Sinopse Arqueiro: Fallon Swift pouco conhece do mundo que existiu antes da Catástrofe. As cidades estão destruídas, gangues de criminosos e de fanáticos religiosos cruzam as estradas à procura de sua próxima vítima e aqueles que têm poderes mágicos como ela continuam sendo caçados. Prestes a completar 13 anos, Fallon sabe que se aproxima o dia em que sua verdadeira natureza, sua identidade como A Escolhida, será revelada. No meio da floresta, ela começará seu treinamento sob a orientação do feiticeiro Mallick, que vem apurando as próprias habilidades ao longo de séculos. A menina aprenderá métodos antigos de cura e técnicas de luta, conviverá com fadas, elfos e metamorfos e precisará descobrir dentro de si um poder que nunca imaginou possuir. Quando o momento certo chegar, Fallon vai empunhar a espada e o escudo e partir para cumprir sua missão. Até que ela cresça o suficiente para se tornar a mulher que está destinada a ser, o mundo continuará em perigo. Fallon Swift é A Escolhida, e só ela poderá salvar a humanidade. (Resenha: De Sangue e Ossos – Nora Roberts)

Opinião: Aos que estão chegando nessa resenha sem terem passado por Ano Um, primeiro volume da série, uma rápida contextualização exige que vocês saibam que o mundo acabou. Uma misteriosa gripe dizimou quase oitenta porcento da população mundial, despertou forças e seres mágicos e separou os sobreviventes em luz e trevas. As pessoas que restaram ainda tentam se reorganizar e restabelecer minimamente vidas em comunidades, mas há muitos que utilizam essa sensação de liberdade total para torturar e matar, principalmente aqueles que são diferentes. E assim seguimos nas Crônicas da Escolhida…

“Saqueadores cruzavam as cidades arruinadas, as estradas principais e as vicinais, para queimar e matar simplesmente por prazer. Os seres humanos sempre encontram maneiras de serem cruéis uns com os outros.”

De Sangue e Ossos, volume dois da série, se passa quase quatorze anos após os eventos narrados do primeiro livro. A comunidade de Nova Esperança já está bem estabelecida com organização de administração, sistema básico de comunicação e uma boa equipe que faz tanto a patrulha e segurança quanto operações de resgate de presos e acessórios. Reencontramos, portanto, todos os personagens que nos guiaram pelo início dessa jornada e somos levemente apresentados aos adolescentes (que terão papel importante no desenrolar da trama) que lá atrás ainda eram bebês.

Nova Esperança aparece em pequenas citações ao longo dos capítulos e retoma seu protagonismo somente nas sequências finais do livro. É quando a cidade vai assumir para valer seu papel de centro de operações para a guerra final entre luz e trevas. Então, vamos acompanhar apenas o suficiente para não esquecermos os personagens. O foco de De Sangue o Ossos é outro. Está na figura de Fallon Swift, a Escolhida, filha de Lana e Max.

Boa parte da narrativa do livro vai se concentrar no crescimento de Fallon junto aos pais e irmãos e no posterior processo de treinamento com o feiticeiro Mallick. É esse treinamento, introdução e aprendizagem nos caminhos da magia que De Sangue e Ossos vai contar de forma exaustiva. Nora Roberts atinge um grau impressionante de detalhismo para pintar o cenário, descrever aulas de luta com espada, conduzir Fallon por tarefas de crescimento pessoal e conciliar essa missão de “escolhida” com as características normais de uma adolescente em processo de crescimento e descobertas. É envolvente, mas cansa. São muitos parágrafos dedicados a detalhamentos que não prendem a atenção, reflexões que nos distraem e divagações que não acrescentam muito ao conjunto da obra que já estamos acompanhando capítulo a capítulo.

Fallon é uma protagonista bem desenvolvida e suas angústias e desafios são bem apresentados aos leitores. Ela passa longe da figura da guerreira infalível e seu processo de amadurecimento abrange todos os erros e falhas comuns a qualquer pessoa. E apesar de não ficar totalmente explícito, a história já nos dá a entender que ela tampouco será a líder absoluta, mas sim alguém terá que trabalhar bem em equipe e contar com um casal de irmãos para cumprir a missão de restabelecer o equilíbrio nesse novo mundo que está renascendo.

A grande sacada de Nora Roberts para essa série, e que De Sangue e Ossos aprofunda bem mais que o livro anterior, é unir a ficção de catástrofe do fim do mundo a elementos da magia e seres como fadas, elfos e bruxos. Ela coloca todos, humanos e pessoas com poderes, no mesmo barco de salvação para mostrar que é preciso muita tolerância com as diferenças, boa convivência e espírito de coletividade para superar desafios, principalmente apocalípticos. Se retirarmos a capa fantástica da história, vamos perceber que falta muito desses sentimentos e sensos na nossa sociedade conturbada de hoje.

Como todo livro dois de uma trilogia, De Sangue e Ossos faz aquela ponte entre a introdução da problemática e sua resolução, que virá no último volume. Apesar de ter achado a narrativa bem mais lenta que na obra anterior, em muito devido ao detalhamento excessivo, a série segue me cativando e deixando no ar a curiosidade para saber como tudo vai ser resolvido.

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Da Autora leia também:

Ano Um – Crônicas da Escolhida #1

De Sangue e Ossos – Crônicas da Escolhida #2

A Ascensão da Magia – Crônicas da Escolhida #3

 

A Autora: Nora Roberts começou a escrever em 1979. Depois de várias rejeições, seu primeiro livro, Almas em chamas, foi publicado em 1981. Desde então, ela não parou mais. Sucesso em todo o mundo, Nora já escreveu mais de 200 livros, publicados em mais de 35 países e traduzidos para 25 idiomas. Em seu lançamento, Um novo amanhã, Álbum de casamento, Bruxa da noite, Feitiço da sombra e Magia do sangue (todos publicados pela Arqueiro) foram direto para o primeiro lugar da lista de mais vendidos do The New York Times, na qual Nora é presença constante. Nora tem mais de 500 milhões de livros vendidos e foi a primeira mulher a figurar no Romance Writers of America Hall of Fame. Também recebeu diversos prêmios, entre eles o Golden Medallion, da Romance Writers of America, o RITA e o Quill. A revista The New Yorker já a chamou de “a romancista favorita dos Estados Unidos”.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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