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Resenha: Virgin River – Robyn Carr

Sinopse Harlequin: Depois de sofrer um grande trauma, Melinda Monroe estava pronta para abandonar a vida como enfermeira-chefe de um grande hospital na agitada e perigosa Los Angeles e se mudar para a pacata Virgin River, de apenas seiscentos habitantes. Mas suas expectativas são frustradas ao chegar à cidadezinha: as estradas são traiçoeiras, a cabana em que precisa morar é horrível e o médico local não quer saber da nova enfermeira. Percebendo que cometeu um grave erro, Mel decide deixar o lugar na manhã seguinte. Um bebê abandonado, porém, a obriga a estender sua estadia, e talvez o ex-fuzileiro Jack Sheridan possa convencê-la a ficar indefinidamente. (Resenha: Virgin River – Robyn Carr)

Opinião: Se você está procurando uma leitura divertida, leve e que vai deixar seu coração quentinho, sinto ter de informar que não será esta… Tive contato com este livro por conta da série da Netflix. Vi comentários positivos e, quando descobri que era baseado em um livro, resolvi que iria ler antes de assistir a adaptação.

A autora começa bem, apresenta a protagonista, Mel, e seus dramas de uma forma bem tocante. Logo que ela chega em Virgin River é muito gostoso acompanhar o local – que é descrito de forma bem visual, então te faz imaginar direitinho como seria – e os habitantes dessa pequena cidade. Me lembrou um pouco a comunidade de Stars Hollow, cidade de Gilmore Girls, com todo mundo conhecendo todo mundo, se ajudando e bem alegre.

Porém a situação muda completamente de figura quando chegamos na página 100 (o livro possui 320 ao todo) e percebemos que nada muito importante aconteceu. É uma história que conta vários momentos aleatórios e conversas bobas, sem muita relevância para o desenvolvimento e, às vezes, bem desinteressante. E parece que a autora tem ciência do problema, porque mescla a história do casal principal com a de um adolescente que está experimentando seu primeiro amor. Então o que seria considerado como plot principal fica em segundo plano por algumas páginas.

E por mais que os personagens tenham suas cargas dramáticas e traumas passados, são todos extremamente rasos e não passam aquela sensação de realidade que lemos em algumas obras. Você pode estar pensando “ah, Gustavo, mas você está lendo uma ficção e quer realidade?”, mas o tipo realidade que eu estou querendo dizer é aquela que faz você se enxergar no personagem, se identificar com ele e com sua história. E, infelizmente, não é isso que acontece com este livro.

Além disso, eles não têm coerência com os próprios discursos. Nós acompanhamos o luto de Mel e como ela está realmente fechada para qualquer tipo de relacionamento. Não só pelas suas palavras, mas por suas ações e pensamentos, também. Eis que, de uma hora para outra, ela olha para o lado e imagina que está beijando Jack. O mesmo acontece com o “mocinho”, que acabou de conhecer Mel e já ficou caído de amores sem nem trocar 50 palavras com ela. Entendo toda a questão romântica de “amor à primeira vista”, mas neste caso em específico ficou bastante forçado.

Outro problema que também me incomodou demais foi a exaustiva marginalização dos moradores de rua da floresta próxima à cidade. O tempo todo a autora queria colocá-los como vilões, pessoas extremamente malvadas e perigosas sendo que não aprofundava nos motivos dessas afirmações. A única “desculpa” até então era que alguns usavam drogas. Tudo isso para, no final, num último ato de “vamos jogar a culpa em quem não tem como se defender porque é mais fácil do que pensar num plot interessante”, a autora apresenta uma cena de violência envolvendo um desses moradores de rua.

Como se já não bastasse… A imagem de bom moço de Jack pode enganar no início, mas ele vai revelando seu machismo disfarçado de “emoções” no decorrer da leitura. Mas o ponto que mais me chamou a atenção foi ao final, num dos únicos momentos coerentes de Mel, em que ela botou pra fora um peso que estava carregando e ele, simplesmente, fez a mulher se sentir culpada por ter sentimentos fortes pela sua história antes de Virgin River.

Sinceramente, não recomendo este livro. Praticamente nada acontece, a história não anda e você fica com aquela sensação de “quando será que vem aí?” e que nunca é aliviada. Até o final eu fiquei esperando um desenvolvimento, mas é como se fosse uma história que acabou de começar depois  de 300 páginas. Não sei nem se algum dia terei interesse em assistir a série – que já me falaram que não é nada parecida com o livro, o que deixou a história melhor -, porque esta leitura me deixou bem desmotivado em relação à história. Por fim, acabei dando apenas 1 estrela.

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A autora: Robyn Carr já era formada em enfermagem, esposa de um fuzileiro das Forças Aéreas e mãe de dois filhos quando começou a escrever ficção. Hoje, onze dos mais de cinquenta livros da autora chegaram ao topo da lista de mais vendidos do The New York Times. Com mais de 27 milhões de exemplares vendidos, as obras de Robyn foram traduzidas para dezenove idiomas em trinta países. Por sua contribuição ao gênero romance, ganhou em 2016 o Nora Roberts Lifetime Achievement Award. Sua série de livros mais famosa, Virgin River, deu origem à produção da Netflix de mesmo nome, lançada em 2019. Nascida em Minnesota, e com passagens por Texas, Alabama, Flórida e Califórnia, Robyn atualmente vive em Las Vegas. Seus filhos ― um cirurgião ortopédico e uma capitã de polícia ―, além de lerem seus livros e fazerem comentários espertinhos, a tornaram uma avó muito feliz.

Resenha: Virgin River – Robyn Carr
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