Resenha: A Última Festa – Lucy Foley

Sinopse Intrínseca: Programado para acontecer em um cenário idílico, o réveillon que Miranda, Katie e os outros amigos que conheceram na faculdade passarão juntos este ano promete refeições deliciosas regadas a champanhe, música, jogos e conversas descontraídas. No entanto, as tensões começam já na viagem de trem – o grupo não tem mais nada em comum além de um passado de convivência, feridas jamais cicatrizadas e segredos potencialmente destrutivos. E então, em meio à grande festa da última noite do ano, o fio que os mantém unidos enfim arrebenta. No dia seguinte, alguém está morto e uma forte nevasca impede a vinda do resgate. Ninguém pode entrar. Ninguém pode sair. Nem o assassino. (Resenha: A Última Festa – Lucy Foley)

Opinião: Reunir um grupo de personagens em determinado local e inserir um crime para que possamos descobrir quem é o culpado é, talvez, o clichê mais usado e mais envolvente de qualquer bom suspense. Autores como Agatha Christie ou Conan Doyle criaram histórias fantásticas em cima dessa premissa e conseguiram não só envolver os leitores no jogo para descobrir o nome do assassino como, invariavelmente, sacaram no último instante uma carta da manga e surpreenderam a todos com a revelação final. É um jogo em que as pistas são largadas ao longo dos capítulos e é preciso uma atenção brutal para captarmos tudo.

Assim, A Última Festa tem todos os ingredientes para nos envolver na busca pela identidade de um assassino em meio a um grupo de amigos muito íntimo em que a tensão vai se construindo aos poucos, baseada em segredos que vão sendo revelados de forma esparsa à medida que a trama avança. Com diversos narradores, Lucy Foley vai embaralhando as cartas e mostrando bem devagar que os laços de amizade que mantém esse grupo unido não são tão fortes quanto parecem. Há paixões, traições, inveja, humilhação… Tudo bem guardado esperando um momento em que o pavio seja aceso. E ele vai se dar na festa de réveillon.

Confinados numa casa isolada de tudo e cercada pela neve, aos cuidados de uma administradora e o misterioso caseiro, o grupo de amigos se joga na diversão de curtir o fim de ano enquanto aquele pavio vai aos poucos queimando. Até alguém aparecer morto e a trama entrar numa mal conduzida investigação. Não há policiais nem detetives. E a partir da ação de alguns personagens é que vamos juntando as peças que levam ao nome do culpado. Uma boa diversão para algumas horas de leitura. Só!

Apesar de ser uma história curiosa e que segura nossa atenção, A Última Festa não traz nenhum elemento a mais que mereça destaque. É um suspense mediano como outro qualquer e que segue receitas básicas de obras do gênero. A autora se dedicou a cumprir o papel necessário para contar a história que tinha em mente. Nada a mais que isso. Logo, a trama serve apenas para passarmos boas horas de leitura. Sem nenhum plot twist ou reviravolta marcante que mexa com a atenção dos leitores.

Vocês vão observar que a construção do passado dos personagens e os pensamentos íntimos de cada um em relação aos demais foram o ponto mais bem explorado do livro. Há uma trama paralela que não faz nenhum sentido a não ser embaralhar o jogo, mas definitivamente não acrescentou nada. A própria morte em si, e o nome da vítima é tão bem guardado quanto o nome do culpado, soa inocente demais. Nem dá pra dizer que foi um crime brutal. Premeditado. Talvez obra de um bom golpe de azar.

A Última Festa, no conjunto geral, é mais um suspense daqueles que a gente lê e dois dias depois já esqueceu. Vale a pena para passarmos umas horinhas de distração.

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A Autora: Lucy Foley estudou literatura inglesa e trabalhou durante anos no mercado editorial como editora de ficção, até se dedicar à escrita em tempo integral. A última festa é sua estreia na literatura de suspense, após a publicação de três romances históricos, que foram traduzidos para dezesseis idiomas. Já escreveu para veículos como ES Magazine, Sunday Times Style, Grazia e outros.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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