Sinopse Seguinte: Raíssa e Ayla se conheceram jogando Feéricos, um dos games mais populares do momento, e não se desgrudaram mais ― pelo menos virtualmente. Ayla sente que, com Raíssa, finalmente pode ser ela mesma. Raíssa, por sua vez, encontra em Ayla uma conexão que nunca teve com ninguém. Só tem um “pequeno” problema: Raíssa joga com um avatar masculino, então Ayla não sabe que está conversando com outra menina. Quanto mais as duas se envolvem, mais culpa Raíssa sente. Só que ela não está pronta para se assumir ― muito menos para perder a garota que ama. Então só vai levando a mentira adiante… Afinal, qual é a chance de as duas se conhecerem pessoalmente, morando em cidades diferentes? Bem alta, já que foi anunciada a primeira feira de Feéricos em São Paulo, o evento perfeito para esse encontro acontecer. Em um fim de semana repleto de cosplays, confidências e corações partidos, será que esse romance on-line conseguirá sobreviver à vida real? (Resenha: Conectadas – Clara Alves)
Opinião: Procurando uma história leve, divertida, rápida e emocionante? Então Conectadas é a leitura ideal para você!
Esse foi o livro escolhido para a Leitura Coletiva da Guarda dos Leitores – ministrada pela Dunia e pela Amanda – durante a primeira quinzena de Julho de 2021. Foi a minha primeira vez lendo com o grupo e já foi, de cara, uma experiência maravilhosa!
Em Conectadas, vamos acompanhar duas jovens gamers: Raíssa e Ayla. De cidades diferentes, elas se conheceram on-line jogando Feéricos, um game super famoso. Jogar juntas acabou se tornando um hábito e até um sentimento surgiu entre elas. O único problema é que, para ser levada a sério no mundo machista dos games, Ray usa um avatar masculino e finge se chamar Leo. E Ayla não sabe que Leo, na verdade, é Raíssa…
Pois é, que confusão! Ray fica morrendo de medo e culpa e não consegue contar a verdade para Ayla, já que está a cada dia mais apaixonada pela garota. Então, ela segue com a mentira. Afinal, seria quase impossível as duas se encontrarem pessoalmente, certo? Errado! Tudo muda quando uma feira de games é anunciada em São Paulo. Ou seja, o lugar perfeito para, finalmente, se conhecerem. Mas como será que Ayla vai reagir quando descobrir que o garoto de quem está gostando é uma garota e que vem mentindo para ela há meses?
É, gatah… Conectadas promete fortes emoções e entrega absolutamente tudo!
Temos o ponto de vista das duas e isso faz toda a diferença para a fluidez da narrativa. Conseguimos acompanhar o que cada uma está pensando e, também, vivendo em suas vidas quando não estão jogando. Ayla sofre com a crise no casamento dos pais – a mãe vive estressada por um erro do marido e acaba descontando na filha – e não consegue se sentir bem em casa. Já Ray, apesar de ter um clima agradável em casa, não consegue assumir sua sexualidade por conta de atitudes preconceituosas dos pais.
A autora desenvolve bem os problemas familiares e pessoais de cada uma além do romance em si, o que torna a história muito mais rica. Vemos como elas lidam com esses percalços e conseguem seguir em frente mesmo não sendo tão fácil assim. Ou seja, não é aquele tipo de livro que foca só na história do casal.
Clara Alves apresenta diversos plots secundários muito interessantes como as origens japonesas e indígenas de Ayla e Raíssa, respectivamente; a assexualidade de um dos amigos de Ray e a diferença social entre Ayla e as amigas de seu colégio. Todos os personagens têm o seu espaço e a sua importância no desenrolar da história!
O único ponto negativo foi a mentira de Raíssa. É o tipo de conflito que não funcionaria tão bem se fosse uma história heteronormativa, por exemplo. O uso do famigerado catfish – quando uma pessoa engana outra na internet fingindo ser alguém que não é – abre portas para uma série de discussões problemáticas e polêmicas. Mas acredito que, no caso de Conectadas, foi um plot que se desenvolveu bem e teve suas justificativas e consequências.
Apesar disso, o livro ficou com 5 estrelas e, claro, favoritadíssimo! Mais uma leitura para a lista de livros-que-eu-queria-ter-lido-quando-mais-jovem.
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A Autora: Clara Alves nasceu em 1993, se formou em jornalismo pela UERJ e trabalha como assistente editorial. Criadora profissional de histórias de aquecer o coração, venceu o prêmio Wattys 2016 na categoria Novas Vozes com Como reconquistar um amor perdido. Libriana com orgulho, só não é indecisa sobre seu amor à literatura. Mora no Rio de Janeiro, mas é apaixonada pela Irlanda; não tem gato nem cachorro, mas queria ter os dois.