Sinopse DarkSide: Ethan Childs, um americano que ensina inglês em Tokyo há quatro anos, planeja escalar o monte Fuji com a namorada Mel e alguns amigos. Mas quando uma tempestade iminente impede o passeio, os turistas israelenses Ben e Nina convencem o grupo a se juntar a eles, em uma caminhada pela sinistra floresta vizinha ao monte. Não há sons de animais ou qualquer vestígio de vento. E o que começa como um ambiente inquietante, em pouco tempo dá lugar a ameaças sérias e concretas, quando uma tragédia acontece com um deles. Ethan e companhia logo se veem perdidos. Os estranhos ruídos que se propagam na floresta parecem confirmar existências fantasmagóricas ou, pior, podem indicar que o grupo está sendo observado e seguido há um bom tempo. (Resenha: Floresta dos Suicidas – Jeremy Bates)
Opinião: Floresta dos Suicidas se propõe a ser uma obra de terror e toda a sua divulgação se baseia nessa ideia. Contudo, para os realmente fãs do gênero, vai ficar um quê de desapontamento ao terminar a leitura. Por mais sombrio que seja o clima criado pelo autor e por mais que a temática e sua ambientação proporcionem um clima de tensão constante, ainda assim, pessoalmente, não consegui sentir essa vibe de horror. Então, prefiro classificar o livro como um bom suspense de tensão psicológica.
Floresta dos Suicidas é inspirado nas lendas que envolvem a Floresta de Aokigahara, que fica lá no Japão. É uma floresta real cercada de lendas, de mistérios, principalmente porque muitas pessoas tiram suas vidas nessa floresta. Então, é o local perfeito para o surgimento de muitas lendas urbanas, de muitos mitos, principalmente se nós levarmos em consideração que o Japão possui uma mitologia muito rica. E, obviamente, um local como esse, com tudo que o cerca, vai gerar apreensão natural nas pessoas.
E se você quiser saber um pouquinho mais sobre a Floresta de Aokigahara, recomendo a leitura do material disponível nesse link: clique para acessar.
Pois bem, Jeremy Bates pega essa floresta e constrói aí a sua história de terror, que é também um pouquinho calcada em toda a mitologia lendária que envolve essa floresta. E aí ele vai seguir um caminho abarrotadíssimo de clichês, aqueles clichês que a gente costuma fazer piada quando vemos em filmes de terror, aquela sequência de acontecimentos e de ações pra lá de improváveis, mas que “faz parte”.
E o que seriam esses clichês? São aquele grupo de jovens, em uma viagem de férias que, por um imprevisto, decide passar a noite na floresta. Por que não? Já que o tempo está ruim e eles não podem seguir seus planos, a “brilhante” ideia surge: vamos explorar uma floresta famosa por suas lendas assustadoras, pelo altíssimo número de pessoas que tira suas vidas nela, e passar a noite lá. Quem nunca, né? E se você acha que eles vão se perder nessa floresta, bingo! É meio que o óbvio dos óbvios.
Mas Jeremy Bates vai construir uma narrativa de tensão constante e esse é o ponto alto e de maior destaque do livro. Essa tensão se divide em dois aspectos principais. O primeiro é a própria floresta: os jovens, já carregados das histórias assustadoras sobre o local, reagem a qualquer barulho ou movimento, o que intensifica a paranoia e o medo. O segundo aspecto é o isolamento dentro da floresta, que provoca conflitos e tensões entre os personagens. Essa convivência forçada em um ambiente já estressante gera estranhamentos e intensifica a atmosfera de terror.
A partir disso, a trama vai escalonando e piorando rapidamente e “coisas” começam a acontecer. Para evitar spoilers, basta dizer que o suspense aumenta até o final. Que é onde, pessoalmente, eu acho que o autor não soube dar um desfecho a altura de todo o clima de tensão criado. Porque ele construiu uma narrativa tensa, levou seus personagens ao limite, e tem nas mãos uma atmosfera para brincar com o sobrenatural, com o horror, e na hora do vamos ver acabou optando por um caminho muito sem sal, um caminho muito bobo, simplista demais.
Em resumo, Floresta dos Suicidas parte de uma premissa interessante e atraente, se enche de uns bons clichês (porque eles dão o tom necessário) e desenvolve um excelente clima de tensão, mas se perde em um final insatisfatório. É um livro mediano: vale pela ambientação e pela construção do suspense, mas o desfecho pode frustrar leitores que esperam algo mais.
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O Autor: Jeremy Bates publicou mais de vinte romances e novelas e é autor best-seller do USA Today e número 1 da Amazon. Seus livros venderam mais de um milhão de exemplares, foram traduzidos para vários idiomas e escolhidos para adaptação para cinema e TV por grandes estúdios. A Midwest Book Review compara seu trabalho a “Stephen King, Joe Lansdale e outros mestres da arte”. Ganhou um Australian Shadows Awards e o prêmio canadense Arthur Ellis. Também foi finalista do Goodreads Choice Awards, o único grande prêmio de livros com voto popular dos leitores. Saiba mais em jeremybatesbooks com.