Sinopse Intrínseca: Quatro amigos americanos de férias em Cancún, México – Jeff, Amy, Eric e Stacy – conhecem um turista alemão que os convence a participar de uma busca a seu irmão, Henrich, que desapareceu com a namorada depois que foi ao local visitar umas ruínas. Os jovens em breve se arrependerão de ter aceito o convite, quando perceberem que estão presos na selva e aterrorizados por sinais que indicam que eles foram levados em direção ao mal… (Resenha: As Ruínas – Scott Smith)

Opinião: Histórias que colocam o ser humano em situações extremas em que todo o seu potencial de sobrevivência, cuidado com o próximo, domínio emocional, entre outros, são postas à prova costumam mexer com as pessoas. Relatos assim, quando bem contados, inevitavelmente nos colocam no lugar dos personagens com aquela perguntinha: e se fosse eu? É o tipo de história que rendeu alguns dos melhores livros de suspense e terror da literatura e que Stephen King sabe explorar como poucos. É o tipo de história que costumo devorar.

Não foi diferente com As Ruínas, em que Scott Smith fisgou minha atenção com maestria, mesmo com uma narrativa que custou um pouco para pegar ritmo. O livro é claustrofóbico com uma trama tensa, sufocante, perturbadora e com passagens de revirar o estômago dos mais fracos. Porque ela leva seus personagens ao limite da sanidade. Talvez até para além dele. E isso tem sido difícil de encontrar em obras mais recentes do gênero, sempre carregadas com amontoados de clichês. Não que As Ruínas não tenha a sua dose. Mas aqui existe uma trama bem amarrada e, principalmente, muito bem contada.

Pense em um grupo de jovens, dois casais, que, em férias em um paraíso tropical, decidem ajudar um recém-conhecido a encontrar o irmão que desapareceu. A única pista é um mapa desenhado num pedaço de papel que indica um suposto local de escavação arqueológica. Primeira barreira: a linguagem. Há americanos, alemães, gregos e espanhóis nessa história e ninguém consegue se comunicar de forma efetiva. Mesmo assim eles partem por essa aventura enfrentando todo aquele tipo de percalço que meio que grita na nossa cabeça “isso não vai dar certo”.

Quando chegam ao local, bem, aí começa uma história bem original de terror que não cabe aqui entregar para vocês. O que posso adiantar é que, narrado de uma tacada só, sem capítulos, As Ruínas vai mexer com todos os sentimentos de medo e pavor que podem nos rodear. Por mais que você, ao ler, possa achar bizarro o motivo que causa todo esse terror, é impossível não se envolver na tensão psicológica que o autor constrói a partir de cada personagem.

E falando em personagens… As Ruínas é um livro sem capítulos, mas cada novo parágrafo traz a história pelo ponto de vista de um personagem. Então vamos acompanhando o desenrolar da trama cada momento pela narrativa de alguém. Narrativa que expõe não só o que está acontecendo, mas também os pensamentos, medos e como o psicológico de cada um vai se deteriorando. Isso me traz para a definição-chave do livro: terror psicológico. Cada personagem vai sendo posto à prova e nós vamos sentindo e acompanhando sua deterioração. É o limite absoluto da paciência, da esperança, da fragilidade, dos sentimentos. Tensão total!

Aparentemente despretensioso, As Ruínas foi um livro que me surpreendeu positivamente. Uma história que conseguiu me envolver na medida certa e provocar, acredito, as reações que o autor desejava. Vale a pena se perder nessa aventura.

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O Autor: Scott Smith estudou no Dartmouth College e na Universidade de Columbia. Seu primeiro livro, Um Plano Simples, foi best-seller internacional, sendo adaptado para o cinema em 1998 e rendendo a Smith uma indicação ao Oscar na categoria melhor roteiro adaptado. Seu segundo livro As Ruínas, também foi adaptado para o cinema, sendo Smith o roteirista.

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Jornalista e aprendiz de serial killer. Assumidamente um bookaholic, é fã do mestre Stephen King e da literatura de horror e terror. Entre os gêneros e autores preferidos estão ficção científica, suspense, romance histórico, John Grisham, Robin Cook, Bernard Cornwell, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Saramago, Vargas Llosa, e etc. infinitas…

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