e seus medos, inclusive o de não conseguir pagar todas as contas sem o salário dele. Para resolver o problema, ela toma uma decisão impulsiva: alugar um dos quartos do apartamento. Théo está ansioso por ter um lugar decente para morar. O carro dentro do qual vivia foi rebocado com todos os seus pertences, e o custo de recuperá-lo é mais alto do que ele pode bancar. Iris também está desesperada. Sem aviso prévio, o locatário do apartamento em que morava pediu o imóvel de volta, e ela tem poucos dias para achar um novo teto. Jeanne segue sua intuição e recebe Théo e Iris para morarem com ela. A princípio indiferentes uns aos outros, a convivência vai despertando sentimentos inesperados, e assim a solidão dos três pouco a pouco transforma completamente a vida de cada um. (Resenha: O que Resta de Nós – Virginie Grimaldi)
Opinião: O que resta da gente quando aquilo que mais amamos não existe mais?
Esteja preparado para adentrar as vidas de Jeanne, Iris e Théo. Três desconhecidos, unidos pelo acaso. Jeanne, uma senhora de 74 anos que perdeu há pouco seu amado marido, com quem dividiu quase toda a vida. Iris, uma jovem adulta de 33 anos que precisou recomeçar sua vida em Paris de última hora. Théo, um rapaz de 19 anos que acaba de sair do orfanato onde passou grande parte da infância e juventude. Três pessoas, três histórias e três razões pelas quais esse encontro parecia improvável, mas que, no fim, aconteceu.
Jeanne, agora viúva, se encontra solitária em um apartamento grande o bastante para uma família que, para sua infelicidade, nunca chegou a construir. A ausência de seu marido, James, trouxe não apenas a solidão, mas também a dura realidade financeira: ela não tinha condições de se manter sozinha. Diante disso, Jeanne decide procurar alguém para alugar um dos quartos vagos do apartamento. É assim que Iris e Théo chegam à sua vida e, mais do que simplesmente dividir um espaço, eles acabam construindo juntos um verdadeiro espírito de família.
A história em O Que Resta de Nós é narrada em capítulos curtos, alternando o ponto de vista de cada personagem. A leitura é leve, fluida e agradável. A autora, Virginie Grimaldi, conduz a descoberta de cada personagem aos poucos, sem grandes explicações iniciais sobre suas histórias. Até a última página, ainda há detalhes a serem revelados. Mas isso não diminui a conexão que o leitor pode criar com eles. Seus dilemas são humanos, suas dores são reais e seus desejos são os mesmos de muitos de nós: ser amado. E não se precipite — não falamos aqui de amor romântico, mas do amor em suas diversas formas. Sem clichês, sem apelações, apenas a vida de pessoas boas, marcadas por feridas causadas por circunstâncias fora de seu controle.
Se você se pergunta se O que Resta de Nós é uma história de grande impacto, já adianto: não é. É uma história linda e bem construída. Não há pontas soltas, mas também não há grandes impressões duradouras. No entanto, se você busca uma leitura leve, com momentos para rir, se emocionar e um bom plot twist no final, então esse livro é para você.
E se, ao concluir a leitura, você me perguntar “O que resta de nós?”, eu diria que nos resta entender que a vida tem seu próprio compasso e que a coincidência só tem razões desconhecidas por a gente.
Boa leitura!
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A Autora: Virginie Grimaldi nascida em 1977 em Bordeaux, onde ainda reside, é uma autora cujo trabalho tem encantado leitores ao redor do mundo. Seus livros, traduzidos para mais de vinte idiomas, são marcados por personagens cativantes e uma escrita poética e sensível. As histórias que ela cria, ao mesmo tempo leves e emocionantes, refletem a vida de maneira profunda. Virginie é a autora francesa mais lida em seu país nos últimos três anos, segundo o jornal Le Figaro, e recebeu o prêmio de Autora Favorita dos Franceses em 2022, concedido pela France Télévisions. Ultrapassou a impressionante marca de mais de um milhão de exemplares vendidos na Europa.