Sinopse Aleph: Seis anos se passaram desde os trágicos acontecimentos que decretaram o fim de um sonho extraordinário – o Jurassic Park está fechado; suas atrações, fatalmente perdidas. Mas nem todos os segredos de John Hammond foram revelados… Desta vez, o cético Ian Malcolm – cientista que previu e viveu o desastre no parque dos dinossauros – retorna à Costa Rica para resgatar um colega e desvendar um mistério: como os animais pré-históricos simplesmente ressurgiram em outra ilha, e sem a ajuda humana? (Resenha: O Mundo Perdido– Michael Crichton)
Opinião: O Parque dos Dinossauros não deu certo. A tentativa de recriar animais há muito extintos e inseri-los no convívio humano provou-se uma verdadeiro desastre. Vidas foram perdidas e todo o caso foi abafado jamais chegando ao conhecimento público. Só que John Hammond tinha cartas na manga e uma outra ilha servia de palco para seus experimentos. Ali, os animais incrivelmente prosperaram contra toda a sorte de infortúnios e jogando contra a lógica da sobrevivência. Muitos predadores, poucas presas. O que aconteceu?
Para responder essa pergunta eu preciso que vocês esqueçam totalmente o que viram no filme Jurassic Park – O Mundo Perdido. Nada de T-Rex correndo solto pelas ruas de uma cidade em busca de seu filhote. A icônica cena cinematográfica não existe no livro. Tampouco a imensa maioria das sequências que até hoje encantam gerações. O Mundo Perdido, de Michael Crichton, tem seu próprio enredo com uma trama que inspirou de leve o filme, do qual ele foi roteirista, mas que segue um caminho totalmente diferente e pra lá de reflexivo.
O Mundo Perdido é um livro protagonizado por Ian Malcolm, que rouba a cena fazendo importantes reflexões sobre o que se sabia e se especulava sobre os dinossauros até então – lembre-se que o livro é de 1995. Então, já de cara vocês precisam saber que há muitos parágrafos científicos em que teses são mencionadas e pesquisas são detalhadas a partir da observação in loco dos dinossauros na Isla Sorna. Mas Crichton tem um jeito único de inserir a ciência de tal forma que nada é chato, pelo contrário, é envolvente. Tal qual um daqueles professores que manjam muito de um assunto e acabam por transformá-lo em algo bem mais interessante do que é, Crichton nos fascina com teorias e especulações sobre os lagartos gigantes.
E tudo começa a partir de rumores e ambições, egos e paixões, ciência e dinheiro. Correm boatos de que algo estranho domina a Isla Sorna. Os locais acreditam que sejam alguma maldição, espécie de assombração. Os que tiveram o mínimo contato, relatam animais estranhos e desconhecidos. E aqueles poucos que conhecem a história de verdade desconfiam que talvez algo tenha sobrevivido após as tragédias do Jurassic Park. Movido por esses rumores e pela paixão científica, o paleontólogo Levine decide investir parte de sua fortuna num projeto exploratório. Ir até a ilha e descobrir o que de fato existe por lá. Seu convidado é nosso velho conhecido Ian Malcolm e mais um grupo de cientistas e, pra variar, duas crianças espertas o bastante para se meterem nessa encrenca.
De outro lado, a ambição e o dinheiro vão mover um grupo que fracassou lá atrás nas tentativas de roubar o segredo genético desenvolvido pela InGen. Eles não desistiram e vão embarcar, também, para a Sorna em busca não de conhecimento, mas de espécimes que possam ser apresentadas ao público, que gerem lucro. Assim, temos o cenário de uma trama de scifi com muita ação, deliciosas cenas de tensão e conhecimento de sobra sobre comportamento, hábitos e tudo o que se sabia sobre os dinossauros. Sim, porque Crichton criou seu mundo jurássico baseado em muitas pesquisas e buscando dar o máximo de realismo nas adaptações que fez para sua trama.
O Mundo Perdido é o título de um outro romance que também traz dinossauros. A obra de Sir Arthur Conan Doyle (leia aqui) acompanha uma expedição que descobre que os animais sobreviveram em um planalto isolado cá na nossa selva amazônica. Não sei se foi uma forma de homenagem de Crichton, embora lá pelo meio do livro ele cite uma empresa com nome Challenger, que é o protagonista da obra homônima, mas dá mostras de como essa ideia de mundos perdidos, isolados e totalmente ainda desconhecidos fascina os leitores e permite que a literatura divague pelo sonho, o onírico. Porque eu considero, como já escrevi em outra resenha, que os dinossauros passaram a habitar nossa zona de sonho. Tornaram-se animais que provocam um encanto, um fascínio… É difícil explicar, mas se há um culpado o nome dele é Michael Crichton.
Fã confesso desses gigantes e um consumidor de produtos jurássicos, sou totalmente suspeito para falar desses livros ou indicá-los. Sempre o lado da paixão vai pesar mais. Mas O Mundo Perdido é, sim, uma obra fantástica, de leitura rápida, embora tenha mais de quatrocentas páginas, e que amplia um pouco a experiência que tivemos no Jurassic Park sem ser aquela continuação fora de sentido. Há uma história muito bem desenvolvida e com bons argumentos que a sustentam. E muita adrenalina em busca da sobrevivência em meio aos perigos que os personagens vão enfrentar.
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O Mundo Perdido
Seu gênero literário pode ser descrito como techno-thriller, que é, geralmente, a união de ação e de detalhes técnicos. Muitas das suas novelas têm termos médicos ou científicos, refletindo seu treino médico e científico — Crichton era formado em medicina pela Harvard Medical School.