Ícone do site Leitor Compulsivo

Resenha: Ano Um – Nora Roberts

Sinopse Arqueiro: Tudo começa na noite de Ano-Novo. A doença se alastra rapidamente. Em questão de semanas, a rede elétrica para de funcionar, as leis e o sistema de governo entram em colapso e mais da metade da população mundial é dizimada. Onde existia ordem, agora só há caos. E conforme o poder da ciência e da tecnologia diminuíam, a magia crescia e tomava o seu lugar. Uma parte dessa magia é boa, como a feitiçaria praticada por Lana Bingham no apartamento que divide com o amante, Max. Outra parte dela, no entanto, é inimaginavelmente maligna, e pode se esconder em qualquer canto, numa esquina, nos fétidos túneis sob o rio ou dentro daqueles que você mais ama e conhece. Em um mundo em que cada estranho no caminho pode representar a morte ou a salvação, nenhum deles sabe o que encontrarão. Porém, um novo horizonte os aguarda, a concretização de uma profecia ancestral que transformará a vida de todos os sobreviventes. O fim chegou. O início é o que vem agora. (Resenha: Ano Um – Nora Roberts)

Opinião: Um mundo que entra em colapso e vê a humanidade ser quase totalmente dizimada por causa de uma gripe. Os sobreviventes começam a migrar em busca de locais seguros que permitam, quem sabe, reunir comunidades e recomeçar. Sim, quem já leu o clássico A Dança da Morte, de Stephen King, deve estar achando tudo isso extremamente familiar, mas embora essa premissa base seja muito parecida, e algumas boas sequências da história também o são, Ano Um, de Nora Noberts, rapidamente se desvia para um seguir um outro caminho, mesclando fantasia e seres mágicos a essa realidade distópica.

Basicamente Ano Um traz a destruição do mundo como o conhecemos a partir de uma gripe, que vai ser chamada de A Catástrofe. Mas não é vírus qualquer. Essa máquina da morte que vai acabar com mais de 80% da população mundial tem vínculos com forças maléficas. Então podemos dizer que o mundo acabou por um desequilíbrio nas forças que o sustentavam e a gripe foi apenas o instrumento usado para esse fim (sem trocadilhos).

É essa saga de destruição e os primeiros passos dos sobreviventes em busca de uma reconstrução que vão povoar a narrativa desse livro que é o primeiro de uma trilogia, as Crônicas da Escolhida. Sendo assim, como todo bom livro inaugural de uma série, a história tem um foco muito grande na apresentação dos personagens e na definição dos primeiros conflitos que vão dar corpo para tudo aquilo que a autora deve desenvolver nos próximos volumes.

Em linhas gerais, Ano Um é uma distopia muito envolvente, principalmente para quem curte histórias sobre fim do mundo e a superação daqueles que sobram. Vamos ver aquele velho conflito em que humanos vão matar humanos pelo puro e simples prazer e também as demonstrações de solidariedade, companheirismo e senso de coletividade. E para isso, o livro vai trazer uma galeria diversificada de personagens. É muita gente para conhecermos e assimilarmos, mas logo fica claro que Lana Bingham e a bebê que ela carrega no ventre serão as grandes protagonistas desse primeiro livro. A bebê é a tal “escolhida” que dá nome à série e que ainda não sabemos bem qual papel terá nesse processo todo.

Importante destacar que a partir do momento em que o mundo entra em colapso diversas pessoas têm um poder acordado dentro de si. É aqui que o livro vai enveredar pelo lado da magia por teremos humanos com dons: bruxos, fadas, elfos, telepatas… Essas pessoas vão sofrer preconceitos e perseguição daqueles que se consideram “normais”. A isso vai se juntar o fanatismo religioso de quem acredita e defende que tudo não passa de um castigo divino e que é preciso matar os “diferentes” para conseguir a redenção. Roteiro bem conhecido da nossa sociedade atual não?

Nora Roberts vai entregar um romance apocalíptico em que muitos dos problemas da sociedade de hoje vão aparecer adaptados às condições da história, mas eles estão ali. Desde a bondade e o desprendimento até a mais alta arrogância e preconceito. A violência vai imperar bastante nesse mundo e muitos dos sobreviventes preferem eliminar os companheiros a tentar unir forças para sobreviver. Irônico ou algo normal na natureza humana?

O único ponto um pouco mais fraco de Ano Um é sua extensão. Por diversos momentos a narrativa, muito detalhista, acabou ficando um pouco arrastada. A autora se prendeu demais em sequências reflexivas dos personagens e deu uma cansada, mas de modo geral ela traz muitos elementos e saídas para esse apocalipse que tornam a história interessante. Esse lado mágico, de personagens com poderes extraordinários convivendo tranquilamente em comunidade com pessoas sem nenhum poder é muito bem construído e gera boas reflexões.

Como se trata de um livro inaugural de série, Ano Um termina redondinho, mas deixando várias lacunas abertas para sua sequência. A história me cativou e os personagens deram conta de conferir veracidade às dificuldades que o fim do mundo impõe. Vale a leitura e conferir os próximos volumes.

Compre na Amazon

//

Da Autora leia também:

Ano Um – Crônicas da Escolhida #1

De Sangue e Ossos – Crônicas da Escolhida #2

A Ascensão da Magia – Crônicas da Escolhida #3

 

A Autora: Nora Roberts começou a escrever em 1979. Depois de várias rejeições, seu primeiro livro, Almas em chamas, foi publicado em 1981. Desde então, ela não parou mais. Sucesso em todo o mundo, Nora já escreveu mais de 200 livros, publicados em mais de 35 países e traduzidos para 25 idiomas. Em seu lançamento, Um novo amanhã, Álbum de casamento, Bruxa da noite, Feitiço da sombra e Magia do sangue (todos publicados pela Arqueiro) foram direto para o primeiro lugar da lista de mais vendidos do The New York Times, na qual Nora é presença constante. Nora tem mais de 500 milhões de livros vendidos e foi a primeira mulher a figurar no Romance Writers of America Hall of Fame. Também recebeu diversos prêmios, entre eles o Golden Medallion, da Romance Writers of America, o RITA e o Quill. A revista The New Yorker já a chamou de “a romancista favorita dos Estados Unidos”.

Sair da versão mobile