Sinopse Suma: É outubro e a neve de outono começa a cair em Copenhagen, deixando os dias mais curtos e as noites mais sombrias… e pelas ruas geladas e escuras, um psicopata aterroriza a cidade. Em uma manhã tempestuosa em um tranquilo bairro de Copenhagen, a polícia faz uma descoberta sinistra: o corpo de uma mulher brutalmente assassinada, com uma das mãos faltando. Sobre ela está pendurado um pequeno boneco feito de castanhas. O caso é entregue à ambiciosa detetive Naia Thulin e a seu novo parceiro, Mark Hess, um investigador introspectivo que acabou de ser expulso da Europol. Logo se descobre uma evidência ligando o sr. Castanha a uma garota desaparecida há um ano: a filha da política Rosa Hartung. O homem que confessou tê-la sequestrado e assassinado está atrás das grades e o caso foi encerrado há tempos ― e qualquer insinuação contrária causa disputas e inimizades na corporação. No entanto, quando novas vítimas e novos bonecos aparecem, Thulin e Hess acham cada vez mais difícil ignorar a conexão entre o caso Hartung e o novo serial killer. Mas que conexão seria essa? E como impedir o assassino de continuar sua caçada, se ele parece sempre um passo à frente da polícia? (Resenha: As Sombras de Outubro – Søren Sveistrup)
Opinião: O thriller sueco entrou definitivamente para minha lista de leituras imperdíveis. A cada nova obra que as editoras trazem para o Brasil, de diferentes autores, sou surpreendido por um estilo narrativo e por tramas que, dentro de características bem peculiares, fogem do padrão que estamos acostumados no eixo Inglaterra-EUA. A caçada em busca da solução do mistério sempre ganhar contornos intrincados e nada nunca é o que parece. Há sempre uma camada a mais de segredos que se conectam com pontas soltas no passado. Enfim, o quebra-cabeças é complexo e jamais facilita o encaixe das peças pelos leitores.
Roteirista da série The Killing, Søren Sveistrup chega ao Brasil com As Sombras de Outubro, um exemplo claríssimo das características que enumerei acima. A obra é o tal típico quebra-cabeças que exige muita paciência dos investigadores para conseguir encontrar uma pista que seja. Elas existem, mas não necessariamente levam a algum lugar. Temos um serial killer à solta matando brutalmente mulheres que, à princípio, não cuidam tão bem dos seus filhos. Cada novo crime é executado de forma mais brutal que o anterior e todos trazem em comum a figura de um bonequinho feito de castanhas. Temos, portanto, o Sr. Castanha como nosso misterioso assassino.
Assim, As Sombras de Outubro vai seguir o caminho que todos nós adoramos. Uma investigação no escuro, sem muitos caminhos a percorrer e onde as parcas pistas deixadas pelo assassino não levam a nenhum avanço. A corrida contra o tempo começa quando esse mesmo assassino vai manipulando a dupla responsável por encontrá-lo. Ele dá alertas de onde pode cometer o próximo crime. Mas por mais que avance, a polícia sempre está muito atrás. Para completar, há um sequestro antigo, sem solução, envolvendo a filha de uma importante política. Ponto para quem adivinhou que tudo isso vai se relacionar!
A narrativa de Sveistrup é envolvente e ele constrói personagens complexos e alguns bem intrigantes. O investigador Mark Hess é um ponto de interrogação na cabeça dos leitores por muito tempo. A detetive Naia é ambiciosa, mas esbarra em certos pré-conceitos da equipe local quando começa a mexer em casos antigos. E o conjunto policial, como já notei em obras de outros autores europeus do gênero, sempre está disposto a buscar a solução mais rápida de forma a satisfazer a imprensa e os superiores hierárquicos. Com isso na mesa, temos um interessante jogo de política, interesses de egos e um vilão pra lá de inteligente.
As consideráveis mais de quatrocentas páginas de As Sombras de Outubro passam voando. É uma leitura ágil, veloz e instigante. Absolutamente tudo é muito bem construído, quase cinematográfico e isso seduz o leitor. Devorado em um fim de semana, foi um dos livros que mais consumiu minha atenção nos últimos tempos, e em cujo mistério eu não só mergulhei para caçar possíveis pistas soltas nos capítulos como me surpreendi por trazer um desfecho inimaginável. Há uma relação entre introdução e desfecho que jamais passa pela nossa cabeça e nenhuma ponta fica solta. Explicações bem dadas, que fazem sentido, e que terminam num finalzinho com gosto de quero mais.
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O Autor: Søren Sveistrup é o roteirista da aclamada série The Killing, que foi transmitida em mais de cem países e se tornou um fenômeno internacional. Graduado em Literatura e História pela Universidade de Copenhagen, ele mais tarde estudou na Escola Dinamarquesa de Cinema e ganhou diversos prêmios, incluindo um Emmy e um BAFTA.